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Crise no surfwear: CEO da Rip Curl internacional pede demissão 

Ainda não se sabe quem irá ocupar o cargo deixado vacante por Farris. Candidato disponível no mercado é o que não falta

Após três anos no cargo, a CEO da Rip Curl internacional, Brooke Farris, pede demissão. A marca, uma das mais tradicionais do surf e patrocinadora do brasileiro tricampeão mundial Gabriel Medina, não passa por um bom momento. No ano fiscal encerrado em 31 de julho, a receita anual da Rip Curl caiu 7,3%, para U$316,2 milhões de dólares em comparação com o ano anterior. Além disso, o EBITDA (Lucros Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) da empresa sofreu uma queda de 24,5%, caindo para U$24,6 milhões de dólares.

De acordo com a KMD Brands, empresa baseada na Nova Zelândia e atual controladora da marca australiana, o seu CEO, Michael Daly, um veterano da Rip Curl, também se demitiu. Ele deixou sua posição duas semanas atrás, mas servirá como CEO interino da Rip Curl até que um substituto permanente seja encontrado.

A trajetória de 14 anos de Farris na Rip Curl fez com que ela ocupasse todos os degraus da hierarquia, de gerente de equipe a gerente geral. Em 16 de agosto de 2021, ela foi nomeada CEO da Rip Curl, tornando-se a segunda mulher na história a ocupar o principal cargo de uma das maiores marcas de surf.

Ex-campeã júnior de surf, gerente do Tour Mundial feminino da ASP e membro do conselho da The Beachley Foundation, Surfing Australia e SurfAid, a chegada de Brooke ao comando da Rip Curl foi vista como um bom sinal de renovação na indústria. Seu trabalho vinha dando bons resultados até a marca se envolver no início do ano numa grande polêmica ao fazer uma publicação no Instagram apoiando surfistas transgêneros. 

O post, que depois foi refutado pela própria marca, aprofundando ainda mais a trapalhada de relações públicas, resultou no boicote aos seus produtos, com substancial queda nas vendas. A marca também perdeu talentos preciosos, como a surfista Bethany Hamilton, a patrocinada da marca com maior visibilidade nas mídias sociais e ferrenha opositora das causas transgêneras.

Para tentar remediar o estrago, Brooke trouxe sua amiga pessoal, a australiana 8x campeã mundial Stephanie Gilmore de volta para a Rip Curl. A contratação, por oito anos e valendo U$4 milhões de dólares, foi bem recebida pelos consumidores da marca, mas talvez não tenha sido suficiente para restaurar todo o brilho da sua liderança. 

Outra tentativa significativa de mudar o foco das atenções negativas sobre a marca foi o anúncio do patrocínio do campeonato de ondas grandes Eddie Aikau Invitational a partir da próxima temporada havaiana. O evento mais reverenciado do surf, traz consigo uma história e prestígio incomparáveis. Realizado na icônica Baía de Waimea somente quando as faces da ondas consistentemente ultrapassam os 40 pés de altura é acompanhado por milhões de pessoas ao redor do mundo.

Ainda não se sabe quem irá ocupar o cargo deixado vacante por Farris. Diante da crise que a indústria do surfwear vem passando nos últimos anos, com muitas demissões entre as lideranças das principais marcas, candidato disponível no mercado é o que não falta.

+Rip Curl confirma patrocínio do Eddie Aikau

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