Maresias, litoral norte de São Paulo, recebe entre os dias 22 e 25 de agosto a quarta etapa do Circuito Banco do Brasil de Surfe 2024. Com o objetivo de descobrir novos talentos para a modalidade no país, ao percorrer diversas regiões da costa litorânea, a competição, que na atual temporada traz o slogan “Fã e Apoiador do Surfe Brasileiro”, vem cumprindo seu papel e já promoveu desde 2022, data da sua criação, as estreias de 204 surfistas, sendo 165 homens e 39 mulheres.
“A colaboração com o Banco do Brasil é essencial para apoiar as novas gerações que surgem no surfe brasileiro e servir como uma porta de entrada na modalidade, colaborando assim com a construção dos sucessores da atual geração vencedora. Em Maresias, um dos locais históricos para o surfe no Brasil, buscamos preservar o legado das competições anteriores, ao mesmo tempo em que promovemos o desenvolvimento de talentos locais e fortalecemos o engajamento da comunidade com o surfe”, afirma Ivan Martinho, presidente da WSL na América Latina.
+ O impressionante crescimento digital dos surfistas pós-Olimpíadas
Além dos estreantes, o evento de Maresias também deve contar com alguns nomes que despontam na modalidade e surgem como grandes promessas da nova geração de talentos. Entre os surfistas confirmados para o campeonato, estão: Lucas Vicente, campeão mundial Pro Junior de 2019; Gabriel Klaussner, vencedor do Circuito Banco do Brasil de Surfe em 2022 e Ryan Kainalo, atual campeão sul-americano Pro Junior. O time será engrossado por Ian Gouveia, que faturou a etapa no ano passado e já confirmou presença no Championship Tour (CT) 2025 ao ir bem no Lexus US Open of Surfing apresentado por Pacífico, em Huntington Beach, na Califórnia, nos Estados Unidos, também é presença confirmada.
Já no feminino, estarão Laura Raupp, atual líder do ranking QS South America; Tainá Hinckel, atleta olímpica do Brasil – que competiu nos Jogos Olímpicos de Paris 2024 ao lado de Tatiana Weston-Webb, que contribuiu nas baterias semifinal e final para a Globo e o Sportv alcançarem quase 48 milhões de pessoas e baterem um recorde de transmissão, e Luana Silva -, além da peruana Arena Rodriguez, campeã sul-americana Pro Junior e vencedora da etapa de Maresias do Circuito Banco do Brasil de Surfe, em 2023.
Ações sociais e ambientais
No litoral norte paulista, a etapa vai promover ações sociais e ambientais como de costume, fator que tem total sintonia com estratégias desenvolvidas pela WSL e que estão baseadas em três grandes pilares: ambiental, em que costuma desenvolver ações que impliquem na preservação e na educação ambiental; social, ao trabalhar temas como diversidade e inclusão de gênero; e governança, lidando essencialmente com protocolos e processos.
Um dos destaques será o plantio de mudas, que será feito utilizando a metodologia chamada bola-semente, em que são produzidas bolas de terra feitas com sementes nativas. A ideia é ajudar a região a recuperar a vegetação da Mata Atlântica perdida com as fortes chuvas que acometeram São Sebastião e devastaram diversas áreas com deslizamentos. Além disso, também serão feitos mutirões de limpeza para recolher lixo da praia. Na etapa anterior, em Marechal Deodoro, cerca de 200 quilos de lixo foram reciclados.
Além do aspecto competitivo, o torneio adquire um significativo caráter social com iniciativas voltadas para o desenvolvimento do esporte e a transformação social. Por isso, outra ação que vai acontecer será no âmbito social. Trata-se do projeto Novas Ondas, que contará com a presença de 20 alunos (10 meninas e 10 meninos), com idade entre 11 e 14 anos, do Instituto Esporte e Educação (IEE) Maresias.
A iniciativa vai promover o encontro de atletas profissionais com a nova geração de surfistas brasileiros para inspirar o futuro do esporte em uma sessão de roda de conversa, com direito a surfar com os atletas na água. Na ação, será entregue um kit fechado para os participantes, contendo lycra própria, kit lanche e o certificado de participação.
A etapa também vai realizar o surfe inclusivo com a “Onda Azul”, projeto em que crianças com síndrome de down e autismo podem ter maior contato com o esporte e utilizá-lo para o desenvolvimento. A modalidade é utilizada para integração das pessoas com deficiência. Professores voluntários vão para a água junto com as crianças, que recebem pranchas longboards e fazem aula de surfe, acompanhados pelos pais, que costumam ficar na areia. No final, todos são premiados com uma medalha distribuída pelo próprio projeto.
“Nossa missão na WSL vai além da competição. Buscamos causar um impacto positivo em diversas áreas da sociedade por meio do surfe. Estamos comprometidos em criar e fortalecer um legado nas comunidades em que realizamos eventos, promovendo o bem-estar e o desenvolvimento local. Além disso, nossa meta é envolver a comunidade em projetos sociais e ambientais que ofereçam benefícios duradouros”, destaca Martinho.
O Circuito Banco do Brasil de Surfe, com premiação igualitária entre homens e mulheres, oferece cinco etapas com diferentes níveis de pontuação (QS 5000, 3000 e 1000) no ranking regional da WSL South America. O campeonato classifica sete homens e três mulheres para o Challenger Series, divisão de acesso para o Championship Tour (CT), primeira do surfe mundial. Em Maresias, o campeão garante 1000 pontos para o ranking regional da WSL South America, tanto no masculino como no feminino.
Na primeira etapa do ano, em Torres (RS), Matheus Navarro e Laura Raupp iniciaram a temporada com o pé direito. Em Saquarema (RJ), a competição de nível QS 5000 viu a consagração de Lucas Vicente e mais um título de Laura Raupp. Já a terceira etapa, na Praia do Francês, em Marechal Deodoro (AL), QS 3000, teve como vencedores a peruana Daniella Rosas e o cearense Michael Rodrigues.