Italo Ferreira impõe dominação absoluta em Portugal, sagra-se bicampeão e torna-se n°1 do ranking antes de Pipeline
Por Redação HC
Do jeito que a WSL gosta — e todos nós também, para falar a verdade — a disputa do título mundial masculino foi para Pipeline com aquela que promete ser uma insana disputa pelo título mundial.
O cenário foi desenhado graças a uma performance impressionante de Italo Ferreira neste sábado (26), incluindo um impiedoso atropelo na grande final, contra Jordy Smith.
Gabriel Medina cai para a segunda posição e junto de Filipe Toledo completa o cenário da corrida pelo mundial no Pipe Masters. Num cenário mais improvável, também Kolohe Andino e Kanoa Igarashi ainda aparecem com chances.
O dia decisivo foi disparado aquele com as melhores ondas de toda a janela do evento. Um mar liso, penteado de leve por um suave vento terral, empurrava ondas de até seis pés em Supertubos, abrindo tubos para ambos os lados e oferecendo fartura de oportunidades para decolagens e todo tipo de manobras críticas. Tudo isso em um dia de sol e com praia lotada.
Filipe Toledo é um surfista que costuma capitalizar em condições assim, muito parecidas com aquelas em que conquistou as duas últimas edições da etapa brasileira do CT. Em Portugal, ele vinha superando uma contusão nas costas — cuja gravidade ninguém sabe — para fazer boas atuações ao longo do campeonato.
Após um longo período de descanso, na segunda bateria das quartas de final, contra Kanoa Igarashi, ele não conseguiu manter o alto índice de acerto em seus aéreos e se viu atrás do japonês no confronto inteiro praticamente. Kanoa achou um bom tubo de backside, avaliado acima dos oito pontos, que sustentou sua liderança com tranquilidade.
A primeira bateria fora vencida por Jordy Smith contra um apático Kolohe Andino. Jordy, como Kanoa, também contou com um bom tubo para avançar. E foi o tubo também o caminho para Caio Ibelli superar Peterson Crisanto na terceira bateria.
No último duelo das quartas, Italo Ferreira esmagou todos os tubos e tudo que havia sido feito antes e cravou a maior somatória do campeonato com um verdadeiro show aéreo, superando duas vezes a casa dos nove pontos. Jack Freestone foi seu adversário e pegou um canudo excelente, avaliado acima dos oito pontos, e ainda assim terminou o duelo quase em combinação.
Jordy Smith virou uma semifinal tensa contra Kanoa com um aéreo rodando muito alto nos minutos finais, dando ponta de que poderia competir com Italo nos ares se este se confirmasse como desafiante no outro lado da chave.
Caio Ibelli fez o que pode para detê-lo e chegou muito perto, forçando Italo a uma suada virada após passar boa parte da bateria à frente do potiguar.
A final foi uma exibição absurda de um dos maiores talentos do surfe atualmente, desfilando na ponta dos cascos para uma plateia que não cansava de impressionar-se com manobras cada vez mais incríveis.
Para Jordy Smith, foi brutal. Italo abriu com um dez: full rotation muito alto de backside, aterrissagem perfeita. Outros aéreos se seguiram: sete, oito. Um varial alto e controlado foi estranhamente recompensado abaixo dos oito pontos mas tanto fazia àquela altura.
O final do circuito será teste de nervos para os surfistas e de cardíacos para a torcida. Quem aguenta?
Meo Rip Curl Pro
Quartas de final
1 Jordy Smith 13,40 x 10,97 Kolohe Andino
2 Kanoa Igarashi 15,24 x 12,26 Filipe Toledo
3 Caio Ibelli 12,86 x 11,83 Peterson Crisanto
4 Italo Ferreira 18,40 x 16,87 Jack Freestone
Semi final
1 Jordy Smith 15,83 x 12,66 Kanoa Igarashi
2 Italo Ferreira 15,43 x 14,86 Caio Ibelli
Final
Italo Ferreira 18,43 x 6,17 Jordy Smith