Mesmo tendo ficado bem longe no ranking dos Top 5 da WSL – Filipe Toledo, Griffin Colapinto, Ethan Ewing, João Chianca e Jack Robinson – que irão disputar o título mundial em Lower Trestles, San Clemente, na Califórnia, a partir do dia 8 próximo, Kelly Slater está rivalizando com eles na obtenção de destaque em manchetes nos dias que antecedem o evento. Tudo devido a uma série de declarações do 11x campeão mundial sobre os critérios que ele acredita deveriam ser adotados na Rip Curl WSL Finals.
Começou com Kelly palpitando que Gabriel Medina tinha que ser convocado para disputar o título mundial no lugar de Ethan Ewing, que aparentava estar fora da batalha por uma lesão na coluna. Teve muita gente que não concordou, e outro tanto que achou que Kelly estava se metendo onde não foi chamado, incluído aí Ricardinho Toledo, pai de Filipe Toledo, atual campeão mundial e líder do ranking 2023. Ricardinho foi taxativo, “É uma palhaçada”.
A mais recente declaração bombástica de Kelly foi dada em entrevista ao site Stabmag.com, na qual ele critica o anúncio da WSL dos critérios a serem adotados no julgamento do dia final: “Impulsionar os aéreos não necessariamente impulsiona a inovação, se essa for a intenção”.
Como as manobras aéreas estão entre as principais armas dos brasileiros em geral, e de Filipe Toledo em particular, ficou parecendo que ele estava querendo influenciar o público e os juízes contra o brasileiro. E a favor de Ethan Ewing, ao menos parcialmente recuperado e de volta à briga, e Griffin Colapinto, ambos bem distantes de Filipe – Griffin um pouco menos – no que diz respeito à capacidade de executar proezas aéreas. Como era de se esperar em tempos de fúria cibernética, uma saraivada de torpedos digitais foi imediatamente disparada em direção a Kelly Slater. A torcida brasileira não teve dó de Kelly, o chamado de velho pra baixo em muitos dos posts e comentários. Num embate particular com Ricardinho Toledo, novamente, o pai de Filipe Toledo também não deixou barato, o que levou Kelly a dizer que estava decepcionado com ele.
Titi pra lá e titi pra cá nas redes sociais, enquanto os Top 5 realizavam um treino de altíssimo nível, onde sobraram aéreos assim como cravadas de borda, finalmente Kelly tomou uma iniciativa para apaziguar os ânimos. Possivelmente assustado com tamanha repercussão negativa de suas declarações, titio Slater publicou um texto no stories de sua conta do Instagram, com um vídeo de Ítalo Ferreira ao fundo emendando um aéreo absurdo após um belo tubo em Uluwatu. Kelly explica, ou ao menos tenta, o que quis realmente dizer na entrevista à Stab, destacando a supremacia brasileira na vanguarda do surf progressivo. Será suficiente para acalmar a revolta? Confira:
“Em primeiro lugar essa é uma das coisas mais iradas que já vi serem feitas em uma onda. E estou perplexo que @italoferreira possa ter um ano no Tour e não chegar ao Top 5.
De qualquer forma… eu fui entrevistado pela @stab sobre aéreos nos critérios de Lowers, onde achei que estivesse sendo crítico dos critérios de julgamento e afirmei que os aéreos não são a única coisa progressiva (mas sim, eles são A direção mais progressiva para o surf) dadas certas condições.
De alguma forma, minhas palavras sempre são tiradas do contexto, então, caso alguém fique confuso com elas, os brasileiros estão 100% liderando o ataque com manobras progressivas e aéreos no surf. E não tenho nenhum problema com isso ou em reconhecer. Eu quero ver um surf excelente, só isso.
John John e alguns outros estão junto a eles no que diz respeito aos aéreos, mas é uma distinção muito clara de qual grupo de caras está à frente nisso, e eu só queria fazer um pequeno post de apreciação depois de ler alguns comentários dos fãs brasileiros.
Para esclarecer melhor o meu ponto de vista, Filipe venceu sem dar aéreos em Lowers no ano passado e às vezes as ondas não oferecem seções para aéreos. Nesse caso, o foco obviamente muda para outros aspectos do surf e parte disso é uma abordagem sutil, então eu fiquei surpreso ao ver um esboço tão precoce da pontuação dos juízes em Lowers quando não sabemos como serão as ondas”.
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