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Mudança no critério: está mais difícil tirar notas altas

Por Fernando Maluf

Antes do início do Quiksilver Pro, na Gold Coast, a WSL publicou uma nota apresentando seu corpo de juízes, contando o nome e a trajetória de cada um deles. Um esforço pela humanização e respeitabilidade do grupo de pessoas mais xingado em toda a surfosfera. A verdade é que a infinitude de críticas ao sistema de julgamento ao longo dos últimos anos – muito acentuada pelos resultados duvidosos do último Pipe Masters – atingiu a entidade.

A entrada de Pritamo Ahrendt como juiz principal, lugar de Richie Porta, providenciada no início deste ano, já pode ser sentida nas notas do seu primeiro campeonato no cargo: com critério mais exigente, as notas estão, em geral, muito mais baixas.

Números não mentem: nessa mesma etapa, em 2017, entre os rounds 1 e 4, foram entregues 44 notas iguais ou superiores a oito pontos; em 2018, no mesmo número de baterias, foram apenas 14. Nas mesmas 40 bateiras (12 em cada uma das primeiras rodadas mais quatro na quarta) de 2017, 10 ondas receberam notas acima dos nove pontos. Em 2018, apenas uma: a de Filipe Toledo no round 4 (aos 5 minutos do vídeo abaixo).

Para José Cláudio Gadelha, diretor técnico da Federação Paulista de Surf, houve uma mudança clara. “O critério está mais rígido. A escolha de onda está sendo primordial. As ondas pequenas, sem muito potencial, mesmo manobrando bem, não estão dando notas altas”, afirma.

“Os juízes estão esperando as ondas maiores, com bastante parte crítica, com bastante área para manobra. As ondas que começam com tubos, seguidos por manobras críticas e bem conectadas, como as do Filipe Toledo, do Joel Parkinson ou do Michel Rodrigues, por exemplo, são algumas das mais bem pontuadas. São ondas com manobras grandes, de série, com mais potencial”, completa.

Está mais difícil conseguir um high score, e quem quiser arrancar pontos dos senhores no palanque vai precisar de uma combinação muito boa de escolha de ondas com manobras críticas e progressivas – e, se possível, com uma conexão impecável entre elas.

Foto de capa: Medina surfou bem na Gold Coast, mas foi punido por seu approach mais “conservador” (Kelly Cestari/WSL)

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