Um estudo divulgado pela União Internacional para a Conservação da Natureza nesta quarta-feira (28) impressiona por escancarar o volume de lixo plástico no mar Mediterrâneo.
Com efeito, de acordo com os dados levantados, o Mediterrâneo recebe indevidamente cerca de 230 mil toneladas de plásticos todos os anos.
No entanto, esses números poderão duplicar até 2040 se não forem tomadas medidas para combater o desperdício, aponta o estudo.
O trabalho, baseado na compilação de dados e na pegada de plástico marinho calculada pela organização, estima o fluxo de plástico de 33 países em torno da bacia do Mediterrâneo.
Dessa forma, a conclusão de 229 mil toneladas desperdiçadas anualmente no mar, uma quantidade equivalente a mais de 500 contêineres de navio.
A poluição causada por plástico é prejudicial para a vida marinha e pode afetar a cadeia alimentar, com potenciais efeitos negativos para a saúde humana.
Uma vez descartado no mar, o plástico, na maioria das vezes, deposita-se nos sedimentos sob a forma de microplástico (partículas inferiores a cinco milímetros).
Assim, acabam ingeridos por pequenos crustáceos e peixes, entrando em uma cadeia alimentar que, não raro, termina em pratos restaurantes e residências.
Ainda, segundo a IUCN, 94% do plástico deixado no mar Mediterrâneo resulta de desperdício mal gerido.
Os países que mais jogam lixo plástico no Mediterrâneo são: Egito (74 mil toneladas/ano), Itália (34 mil toneladas/ano) e Turquia (24 mil toneladas/ano).
Por outro lado, restos de pneus (53%) e têxteis (33%) encabeçam a origem do plástico desperdiçado no mar Mediterrâneo.
Medidas como o fim do uso de sacos plásticos e uma melhor gestão da coleta de lixo permitiriam, segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza, reduzir em mais de 50 mil toneladas a quantidade de plástico jogada anualmente no Mediterrâneo.
