Em 2022, o potiguar Ítalo Ferreira só não conquistou o bimundial de surf pois seu adversário na grande final em Trestles foi o compatriota Filipe Toledo, considerado imbatível no pico. Para enfrentar Filipinho, Ítalo teve que derrotar antes Kanoa Igarashi, Ethan Ewing e Jack Robinson, enfrentando todos eles em condições de ondas medianas, similares às que a previsão inicial do site australiano Swellnet está apontando para o Final 5 deste ano. O que faz com que Ítalo desponte como um dos favoritos ao título de 2024, mesmo iniciando a batalha a partir da quinta colocação.
A decisão do título mundial 2024 tem a abertura de sua janela de espera marcada para o próximo dia 6 de setembro, podendo ir até o dia 14. Mas a aposta do Swellnet é que o melhor dia deve ser logo o primeiro, com “um pulso de ondulação sul-sudoeste de período intermediário, proporcionando séries inconsistentes na altura da cabeça”.
Esta foto retrata as condições do mar em Trestles no Final 5 de 2022, quando Ítalo Ferreira foi vice campeão mundial. Foto: WSL / Thiago Diz
Ainda de acordo com o site australiano, no dia seguinte o swell deve diminuir, só voltando a subir mais a frente, mas com menor intensidade. “Se evoluir de acordo com a previsão atual, uma (forte tempestade polar) proporcionará um swell de longo período bem de sul no meio do período de espera, com pico no dia 9. No momento este swell parece muito lento – o swell do primeiro dia será mais favorável – mas como sempre vamos ficar de olho nele”.
Os outros surfistas que irão disputar a final masculina com Ítalo Ferreira são o havaiano John John Florence, o norte-americano Griffin Colapinto e os australianos Jack Robinson e Ethan Ewing. Claro que nenhum adversário deve ser menosprezado, mas para Ítalo o mais difícil dos quatro a serem batidos em Trestles deve ser o local Griffin, que cresceu surfando essa onda e conta com o apoio da torcida.
Em Trestles, as manobras aéreas tem se mostrado o grande diferencial nas baterias, e Ítalo possui um arsenal mortal, como nenhum outro dos seus adversários. Pode-se dizer que John John e Griffin também estão muito bem preparados nesse quesito, e é verdade. Assim mesmo a retrospectiva de aéreos decisivos em baterias – não só em Trestles, mas lá também – pende para o lado do brasileiro. Outro fator que o favorece é o preparo físico. Ninguém no Tour está mais em forma para enfrentar uma marotano de baterias do que o sufista de Baía Formosa.
Tati Weston-Webb vai chegar a Trestles embalada pela bela campanha que a conduziu à medalha de prata em Paris 2024. Quem sabe não surge a chance de um tira-teima com a medalhista de ouro Caroline Marks. Foto: WSL
Entre as mulheres, o Brasil terá Tati Weston-Webb como representante, mas com chances certamente menores que as de ítalo. Caitlin Simmers, Caroline Marks, Brisa Hennessy e Molly Picklum estão à sua frente, com as duas primeiras do ranking podendo ser consideradas especialistas em Trestles. O que não quer dizer que Tati não esteja capacitada para derrotá-las. Vontade não vai faltar e garra ela tem de sobra.
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Como o Swellnet mesmo alerta, ainda é cedo para bater o martelo na previsão. Faltando dez dias para o ínicio da janela, o mar ainda pode ter bruscas mudanças de humor, fazendo com que algo diferente aconteça. Mas se nada mudar, o que é mais provável, Ítalo Ferreira irá encontrar ondas na medida para seu surf explosivo, num pico que conhece muito bem e contra adversários que respeita, mas não teme.
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Ítalo Ferreira está treinando forte para Trestles, o que inclui muita diversão inovando em manobras aéreas nas ondas artificiais da Surfing Village da Fazenda Boa Vista
FINAL 5 MASCULIN0:
1.o: John John Florence (HAV) – 49.530 pontos
2.o: Griffin Colapinto (EUA) – 46.600
3.o: Jack Robinson (AUS) – 40.130
4.o: Ethan Ewing (AUS) – 38.080
5.o: Italo Ferreira (BRA) – 37.365
FINAL 5 FEMININ0:
1.a: Caitlin Simmers (EUA) – 52.930 pontos
2.a: Caroline Marks (EUA) – 47.235
3.a: Brisa Hennessy (CRC) – 46.375
4.a: Molly Picklum (AUS) – 45.475
5.a: Tatiana Weston-Webb (BRA) – 42.900
