Iniciadas em março deste ano, as obras de alargamento da faixa de areia de Balneário Camboriú têm dado o que falar e viraram assunto em todo país após fotos aéreas mostrando um trecho já aterrado, com areia bem mais escura do que o padrão anterior habitual, terem viralizado na Internet.
Nos mais de 350 metros onde a empreitada já avançou, na praia central da cidade, é possível ver que a orla ficou mais escura.
No entanto, de acordo com reportagem de NSC Total, o fenômeno já era esperado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, e foi anunciado previamente pela prefeitura – antes mesmo do início das obras.
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Segundo as autoridades municipais, a areia fica escura porque é captada no fundo do mar, e chega molhada à orla. Na beira da praia, o maquinário compacta o material para completar o aterro, formando um “tapete” de areia úmida, e aparência da areia deve permanecer assim até que ela seja totalmente seca.
Maria Heloísa Lenzi, secretária de Meio Ambiente de Balneário Camboriú, diz que a areia da jazida, que fica a 15 quilômetros da praia, é um pouco mais clara do que a areia “original” da Praia Central. Isso significa que, depois de seca, a faixa de areia tende a ficar mais clara do que antes.
Mas, por enquanto, é cedo para dizer se toda a faixa de areia terá secado completamente até a temporada de verão, quando as obras serão concluídas.
Arranha-céus e polêmica
As obras de alargamento da faixa de areia de Balneário Camboriú, cujo contrato é de R$ 66,8 milhões, foram iniciadas em março deste ano.
O projeto prevê aumento de 25 metros de largura para 70 metros até outubro, conforme a previsão da gestão local e, assim, permitir que a luz do sol brilhe na orla da praia, hoje totalmente encoberta pela sombra dos arranha-céus.
Contudo, muitos internautas questionaram o impacto ambiental do “engordamento” da praia – e criticaram o modelo de ocupação de Balneário Camboriú, com arranha-céus que fazem sombra à beira-mar.
O projeto de alargamento foi pago por um grupo de empresários da construção civil, e doado à prefeitura. As obras serão pagas por meio de operações consorciadas – negociações em que a construção civil paga ao município para aumentar o potencial construtivo dos terrenos.
A prefeitura afirma que a principal razão para o alargamento é recompor a faixa de areia ao que havia na orla décadas atrás, faixa que hoje é ocupada pelas enormes construções à beira-mar.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente informou que acompanha de perto o processo e que todas as licenças ambientais solicitadas foram entregues e aprovadas antes do início das obras. No entanto, especialistas veem com ressalvas a obra, alegando que projetos de dragagem e alargamento de praias, como no caso da orla da cidade catarinense, podem apresentar uma série de riscos imprevisíveis para a fauna e flora local, além de mudaram a dinâmica das marés e praias a quilômetros distância, o que, invariavelmente, terá influência na formação das ondas.