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João João, o campeão que a WSL queria

John John Florence – 18/10/1992, Honolulu, Havaí, EUA

Primeira onda surfada: 3 anos
Primeiro campeonato vencido: 7 anos
Primeira onda em Pipeline: 8 anos
Primeira onda em Waimea: 10 anos
Primeira Tríplice Coroa disputada: 12 anos
Primeira Vitória em Pipeline: 18 anos
Primeira Vitória na Tríplice Coroa: 19 anos
Primeira Vitória no Tour: 19 anos
Primeira Vitória no Eddie Aikau: 23 anos
… Primeiro Título Mundial: 24 anos


1. É O MELHOR! NÃO SOU EU QUEM DIZ. É O POVO!

Ou seria a WSL?

Que John John Florence é um dos melhores surfistas do planeta, isso não se discute. Seu filme foi o melhor já produzido? Sim. Seu título no Eddie Aikau, em fevereiro, foi incrível e justíssimo? Sim. Mas será que ele realmente surfou muito mais que os outros 35 surfistas, a ponto de vencer o título mundial de maneira antecipada? Sem nem a necessidade de uma disputa no Havaí? Será ele o melhor competidor do mundo?

Para mim, a resposta é NÃO! João teve sim alguns momentos cruciais durante o ano que penderam para o seu lado. Como diria Murphy, “o pão caiu sempre com o lado da manteiga pra baixo”! E não é chororô. São fatos! E foram esses detalhes que fizeram toda a diferença, e definiram o título ainda em Portugal. A questão aqui não é se sim ou não, mas se essas decisões caíram no colo dele de maneira premeditada ou por erros e incompetências dos juízes e acasos da vida.

John John Florence winning the Final of the Rip Curl Pro Portugal.
John John Florence winning the Final of the Rip Curl Pro Portugal

2. POR QUÊ? POR QUÊ?

Tem gente que acha que houve manipulação por parte da WSL em favor de Florence. Afinal, para uma empresa nova, que visa o lucro, possui acionistas e busca de todos os mercados possíveis pelo mundo, não é interessante que uma nação domine tudo, como o Brasil vinha fazendo e poderia continuar, caso Medina vencesse de novo. O ideal é que o máximo de pessoas e países esteja nas cabeças, disputando o caneco até o fim.

Então, nada melhor que, após a vitória de um brasileiro no primeiro ano, ser a vez de um americano (havaiano). E, depois de um australiano, seguido de um sul-africano, um europeu… Enfim, isso é um fato. Agora, se os fins justificam os meios, aí já são outros 500.

Não vou ficar em cima do muro, mas essa vai ser a última vez que volto a escrever sobre isso. A minha opinião é de que houve favorecimento para John John Florence, que teve notas aumentadas por diversas vezes, enquanto Gabriel Medina precisava surfar muito mais para receber menos notas do juízes. Não tenho nenhuma prova, apenas indícios. Então, paro por aqui e torço para que ano que vem seja mais justo.

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John John mata a sede de campeão do mundo em Portugal. Foto: WSL / Poullenot

3. O GRANDE CAMPEÃO E A GRANDE TEMPORADA

Bastidores e conspirações à parte, o John John, que não tem nada a ver com isso, teve um ano foda demais! Virou o Rei que todos sempre esperaram. Lançou um filme foda, venceu o evento de ondas grandes mais foda, ganhou a etapa do Rio e de Portugal e foi coroado como o melhor surfista do mundo!

E, como já disse algumas vezes, o John John é um cara muito legal! Então, apesar de todos os pesares, fiquei feliz com o título dele. Acho que, se ele não ganhasse novamente esse ano, talvez desistisse das competições. Talvez, resolvesse deixar de lado a pressão que todos sempre colocaram em cima dele e fosse apenas curtir a vida, sem competição, sem lycras amarelas, vermelhas, azuis ou brancas. Seria uma merda para o surfe competição!

Tem gente que diz que ele seria campeão mundial com certeza, com ou sem ajuda ou erros. Pode ser, porque talento ele tem de sobra, mas isso não é suficiente. Uma coisa é ser o melhor do mundo em um filme de surfe. A outra é ser o melhor num campeonato, com 30 minutos, naquelas condições, com a estratégia certa… O buraco é muito mais embaixo.

Agora, tudo não passa de especulações. Como diz um amigo meu: “Se meu pai fosse mulher, eu teria duas mães”. Podia ser pior! Imagina se fosse o Matt Wilkinson?!

A PERNA EUROPEIA E OS OUTROS 35

Foi tudo tão rápido, que acabei deixando de comentar sobre outros fatos importantes que aconteceram nas duas etapas realizadas na Europa e que definiram tudo isso aí que eu falei acima. Teve um campeonato na França e outro em Portugal e, além do duelo particular entre John e Gabs, muita água rolou.

Ou alguém aqui diria que outro havaiano, o quase invisível Keanu Asing (não pelo seu tamanho, mas por ter sido essa a primeira, e até agora única vez que ele passou para uma fase final na elite), seria capaz de eliminar os dois líderes do ranking e vencer o campeonato na França? Ou que o Medina perderia pra ele na final, com esquerdas de até um metro, na valinha, bem do jeito que ele gosta?

E será que alguém acharia que o francês Jeremy Flores seria o responsável pela eliminação precoce de Gabriel em Portugal (acho que ele realmente ganhou o duelo, mas tenho certeza que se John estivesse no lugar de Medina e tivesse feito exatamente o mesmo, ele teria ganho de Flores)? Ou que o Jadson Andre (esse na cara de pau) e o Filipe Toledo seriam eliminados de maneira controversa? Na boa, a virada do Julian Wilson naquela última onda foi sacanagem! Ele mesmo disse depois que sabia que era só dar 3 manobras (quaisquer) que levava. Agradeceu à sua parafina. Aí é dose!

Falem o que quiser, mas existem surfistas que são extremamente mal julgados e outros supervalorizados. E isso não se limita a brasileiros. É a tal da subjetividade…

No vídeo acima, “O dia em que dominamos o Hawaii”.

JÁ TEMOS UM CAMPEÃO, MAS O ANO AINDA NÃO ACABOU!

John John Florence levou o título mundial, mas ainda temos algumas coisas em jogo, que serão decididas a partir do próximo mês, no templo sagrado do surfe, o Havaí. Falta a Tríplice Coroa, que pode ser de qualquer um; o Pipemasters, que será do Gabriel Medina (prêmio de consolação, talvez?), mas vale lembrar que João João nunca venceu esse torneio e, depois de tudo o que foi esse ano, seria a cereja do bolo; o Estreante do Ano, que está entre Caio Ibelli (15º), Stuart Kennedy (18º) e Conner Coffin (19º); e também quem fica e quem cai fora dos Top-34.

Entre os brasileiros, dos 10 que começaram, temos 5 garantidos e 5 na berlinda. Vale lembrar que caem os 10 últimos colocados, ou seja, do 22º para baixo, um abraço (vale lembrar que das 36 vagas totais, 32 são para os melhores do ranking, duas para os lesionados da temporada e mais duas para convidados). O Wiggolly Dantas (20º) não está na zona de rebaixamento e é conhecido por gostar de ondas como as de Pipeline. Não deve ter problema. De resto, todos devem ficar espertos e brigar por bons resultados na etapa final. Miguel Pupo (21º), Jadson Andre (25º) não estão confortáveis, mas ainda estão no páreo. Alejo Muniz (30º) e Alex Ribeiro (34º) só com um milagre!

O ano ainda não acabou e a sorte está lançada. Todo mundo quer ser Pipemasters e quer ganhar a Triple Crown. Todo mundo quer estar na elite! Vamos torcer para que os juízes não errem mais tanto e que todos sejam julgados por seu surfe, não por interesses de terceiros ou por gostos pessoais!

Bônus 1: Vou escrever um texto sobre os erros de julgamento e todo esse processo confuso que acabou levantando tanta polêmica durante esse ano. Tentarei levantar alguns pontos cruciais que deixaram muitas dúvidas e possíveis soluções para a próxima temporada.

Bônus 2: A Liga do Comenta Cako no Fantasy continua a todo vapor. Não dá mais para brigar pelos prêmios que darei aos melhores da temporada (em breve, anuncio, mas tem coisa boa aí), mas quem quiser pode entrar lá e disputar os Brownie do Luiz, Cerveja Praya, Monster Energy e plaquinhas do Respeite um Carro a Menos da etapa de Pipeline.

Veja AQUI os demais texto do #ComentaCako para o #HCOLLAB.

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