Por João Carvalho
OPERUANO MIGUEL TUDELA foi o melhor sul-americano no QS 3000 Martinique Surf Pro, encerrado no sábado de boas ondas em Basse Point, na Ilha Martinica. Ele só perdeu na semifinal que o italiano Leonardo Fioravanti fez a melhor apresentação da etapa caribenha do WSL Qualifying Series. Depois de bater todos os recordes, ele também surfou as melhores ondas na final contra o norte-americano Nat Young para vencer o campeonato. Muitos surfistas que competiram no Caribe, estão voltando para América do Sul para participar do QS 1500 Rip Curl Pro Argentina, que começa na terça-feira em Mar del Plata.
Com os 3.000 pontos da vitória na Ilha Martinica, Leonardo Fioravanti entrou na lista provisória dos dez surfistas que sobem para o grupo dos top-34, que disputa o título mundial no World Surf League Championship Tour. Já Miguel Tudela, ganhou 1.680 pontos pela terceira colocação e subiu do 27.o para o 15.o lugar no ranking, melhor posição de um surfista do Peru na história do WSL Qualifying Series, iniciada em 1992 com a divisão do Circuito Mundial.
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DUAS SEMANAS ATRÁS, Miguel Tudela tinha somado 750 pontos em casa na Copa Triathlon Sport Reef Pro, quando tentava o tricampeonato consecutivo em San Bartolo, Mas, ele perdeu a final peruana para Alonso Correa, que largou na frente na corrida pelo título sul-americano da WSL South America e vai defender a liderança do ranking no Rip Curl Pro Argentina em Mar del Plata. Já Miguel Tudela agora é o quarto na fila de entrada para o G-10, atrás apenas do havaiano Joshua Moniz e do australiano Stu Kennedy, que saíram da lista na Martinica, e do francês Maxime Huscenot.
Além de Leonardo Fioravanti, o potiguar Jadson André foi o outro único surfista a ingressar no G-10 no QS 3000 do Caribe. Ele foi um dos três brasileiros que ficaram nas quartas de final que abriram o sábado em Basse Point. O brasileiro e o italiano perderam suas vagas na elite do CT no ano passado e agora começam a aparecer entre os dez indicados pelo ranking de acesso. O potiguar já havia subido da 14.a para a décima posição quando se classificou para as quartas de final na sexta-feira e no último dia foi ultrapassado pelo campeão na Martinica.
BRASIL NO G-10
Com os 3.000 pontos da vitória, o italiano saltou do 29.o para o sétimo lugar e tirou o havaiano Joshua Moniz da lista. Com isso, Jadson André caiu para a 11.a posição e está fechando o G-10, porque o líder do QS vai garantindo seu nome para o CT 2019 entre os 22 do ranking principal da World Surf League. O australiano Mikey Wright competiu como convidado na etapa de abertura da temporada na Gold Coast e divide a nona posição no Jeep Leaderboard com os campeões mundiais Mick Fanning e Adriano de Souza, além de Kanoa Igarashi. Com isso, dispensa a vaga pelo ranking de acesso no momento.
Com a entrada do potiguar Jadson André, o Brasil agora detém quatro das dez vagas na lista provisória do G-10, após a 17.a etapa encerrada neste sábado na Ilha Martinica. Finalistas no QS 6000 de Sydney, na Austrália, o paulista Deivid Silva, que conquistou o título, já ocupava a vice-liderança e o catarinense Alejo Muniz estava em quarto no ranking. Os dois perderam na sexta-feira em Basse Point. O outro é o paulista Miguel Pupo, que chegou no Caribe em sétimo lugar e subiu para a quinta colocação quando passou para as quartas de final.
QUARTAS DE FINAL
Pupo foi barrado na primeira bateria do sábado na Martinica, pelo taitiano Mihimana Braye, por um baixo placar de 10,77 a 9,43 pontos. Jadson André entrou no duelo seguinte e também foi batido pelo americano Nat Young em outra disputa fraca de ondas. No confronto de ex-tops do CT, o californiano levou a melhor por 13,43 a 9,66 pontos.
Depois, o peruano Miguel Tudela conquistou a única vitória sul-americana do último dia, contra o português Miguel Blanco, por 11,23 a 9,97. Na última quarta de final, o baiano Bino Lopes chegou a superar o placar do peruano e de todos os brasileiros, mas Leonardo Fioravanti surfou melhor ainda para vencer por 14,66 a 12,70 pontos. Depois, o italiano fez os recordes do QS 3000 Martinique Surf Pro – nota 9,43 e 18,00 pontos – contra Miguel Tudela na briga pela última vaga na grande final.
DECISÃO DO TÍTULO
Na decisão do título, Leonardo Fioravanti também mostrou muita paciência para escolher as melhores ondas da bateria e não desperdiçou nenhuma chance de mostrar o seu surfe moderno, com manobras progressivas nas ondas de Basse Point. Ele só pegou três ondas, recebendo nota 7,83 na primeira, 7,10 na segunda e 9,00 na terceira, para sacramentar a vitória por 16,83 a 13,00 pontos. Com o vice-campeonato, o norte-americano Nat Young ganhou 140 posições no ranking, saindo do 171.o para o 31.o lugar.
Já quem mais subiu na tabela de classificação foi o português Miguel Blanco, que chegou no Caribe na 218.a colocação e foi para a 65.a com o quinto lugar na Ilha Martinica. Ele perdeu para o peruano Miguel Tudela nas quartas de final, ficando empatado com os brasileiros Miguel Pupo, Jadson André e Bino Lopes. Bino também deu um salto no ranking, do 75.o para o 36.o lugar, assim como o também baiano Marco Fernandez, que somou 840 pontos pelo 13.o lugar no evento e subiu da 92.a para a 49.a posição.
RESULTADOS DO ÚLTIMO DIA DO QS 3000 MARTINIQUE SURF PRO:
Campeão: Leonardo Fioravanti (ITA) por 16,83 pontos (9,00+7,83) – US$ 12.000 e 3.000 pontos
Vice-campeão: Nat Young (EUA) com 13,00 pontos (7,17+5,83) – US$ 6.000 e 2.250 pontos
SEMIFINAIS – 3.o lugar com 1.680 pontos e US$ 4.000 de prêmio:
1.a: Nat Young (EUA) 16.33 x 12.17 Mihimana Braye (TAH)
2.a: Leonardo Fioravanti (ITA) 18.00 x 15.43 Miguel Tudela (PER)
QUARTAS DE FINAL – 5.o lugar com 1.260 pontos e US$ 2.000 de prêmio:
1.a: Mihimana Braye (TAH) 10.77 x 9.43 Miguel Pupo (BRA)
2.a: Nat Young (EUA) 13.43 x 9.66 Jadson André (BRA)
3.a: Miguel Tudela (PER) 11.23 x 9.97 Miguel Blanco (PRT)
4.a: Leonardo Fioravanti (ITA) 14.66 x 12.70 Bino Lopes (BRA)
DECISÃO FEMININA DO QS 3000 MARTINIQUE SURF PRO:
Campeã: Chelsea Tuach (BRB) por 13,40 pontos (7,07+6,33) – US$ 12.000 e 3.000 pontos
Vice-campeã: Claire Bevilacqua (AUS) com 10,63 pontos (6,13+4,50) – US$ 5.000 e 2.250 pontos
SEMIFINAIS – 3.o lugar com 1.680 pontos e US$ 2.000 de prêmio:
1.a: Claire Bevilacqua (AUS) 11.16 x 10.33 Isabela Nichols (AUS)
2.a: Chelsea Tuach (BRB) 13.87 x 13.83 Philippa Anderson (AUS)
G-10 DO WSL QUALIFYING SERIES 2018 – 17 etapas:
01: Mikey Wright (AUS) – 8.105 pontos com vaga nos top-22 do CT
02: Deivid Silva (BRA) – 7.250
03: Evan Geiselman (EUA) – 6.670
04: Alejo Muniz (BRA) – 6.650
05: Miguel Pupo (BRA) – 6.220
06: Barron Mamiya (HAV) – 5.755
07: Leonardo Fioravanti (ITA) – 5.560
08: Matthew McGillivray (AFR) – 5.240
09: Matt Banting (AUS) – 5.160
10: Reef Heazlewood (AUS) – 5.050
11: Jadson André (BRA) – 4.960





Crédito das imagens: WSL/Poullenot