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“Nunca olhei pro surf e falei: posso ser milionário,” diz Robson Santos

Como viver do surf competitivo fora do circuito mundial? Nos 10 minutos deste vídeo a seguir, você assiste à um exemplo dessa possibilidade: Robson Santos. O paulista de pais nordestinos que cresceu na Praia Preta, conta a sua história e tem a companhia de novos e consagrados talentos do surf brasileiro, como Renan Pulga, Pedro Dib e Alex Ribeiro.

Talentosíssimo e surfista completo, Robson é daqueles que tem o game completo para entrar no CT mas nunca correu pela divisão de elite profissional.

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“Ficou anos sem patrocínio batalhando no QS; voltou pros Primes; foi campeão Sul-Americano; teve ótimas apresentações, como Haleiwa, no Havaí; já ganhou do JJF em Pipeline. Ele é um exemplo para essa nova geração, que independentemente, com ou sem patrocínio, se você tem um sonho, você tem que persistir, buscar recurso e ir atrás”, conta Renan Pulga, de Camburi, São Sebastião, sobre Santos.

“Um cara guerreiro que não vem de família rica e teve de batalhar bastante pra chegar aonde está,” complementa Alex Ribeiro.

Foi na Praia Preta, inicialmente observando, que Santos teve seu primeiro contato com o surf.

“Meu pai e minha mãe vieram do Nordeste para SP, nasci em SP e com 8 anos vim para a praia. Meu pai e minha mãe moravam de caseiros aqui e durante 20 anos morei na Praia Preta; minha vida era brincar e praia. Sempre foi uma vida solitária, sabe? Tinha eu e duas crianças; sempre cresci em lugar afastado da cidade; sempre foi no mato e sempre gostei muito disso. Conheci o surf sentado no murinho, olhando a galera surfar; pegava onda de bodyboard deitado e tentava ficar em pé. Sempre fui surfar de bicicleta, pra não depender de ninguém. Durante minha carreira inteira, saía da Preta até Camburi, por exemplo, com duas pranchas. Toda vez que eu levava uma, eu quebrava; demorava em torno de 40 minutos pra chegar. Já cheguei a levar 3 pranchas embaixo do braço pra ir até Camburi, aí os caras chegavam e falavam, mentira que você veio com três pranchas. E eu dizia que ia passar o dia inteiro lá e já testava todas”, diz Robson Santos.

“O Robson para mim é um exemplo de superação, só pelo fato de a infância e adolescência ele morar na Praia Preta, que é uma praia que fica a mais ou menos 8 km de Camburi e ele ia todo dia de bike treinar, não media esforços, tinha dia que ele ia com duas pranchas debaixo do braço e sem freio na bike. A gente, morando do lado, às vezes fazia corpo mole, então ver ele era um incentivo a mais, pois o cara tava ali querendo mais que todo mundo,” diz Pedro Dib.

“Eu sempre vi o surf como uma coisa de alma, sabe? Nunca olhei pro surf e falei, nossa, posso ser milionário com o surf. Se colocar o Slater, 11x campeão mundial, colocar na lista de quem ganhou mais dinheiro, ele não chega nem perto, por exemplo, de um cara que é vigésimo lugar no tênis. O cara que surfa mesmo não pode pensar nesse sentido. Ele vai ter uma vida boa, vai conhecer muitas pessoas, viajar, conseguir a vida através do surf, então, acho que vale a pena surfar, é muito bom surfar, acho que todo mundo que tem contato com o surf se sente bem leve, sabe?”

A respeito do episódio, o canal OFF escreveu:

O termo Brazilian Storm surgiu em uma etapa do QS lá em Lower Trestles, na Califórnia, em 2011. Desde então, muitos surfistas brasileiros alcançaram uma vaga no circuito mundial de surfe. Mas muitos outros, dessa mesma geração, conseguiram viver do surfe profissional correndo os circuitos nacionais e regionais. Um exemplo de sucesso é o Robson Santos, surfista que, mesmo fora do CT, vive das competições. Nesse episódio de “Brazilian Storm”, conheça um pouco mais da história desse surfista. O programa Brazilian Storm é a casa dos surfistas competidores brasileiros e vai registrar a diversidade do cenário do surfe competitivo do país.

Os novos episódios saem toda sexta-feira, às 21h, no Canal OFF e Globoplay. Clique aqui e veja mais vídeos.

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