Um número crescente de cidades litorâneas da Inglaterra está proibindo a venda de bodyboards baratos após indícios de que essas pranchas estão aumentando a poluição na praias aos liberarem partículas de micro plástico no mar.
As pranchas, muitas das quais feitas na China e que podem ser compradas por apenas 60 centavos de Libra (aproximadamente R$ 5,00) se tornaram extremamente populares.
Contudo, após alguns dias de uso, a maioria desses bodyboards se desintegra em pequenos fragmentos de plástico que são quase impossíveis de remover da praia.
Isso motivou uma campanha nacional para que as lojas à beira-mar parem de vendê-los, enquanto uma lei para bani-los da Inglaterra está em pauta no congresso britânico.
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“Encontramos milhares dessas pranchas nas praias”, disse Neil Hembrow, do Keep Britain Tidy, ONG ambiental que vêm monitorando o impacto dessas pranchas no litoral inglês.
“Eles são importados da China ou da Ásia e duram muito pouco tempo, normalmente apenas uma sessão de surfe”, esclarece a ambientalista.
Os bodyboards são feitos de duas polegadas de poliestireno barato coberto com náilon, às vezes uma folha de plástico.
As vendas aumentaram muito nos últimos anos, à medida que o passatempo ganhou popularidade. Até mesmo o ex-primeiro-ministro David Cameron e sua família já foram vistos com essas pranchas brincando nas ondas da Cornualha.
Hembrow conta que no ano passado, cerca de 16.000 pranchas foram descartadas de maneira imprópria, um número que deve aumentar com cerca de 30 milhões de turistas – mais que o dobro do total do ano passado – descendo às praias do Reino Unido neste verão.
Segundo o guarda florestal Holly Robertson: “Essas pranchas superbaratas nem chegam ao fim do dia, quanto mais da semana. Alguns deles quebram em duas horas”.
Ela acrescenta: “Eles são descartados e então se quebram em pequenos fragmentos. Para os pássaros, as peças parecem comida. Eles pensam que é um ovo de peixe. Mas isso os está matando”.
Os fragmentos que vão parar no mar se assemelham às algas e acabam virando comida de peixes e tartarugas.
“As tartarugas-de-couro da região estão sendo mortas pela poluição do plástico“, acrescentou Robertson. “Estas são as mesmas tartarugas retratadas nos bodyboards das crianças. Quão irônico é isso?”, lamenta a guarda florestal.
Além disso, essas pranchas também estão colocando a vida humana em risco.
Segundo dados levandos pela Guarda Costeira britânica, foram reportados 2.000 incidentes no mar envolvendo pessoas com essas pranchas de bodyboard no ano passado.
Motivo pelo qual a UK Bodyboarding Association apoia a campanha para banir essas pranchas de plástico baratas da Inglaterra.
“As pranchas são muito frágeis e se quebram facilmente, deixando pessoas menos experientes vulneráveis no mar. Agora estamos incentivando os turistas a alugar ou comprar pranchas de melhor qualidade”, esclarece o dirigente.
“Essas pranchas baratas não são nem um pouco sustentáveis e ainda dão ao bodyboard uma má fama. Queremos acabar com isso”, conclui.
Com informações de dailymail.co.uk.