Após ser eliminado por Yago Dora na repescagem do Corona Fiji Pro, Kelly Slater, o maior surfista competitivo de todos os tempos, pode ter surfado sua última bateria em uma competição do WSL Championship Tour. Aos 52 anos, o estadunidense construiu uma carreira que se estende por mais de três décadas, enfrentando e derrotando múltiplas gerações da elite do surf profissional, e mesmo enfrentando adversários com a metade da sua idade, ele ainda está no topo da cadeia quando se trata de ondas pesadas e tubulares, como é o caso de Cloudbreak. Para superá-lo, foi necessário que o brasileiro apresentasse a melhor performance do dia, com uma nota impressionante de 9.33.
“Foi uma onda incrível. Foi de partir o coração assistir e pensar que essa deveria ter sido minha onda,” explicou Slater sobre a quase perfeita onda de Dora.
“De um modo geral, foi um dia muito frustrante,” continuou ele. “É um recife que conheço tão bem, mas não estava funcionando muito hoje, e normalmente não surfo tanto lá no final. Senti-me um pouco perdido esta manhã e nunca consegui entrar no fluxo… parabéns ao Yago, ele é um dos meus surfistas favoritos e sempre um adversário difícil.”
Na entrevista à WSL, Slater acabou reconhecendo que provavelmente esta foi sua última bateria em um lugar onde ele venceu quatro vezes ao longo de sua lendária carreira.
“Esta foi provavelmente a última bateria que eu surfo aqui,” revelou Slater. “Tenho milhões de ótimas memórias. Tavarua, você foi minha família para sempre. Muito obrigado a todos vocês, amo vocês.”
Nascido em Cocoa Beah, na Flórida, no ano de 1972, Kelly Slater conquistou seu primeiro de 11 títulos mundiais em 1992, aos 20 anos. Ele seguiu esse feito vencendo cinco títulos consecutivos entre 1994 e 1998. Após uma breve “aposentadoria”, o estadunidense retornou com força total, conquistando mais cinco títulos entre 2005 e 2011. Ao longo do caminho, ele também acumulou 56 vitórias no Championship Tour, oito títulos do Pipe Masters, três vitórias na Triple Crown e um troféu do Eddie Aikau Invitational.
Além de sua carreira nas competições, Slater também exerce forte influência na indústria do surf. Com sua marca de roupas sustentáveis, Outerknown, sua empresa de pranchas Slater Designs, e suas inovações revolucionárias em piscinas de ondas e parques de surf, ele ajudou a transformar um esporte nichado e marginalizado em uma das atividades mais populares do mundo.
Dizem nos bastidores que a WSL concede um wildcard vitalício para Slater (e o cara, de fato, merece). Resta saber se aos 52 anos e finalmente não sendo mais considerado o favorito em baterias, ele ainda continuará com vontade de vestir a liycra do CT. Pelo jeito, não. Independente disso, seja qual for sua escolha, ele contará sempre com a admiraão e respeito dos fãs de surf.