23.9 C
Hale‘iwa
quarta-feira, 24 abril, 2024
23.9 C
Hale‘iwa
quarta-feira, 24 abril, 2024

Big riders questionam transparência e postura da WSL com o big surf

Alguns big riders consagrados usaram suas vozes para questionar a WSL acerca da atribuição do recorte de maior onda surfada e da postura com a comunidade do big surf mundial.

No dia 29 de outubro de 2020, o alemão Sebastian Steudtner surfou uma onda em Nazaré, Portugal, avaliada em 26,21 metros de altura, e recentemente teve reconhecido o recorde de maior onda já surfada por uma pessoa. Steudtner ultrapassou a marca recordista do brasileiro Rodrigo Koxa que foi de 24,38 metros com uma onda surfada no mesmo pico no ano de 2017.

>>> Sino conta a verdadeira história do início de Gabriel Medina

Só que o anúncio da vitória de Steudtner despertou muita controvérsia entre big riders consagrados. Carlos Burle, Rodrigo Koxa e Maya Gabeira, por exemplo, não estão convencidos que a onda de Steudtner tenha sido maior que a de Koxa. E eles pedem por mais transparência por parte da WSL quanto aos critérios utilizados.

Rodrigo Koxa questiona o fato de a sua onda ter sido julgada por uma equipe enquanto a de Steudtner foi avaliada por outra equipe. “Já que mudaram a banca julgadora, eu gostaria que medissem novamente a minha onda”, disse Koxa.

>>> Julgamento da WSL vira piada aberta entre Medina, Toledo e cia 

A onda de Koxa foi julgada por Mike Parsons, Greg Long, Gary Linden (fundador do Big Wave Tour), Jeff Divine, Grant Ellis, Dave Gilovich (diretor editorial do Surfline), Chris Dixon (jornalista especializado em big surf) e Bill Sharp (criador da premiação do XXL). Enquanto a de Steudtner foi julgada por Adam Fincham, Michal Pieszka, Hironori Matsumoto, Adam Young e Falk Feddersen.

A onda de Rodrigo Koxa que foi recordista.

Big riders questionam transparência da WSL: “É fácil qualquer onda na Nazaré ser mal interpretada,” diz Bill Sharp

Outro que contesta o resultado é Bill Sharp, fundador do XXL Big Wave Awards. Ele afirmou que não quer tirar o mérito de Steudtner, mas não acredita que sua onda tenha sido maior que a de Koxa.

“É fácil qualquer onda na Nazaré ser mal interpretada sem uma grande variedade de ângulos de fotos na mão e muita experiência com o local”, diz. “Eu adoraria rever as descobertas exatas da atual equipe científica da WSL e verificar novamente a matemática, só para ter certeza.”

>>> Gabriel Medina e Desert Point: tentamos entender a polêmica

Para Sharp também há falta de transparência por parte da WSL. “Quando eu estava no comando, sempre fomos totalmente transparentes, e trabalhei muito para garantir que o painel incluísse as melhores mentes disponíveis”.

Já o bicampeão mundial de ondas grandes Carlos Burle afirmou que as regras “não são claras” e que o processo é “subjetivo”.

“A entidade não divulga os juízes e não traz para o painel cientistas imparciais, ou mais informações”, disse Burle, que também considera que as acções para avançar no big surf surf feminino foram ineficazes. “O que adianta haver premiações igualitárias e não promover eventos?”, questiona. Burle não atribui a culpa somente à WSL, e em vez disso denuncia falta de união e organização de todos os agentes da comunidade.

“Os atletas ficam à margem,” diz Maya Gabeira 

A big rider carioca Maya Gabeira conta que não submeteu nenhuma onda sua este ano para os Big Wave Awards, pois considera que “os anos passam” e o surf profissional de ondas grandes “retrocede”. Foi o que ela disse em uma postagem em seu Instagram (abaixo).

 

View this post on Instagram

 

A post shared by Maya Gabeira (@maya)

“Principalmente nos últimos anos, sem nenhum responsável pelo esporte na WSL, os atletas ficam à margem”. “É como se tivéssemos de aceitar qualquer coisa”, desabafou Maya, que relatou que o e-mail com informações sobre o prêmio chegou em cima da hora e com categorias cortadas. Contou ainda que vários surfistas consideraram não participar, mas “a falta de oportunidade fez com que a maioria sentisse que isso era melhor do que nada”.

“Eu entendo os que enviaram suas ondas mesmo assim, apesar de insatisfeitos com tudo isso. Mas para mim senti-me em uma posição privilegiada. Tendo vencido tantas vezes, minha primeira vitória foi em 2007. Achei justo defender o esporte presente e as futuras gerações. Continuo aberta e ansiosa para discutir as mudanças necessárias com a WSL. E espero que, ao ficar de fora, eu possa dar minha pequena contribuição ao esporte que tanto me deu! Os atletas merecem melhor! O surf de ondas grandes evoluiu continuamente nos últimos 20 anos… por que o surf profissional de ondas grandes não deveria refletir isso também?,” questionou Maya.

Receba nossas Notícias no seu Email

Últimas Notícias