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Adalvo reassume CBSurf e promete: “não quero me perpetuar na presidência”

Após reassumir presidência da CBSurf, Adalvo Argolo diz que é criticado por “desinformação” e que não quer se perpetuar na presidência da entidade

Por Redação HC

Adalvo Argolo reassumiu, na semana passada, a presidência da CBSurf. Ele havia sido afastado por uma liminar da Justiça de Brasília, a pedido do vice-presidente da entidade, Guilherme Pollastri. Na sexta (25), uma desembargadora suspendeu essa liminar, fazendo com que o dirigente baiano voltasse ao cargo máximo.

Após reassumir a presidência, que ocupa desde 2011, Argolo redigiu um comunicado distribuído a diversos veículos da imprensa especializada, incluindo a HARDCORE.

No texto, ele evita criticar o seu vice, Pollastri, como havia feito anteriormente. Ele credita as críticas recebidas especialmente desde o fracasso do envio da equipe brasileira aos ISA Games, em Tóquio, à “desinformação”.

Ele não comenta a informação revelada em dezembro pelo blog Olhar Olímpico de que usava o dinheiro da CBSurf  para alugar uma sala comercial de propriedade de sua mulher, enquanto continuava despachando informalmente em outro endereço.

No final, afirma que é preciso que o surf brasileiro fique unido e que ele não tem a intenção de perpetuar-se no poder.

Confira abaixo o comunicado na íntegra:

 

Caros dirigentes, atletas, jornalistas e amantes do surfe, em virtude dos últimos acontecimentos, amplamente divulgados pela imprensa, e também por grupos de WhatsApp, Facebook e Instagram , achei necessário prestar alguns esclarecimentos. 

Eu fui eleito democraticamente pelas federações e depois de ter sido afastado temporariamente da Presidência da CBSURF fui reconduzido ao meu cargo por uma decisão da justiça.

Vale lembrar que meu afastamento se deveu ao fato de não ter sido encontrado para receber uma intimação. Nada além disso. Tanto que agora, após ter tido a oportunidade de me defender, estou de volta à Presidência.

Tenho sido vítima de ataques, causados, na sua maioria, pela desinformação das pessoas. E parte desta falta de informação tem origem na ausência de uma comunicação mais frequente e eficaz com o público em geral. Pretendo melhorar esta comunicação daqui para frente. 

Neste momento o mais importante é trabalhar para minimizar as consequências negativas que este conflito gerou para o surfe brasileiro. E para a imagem da CBSURF como entidade. 

Minha intenção como Presidente e garantir a realização do Circuito Brasileiro de surfe profissional, o circuito de base Sub 14, Sub 16 e Sub 18, o circuito Master, o Circuito de longboard, o Circuito de SUP, o projeto de apoio ao surfe feminino, os preparativos para a disputa do Pan Americano de Lima 2019 e das Olimpíadas de Tóquio 2020. Esta é a minha missão. E prometo me esforçar ao máximo para cumpri-la da melhor maneira possível.

2018 foi um ano de aprendizado e algumas realizações. Dois projetos foram muito importantes: A criação do CBSURF Tour, com premiação de 80 mil reais para homens e mulheres, e o projeto de apoio ao surfe feminino, que nacionalizou a atleta Tatiana Weston Webb, e apoiou as 3 atletas brasileiras mais bem colocadas no ranking da WSL : Tatiana Weston Webb, Silvana Lima e Taina Hickel. 

A decisão de apoiar o surfe feminino foi estratégica e tomada com o objetivo de aumentar as chances do Brasil conquistar uma medalha de ouro entre as mulheres em Tóquio 2020. Uma vez que na categoria masculina o Brasil estará bem representado em Tóquio 2020, visto que nos últimos anos, em especial em 2018, os surfistas brasileiros conquistaram as principais competições da WSL. Portanto, o apoio ao surfe feminino foi uma decisão estratégica com o objetivo de aumentar as chances de uma surfista brasileira – talvez duas – conquistar uma medalha em Tóquio 2020.

SOBRE O PAN AMERICANO 
Em novembro de 2018 a CBSURF – com o apoio do COB – levou o time brasileiro de surfe, Longboard e SUP – nas categorias masculina e feminina – para disputar, no Peru, o PASA GAMES 2018, prova classificatória para os Jogos Panamericanos Lima 2019. A delegação brasileira foi composta de 24 pessoas, entre atletas, técnicos, médico e preparador físico. Nossa delegação teve todos os custos pagos: Passagens aéreas, estadia, transporte, alimentação e inscrições e uma estrutura profissional. O resultado foram 6 medalhas, o título de campeão panamericano no longboard feminino e um segundo lugar geral por países. Portanto o Brasil estará representado em todas as categorias do Pan Americano de Lima 2019. 

SOBRE A CAPTAÇÃO DE PATROCÍNIO:
Em 2017 a CBSURF firmou um contrato com a empresa Vivibrand, do grupo Francês Publicys, e durante 12 meses – período que este contrato esteve válido – foram feitas mais de 60 apresentações para as maiores marcas do mercado brasileiro: carros, telefonia, bancos, cervejas, refrigerantes, etc… Porém a situação da economia e da política brasileira nos anos de 2017 – 2018 não ajudou. As incertezas políticas e econômicas vividas neste período fizeram com que as principais empresas brasileiras adiassem seus nvestimento. Atualmente temos 4 negociações em andamento, que foram paralisadas durante o período que estive afastado, mas que agora serão retomadas.

SOBRE OS RECURSOS PÚBLICOS.
Neste momento, toda verba que a CBSURF vem tendo acesso, desde maio de 2018, é proveniente de recursos públicos, repassados pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB), oriundos da Lei Angelo Piva (LAP). Ou seja, a CBSURF presta contas destes recursos diariamente para o COB. E toda a movimentação financeira destes recursos está disponível para consulta pública no site do COB. Caso alguma prestação de contas não seja aprovada pelo COB a CBSURF deixa imediatamente de receber estes recursos. Portanto, a CBSURF tem periodicamente todas as suas contas auditadas pelo COB. E elas estão rigorosamente em dia. Ou seja, não existe nenhum recurso que não seja auditado e esteja disponível para consulta pública. Uma vez que a lei determina que assim seja feito. 

DAQUI PARA FRENTE 
O surfe brasileiro precisa se unir. A expectativa da comunidade é muito grande e a CBSURF conta com a contribuição de todos que desejam ajudar. O cargo de Presidente demanda muitas responsabilidades e eu aprendi bastante durante os últimos meses. 

Eu estou disposto a ouvir a opinião de todos e aberto a implementar as melhores ideias e projetos. Sinceramente eu espero contar com a ajuda daqueles que desejam o melhor para o surfe brasileiro. Minha intenção é profissionalizar a gestão da CBSURF, pois não há outro caminho além da sua profissionalização.

Eu não tenho a intenção de centralizar o poder. Nem de me perpetuar na presidência da CBSURF. Mas vou defender o direito de cumprir o mandato para o qual eu fui eleito.
Adalvo Argolo 
Pres. CBSURF

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