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Mucho Gusto: entrevista com Mark Daniel. Filme

Por Kevin Damasio 

O curta vai além na história do tube rider Marco Giorgi, que precisou mudar-se para Santa Catarina para ganhar notoriedade no surf, mas nunca esquece suas raízes. Em Mucho Gusto, dirigido por Mark Daniel, Giorgi narra a própria vida, a paixão e gratidão aos anos vividos no bucólico e pitoresco Uruguai. Leia abaixo a entrevista com Mark Daniel, publicada na HARDCORE #324:

HC: Você escreveu no Facebook que não esperava ser premiado. O que mais te surpreendeu em ganhar na categoria melhor curta [no MIMPI Film Festival]?

Mark Daniel: Fiquei surpreso pelo fato de que a categoria de curtas sempre é bem disputada. Afinal, ela é bem abrangente e é relativamente difícil fazer um curta completamente diferente e que chame a atenção. Nossa ideia era bem simples e despretensiosa. Não tentamos inventar a roda e apenas fomos sinceros e honestos, tanto nas palavras como nas imagens. E acho que isso foi um ponto importante pra galera ter gostado.

Como surgiu a ideia do projeto sobre a vida do Marco Giorgi?
Talvez o maior influenciador pra essa ideia foi o Marco ter conquistado muita atenção quando fez a semifinal no Volcom Pipe Pro. Ficou claro que os gringos não sabiam absolutamente nada sobre o Uruguai. Na verdade, até no Brasil o Uruguai é um país pouco conhecido. Então, foi bem simples criar a oportunidade de o Marco mostrar um pouco suas origens.

Como era tua relação com ele antes?
Sempre foi uma relação muito boa. Já fizemos várias trips juntos e todas foram legais. E o mais importante: em todas deram altas ondas. Acho que nós dois somos caras de sorte! Para filmar o Mucho Gusto não poderia ser diferente. Fomos para o Uruguai em uma previsão nada promissora, mas era a única data que tínhamos. Fomos surpreendidos positivamente e pegamos dois dias de ondas muito melhores do que o esperado.

Como você definiria seu estilo de fotografia?
Pior que olho minhas imagens e nunca acho que a fotografia está boa. Definiria minha fotografia como simples e prática (risos). Acredito que sempre se pode melhorar e aos poucos estou me aperfeiçoando. Uma hora eu chego lá! Fora do surf o que mais me chama atenção seria os filmes do Stanley Kubrick. Todos! Ele foi muito inovador em todos os aspectos.

Você deu um caráter documental bem interessante ao filme. Hoje, qual é o papel dos curtas de surf em trazer um conteúdo além da performance?
O foco principal do Mucho Gusto era o Marco falar sobre a própria história e apresentar sua terra natal. A performance nunca foi a nossa maior preocupação. Claro que é sempre bom ter um surf de alto nível, mas acho que hoje em dia todos estão muito mais apegados na história do que na performance. A performance acaba inchando demais o público.

Nas produções de surf, temos visto mais curtas e médias do que longas, especialmente em nível nacional. O que pensa sobre isso?
É que a internet banaliza e acelera todo o processo. Claro que um longa ainda tem seu valor e acredito ser uma ferramenta muito poderosa para se contar uma história mais densa e pode tocar mais as pessoas. Mas é difícil sacrificar muito tempo em algo que as pessoas vão olhar uma, duas vezes, e na semana seguinte já nem lembram mais. Tudo passa muito rápido e as pessoas estão cada vez mais impacientes. Acredito que, para o filmmaker, é mais uma questão de se manter relevante e na ativa, sempre produzindo.

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