A The Ocean Cleanup, organização de limpeza dos oceanos, anunciou que é possível remover a Grande Mancha de Lixo do Pacífico em até 10 anos, com um custo de US$7,5 bilhões. Caso as operações sejam expandidas, o prazo pode ser reduzido para 5 anos, com um custo estimado de US$ 4 bilhões.
Nos últimos três anos, a The Ocean Cleanup retirou mais de 450 toneladas de lixo plástico da Grande Mancha de Lixo do Pacífico, equivalente a 0,5% do total acumulado. A entidade acredita que, com o ritmo atual de operações, é possível concluir a limpeza em uma década, mas aumentos de eficiência e de financiamento podem acelerar o processo.
“A poluição plástica dos oceanos é um dos problemas mais urgentes que nossos oceanos enfrentam hoje, custando ao mundo até US$ 2,5 trilhões por ano em danos às economias, indústrias e ao meio ambiente”, informa comunicado da ONG. “Hoje, convocamos o mundo a se juntar a nós em um momento de ação — o custo da inação é catastrófico para os ecossistemas marinhos, a saúde humana e o meio ambiente.”
A trajetória da The Ocean Cleanup começou em 2018, quando Slat lançou o primeiro protótipo do sistema de coleta de lixo oceânico, o System 001. Após essa fase inicial, o design passou por ajustes, resultando no System 002. Recentemente, o System 003 foi implementado com sucesso, aumentando a eficiência da coleta de plásticos. Esses sistemas foram desenvolvidos para capturar tanto os grandes detritos flutuantes quanto os microplásticos que se espalham por diferentes camadas da coluna d’água.
“O anúncio de hoje é claro: oceanos limpos podem ser alcançados em um tempo administrável e por um custo claro”, afirmou Boyan Slat, fundador da The Ocean Cleanup. “Por meio do trabalho duro dos últimos 10 anos, a humanidade tem as ferramentas necessárias para limpar o oceano. Mostramos ao mundo que o impossível agora é possível. A única coisa que falta é quem garantirá que esse trabalho seja feito. Apelamos ao mundo para relegar a Grande Mancha de Lixo do Pacífico aos livros de história.”
Remover o plástico dos oceanos vai além de apenas retirar os resíduos visíveis da superfície. Grande parte dos detritos se fragmenta em microplásticos, que entram na cadeia alimentar marinha e são difíceis de coletar. Além disso, resíduos submersos representam um desafio técnico adicional para os sistemas de captura. A The Ocean Cleanup, entretanto, busca superar esses obstáculos sem causar danos à fauna marinha.
Neste contexto, a equipe anunciou que em 2025 fará uma pausa operacional para mapear áreas de maior concentração de plástico. Isso permitirá direcionar os esforços para os locais mais críticos e aumentar a eficácia das operações.
Boyan Slat e sua equipe estão confiantes de que a tecnologia necessária para limpar a Grande Mancha de Lixo do Pacífico já está disponível. Com um planejamento estratégico e o apoio global, Slat acredita que a erradicação desse desastre ambiental é possível. “Pela primeira vez, podemos dizer ao mundo quanto custa, o que é necessário e quanto tempo pode levar. É hora de agir”, concluiu Slat.
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