Para compreender o que ocorreu no passado, cientistas examinaram conchas de seres marinhos datadas em mais de 66 milhões de anos
Por Redação HC
Um recente estudo feito por cientistas da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, fizeram uma descoberta sobre o que teria ocasionado a extinção da maioria dos seres vivos no período Cretáceo, 66 milhões de anos atrás. Alguns pesquisadores acreditavam que o gigantesco meteoro que atingiu a Terra naquele período tivesse, de uma vez só, acabado com a vida ao redor do globo. Entretanto, novas pesquisas feitas a partir de análises de conchas de seres marinhos apontam que o oceano também foi um grande “vilão” nessa história.
Com o impacto do meteoro, houve uma alteração nos componentes das águas do mar no mundo, tornando-as mais ácidas, aponta o estudo dos pesquisadores de Yale. Eles acreditam que o bólide que formou a cratera (hoje soterrada) na Península de Iucatã, Novo México, tenha atingido uma parte do mar rica em enxofre, o que teria alterado as composições de Ph da água.
Os cientistas comprovaram suas teses analisando conchas de foraminíferos, seres protistas que possuem um casco suscetível à análise química de datação de carbono. Para Pincelli Hull, professor de Yale e coautor do estudo, as novas descobertas conciliam duas teorias, antes contraditórias: a primeira é de que após o impacto, todos os animais na superfície morreram e os marinhos mantiveram-se quase que inalterados. A segunda sustenta que o asteroide teria matado quantidades significativas de plâncton, interrompendo o ciclo de carbono. Para os defensores da segunda tese, há o argumento de que a sobrevivência tenha se tornado difícil, mas não que toda a vida tenha se perdido.
Hull e os pesquisadores de Yale então concordam com ambas as teses: o estudo aponta que o oceano teve sim uma perda significativa na vida marinha, mas logo começou a se recuperar. “Ambos estavam parcialmente certos; esses eventos simplesmente aconteceram em sequência”, ressalta Michael Henehan, membro da pesquisa.