O Instituto Baleia Jubarte alertou a população local sobre os riscos de consumir a carne do animal, além da prática ser ilegal, mas muitos ignoraram o aviso
Por Redação HC
Na última sexta-feira (30/08), uma baleia jubarte de aproximadamente 15 metros e 40 toneladas, encalhou e morreu na praia Bairro de Coutos, em Salvador, Bahia. Era esperado que o animal fosse retirado da praia já no mesmo dia do encalhe, porém, devido ao local ser de difícil acesso, isso não foi possível e a baleia continuou na orla de Coutos ao longo do fim de semana.
Desde então, o animal atraiu diversos curiosos ao local e, alguns deles, viram na baleia a oportunidade de pegar um pouco de carne. O auxiliar de pedreiro Jorge Silva, 28, nas primeiras horas da morte da jubarte, aproveitou para retirar alguns pedaços da baleia, enquanto ainda estava fresca. O objetivo, segundo Jorge, era garantir seu estoque de carne para os próximos dois meses.
A bióloga Luena Fernandes, que esteve no local, voltou a alertar para o perigo do consumo da carne da baleia e reforçou que se trata de uma prática ilegal. “Consumir a carne de baleia, além de ser crime ambiental, por se tratar de um animal protegido por lei, é também um risco grave à saúde humana. Se esse animal encalhou, é porque estava muito doente. Não é recomendável que comam a carne desse animal”, disse a bióloga.
Enquanto alguns aproveitaram os primeiros momentos da morte da baleia para retirar pedaços de carne do animal, a população da região sofreu com o mau cheiro, De acordo com o pescador e morador do bairro, Ivan Ferreira, 44, ele não entra no mar para pescar desde que soube da morte do animal. Segundo ele, a água ficou contaminada e afastou os peixes:
“Não vou pescar desde sexta-feira, os peixes somem com esse mau cheiro. Dá para sentir de longe, as famílias que moram aqui perto também não estão mais aguentando”, contou o pescador.
Por meio de nota, a Empresa de Limpeza Urbana do Salvador (Limpurb) informou que, nesta segunda-feira (03/09), “rebocará a carcaça da baleia da praia de Coutos para a de Tubarão às 17h, com uso de um barco. O novo local foi escolhido por facilitar o acesso dos equipamentos necessários para a total remoção dos restos do animal morto”.
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