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Comunidade do surf lamenta a morte de Marcio Freire

A quinta-feira foi um dia especialmente triste para o big surf mundial com a perda de Marcio Freire nas ondas do canhão de Nazaré, em Portugal.

O brasileiro se afogou após ficar muito tempo submerso, atingido por uma onda com cerca de 15 pés que acabara de surfar.

Marcio Freire tinha 47 anos e construiu uma sólida reputação como big rider, sobretudo nos anos em que viveu no Havaí.

Ao lado dos amigos de Salvador, na Bahia, Danilo Couto e Yuri Soledade, desbravou o surf na temida onda de Jaws, em Maui, na remada, em uma época em que só se entrava no pico de tow-in.

Pelas performances, que, inclusive, abriram as portas para que muitos big riders explorassem a onda também na remada, receberam o apelido de “Mad Dogs” (cachorros loucos).

Marcio Freire
Marcio Freire, ao lado dos amigos “Mad Dogs” Danilo Couto e Yuri Soledad, mudou a forma como se surfa Jaws na remada. Foto: Reprodução

Marcio morava no Havaí desde 1998 e era muito querido por toda comunidade. Tanto por sua simplicidade e carisma, quanto por sua coragem no mar.

Em 2020 ele voltou a morar em sua terra natal, a Bahia, mas manteve uma rotina de viagens em busca das maiores ondas. Seu jeito introvertido e de poucas palavras, contudo, dificultou a aproximação de patrocinadores, principalmente em uma era midiática, em que a exposição excessiva das redes sociais torna-se uma exigência cada vez maior.

Freire, na verdade, era o oposto disso, um “surfista raiz”, que pouco se importava com os holofotes. O que ele priorizava, de fato, era estar no mar na hora certa para surfar as maiores ondas.

Por isso, amigos, admiradores e personalidades do mundo do surf tem feito homenagens a Marcio Freire, lamentando sua partida, desde que sua morte foi confirmada.

Marcinho, você mudou a forma como surfamos Pe’ahi para sempre. Sua alma feliz e seus modos amorosos sempre serão lembrados. Nenhuma palavra pode descrever o quão devastador isso é. Nós te amamos muito. Para sempre uma lenda. Descanse em paz amigo”, escreveu Andrea Moller em sua conta no Instagram.

O amigo e parceiro de “Mad Dogs”, postou: “O seu legado viverá para sempre em nossos corações até nos encontrarmos de novo, meu irmão”. Em outra postagem no Stories, escreveu: “Te amo, irmão”.

Foto: Reprodução / Instagram

O cinegrafista brasileiro radicado no Havaí, Bruno Lemos, escreveu: “Eu poderia muito bem dizer que o mundo do surfe está em luto hoje mas na verdade o planeta está em luto hoje com a passagem desse incrível e único ser humano chamado Marcio Freire”.

Bruno acompanhou de perto a trajetória do big rider. Muitas das imagens feitas pelo cinegrafista estão eternizadas no documentário “Mad Dogs”, de Roberto Studart, que conta a história de pioneirismo de Freie e seus amigos baianos no surf de remada em Peah’i, Jaws.

Notícia muito triste pro mundo do big surf. Descanse em paz, meu amigo”, escreveu Carlos Burle. Alemão de Maresias, que conhece a onda de Nazaré como poucos, declarou: “Muito triste pela sua partida, que você surfe as ondas mais perfeitas do universo”.

Campeão mundial de ondas grandes, o brasileiro Lucas Chumbo disse estar extremamente abalado com a perda de Marcio Freire:

Diversos nomes do cenário internacional também renderam homenagens ao big rider baiano. Kai Lenny, Shane Dorian, Ian Walsh e Justine Dupont são apenas alguns exemplos, pois as homenagens seguem brotando em todos os cantos do planeta à medida em que a notícia se espalha.

Perda de Marcio Freire foi sentida em diversas partes dos mundo. Foto: Reprodução / Instagram

Marcio Freire passava uma temporada em Portugal, acompanhado por familiares, quando sofreu o acidente que tirou a vida. O baiano de sorriso afável e surf inspirador deixará saudades, mas, acima de tudo, um legado de coragem e amor ao surf que seguirá inspirando gerações.

 

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