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Bethany Hamilton faz história com performance em Fiji


por Alexandra Iarussi

Se você viu alguma das baterias de Bethany Hamilton durante o Fiji Pro (que terminou com vitória de Johanne Defay, leia aqui) provavelmente deve estar se perguntando: como ela faz isso? Chega a ser surreal. Fato é que a havaiana, que em 2003 perdeu o braço após sofrer um ataque de tubarão em seu quintal de casa, no Kauai, Havaí, teve de reaprender a surfar com um braço, e vê-la vencendo algumas das melhores surfistas do mundo, em ondas de 6-8 pés em Cloudbreak, em Tavarua, Fiji, é inspiração para a vida.

No vídeo acima, você assiste a Bethany durante uma sessão de freesurf em Fiji, sob o ângulo de uma GoPro, e entende “como ela faz isso”.

Eliminação da líder Tyler Wright e da hexacampeã mundial Steph Gilmore

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=16uhXOiDzng]

Acima assista ao recap da bateria de Bethany contra Tyler Wright, pelo round 2 do Fiji Women’s Pro – a onda de 9 pontos de Bethany começa a partir dos 30″.

Bethany aumentou o seu status de lenda após despachar a então número 1 do Jeep WSL Leader, Tyler Wright, no Round 2 da repescagem e, depois, mandar para casa a hexacampeã mundial Stephanie Gilmore. Ela ainda venceu a francesa Johanne Defay, na disputa pela primeira vaga para as quartas de final. Na sequência, derrotou Nikki Van Dijk rumo semifinal, e depois caiu somente para a francesa Johanne Defay, campeã do evento, a quem tinha vencido nas quartas.

Bethany Hamilton, terceiro lugar durante o Fiji Women's Pro. Foto: WSL
Bethany Hamilton, terceiro lugar durante o Fiji Women’s Pro. Foto: WSL

AS PALAVRAS DE BETHANY HAMILTON

“A Stephanie (Gilmore), a Tyler (Wright) e a Carissa (Moore) são as minhas três surfistas favoritas, então foi até assustador para mim saber que tinha a Stephanie na minha bateria”, disse Bethany Hamilton. “Eu tenho muito respeito por todas as meninas do Tour e sempre tive o sonho de surfar e competir aqui em Fiji, então fiquei muito feliz por receber o ‘wildcard’ para este evento. Fico honrada também em poder inspirar as pessoas. Eu sei que estou em uma posição de poder incentivar as meninas para perseguir na busca dos seus sonhos. Mesmo depois de perder um braço, eu ainda faço tudo o que eu queria fazer com o meu futuro. Eu acho que sou uma lembrança para as meninas mais jovens, que elas podem alcançar o que definirem em suas mentes,” conta a havaiana, que dividiu o terceiro lugar no Fiji Women´s Pro com a vice-campeã desta etapa no ano passado, Bianca Buitendag.

Bethany encontra um tubo (foram dois, na verdade), para tirar 9 pontos e eliminar Tyler Wright no R2 do evento. Foto: WSL
Bethany encontra um tubo (foram dois, na verdade), para tirar 9 pontos e eliminar Tyler Wright no R2 do evento. Foto: WSL

“Estar aqui competindo no Fiji Pro foi a realização de um sonho e estou muito feliz da forma como foi”, disse Bethany Hamilton. “As meninas do Championship Tour estão surfando num nível incrível e tenho muito respeito por todas elas. Eu consegui um resultado surpreendente aqui e sou muito grata pelo apoio do meu marido, da família e de todos os meus fãs que torceram por mim. Foi realmente uma experiência incrível para mim”.

Kelly Slater sobre Bethany: “Qualquer um que não se inspirar com Bethany e sua qualidade física, deveria checar seus batimentos”

Via Instagram, o 11x campeão mundial Kelly Slater enalteceu a performance da surfista havaiana:

“Qualquer um que não se sentir inspirado com Bethany Hamilton e suas qualidades físicas, depois de perder um braço para um tubarão tigre no Kauai, deveria checar seus batimentos. Os obstáculos que ela teve de ultrapassar para performar nesse nível é sem dúvidas algo sem precedentes na história do esporte feminino e masculino. É animal que ela tenha começado no Fiji Pro e tenha despachado grandes nomes, perdendo apenas para a futura campeã Johanne Defay, nas semis. Espero vê-la em mais eventos nesse ano, e espero que ela consiga se requalificar com alguns bons resultados obtidos como wildcard nas etapas do tour. Acho que todos deveriam tentar uma queda com um braço amarrado na lateral do corpo, e tentar não apenas remar, mas surfar em picos casca-grossa, como Pipe, Jaws, e Cloudbreak, e tentar subir em uma prancha. Eu tenho medo de tentar algo desse tipo, e estou ridiculamente impressionado com seus talentos. Parabéns pelo seu terceiro lugar em Cloudbreak. É maravilhoso te assistir surfar nessas condições.”

Bethany Hamilton, fazendo cair nossos queixos, no R1 em Fiji. Foto: WSL
Bethany Hamilton, fazendo cair nossos queixos, no R1 em Fiji. Foto: WSL

Jessi Miley-Dyer, ex-competidora do tour, e uma das comissionárias da WSL feminina, também se manifestou:

“Queria muito dar esse wildcard para ela, mas ela estava muito ocupada. Ela teve bebê recentemente, e esteve na Amazing Race dois anos atrás, na época desse evento. Nos conhecemos quando ela tinha 12 anos, eu tinha 15, e a gente competia juntas pela Rip Curl, então, somos amigas de longa data. Surfamos muito em reef breajs, então, eu já esperava que ela fosse se dar bem em Fiji; surfar reef breaks pesados é com ela. Bethany sempre foi muito forte, sempre treinou muito e fez muitos exercícios de core, então, essa força sempre me impressionou nela. Tudo o que eu queria era mostrar a todos o quão bem ela surfa nessas condições, porque eu sabia que as pessoas iriam ficar boquiabertas. Todas as meninas do tour que já surfaram com ela sabem o quão “freak” ela é, e estou muito feliz de vê-la no tour, e é sempre bom colocar um ‘gato’ no meio das ‘pombas’ do tour e vê-la bagunçar todo o ranking.”

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