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A esperança dos surfistas pela paz em Gaza

À medida que a guerra explode em Gaza e as Forças de Defesa de Israel continuam os ataques contra o grupo fundamentalista Hamas, centenas de milhares de civis inocentes estão presos no meio do conflito, e alguns deles são surfistas. E para esses surfistas, talvez mais do que para qualquer outro surfista no planeta, a alegria pura de pegar ondas simboliza esperança e paz.

As comunidades de surf de Israel e da Palestina são ricas em história e cultura. O surfe moderno chegou à região em 1956, quando o lendário Dorian “Doc” Paskowitz desembarcou no local com meia dúzia de pranchas com a Estrela de Davi nelas. Antes disso, pescadores locais árabes e mais tarde salva-vidas israelenses usavam uma prancha larga e plana chamada “Hasake” para pegar ondas.

“Ficamos no mar porque é onde podemos experimentar um gostinho de liberdade e felicidade.” – Sabah Rajab Abu Ghanem

Foi nessa viagem que Paskowitz conheceu um salva-vidas local chamado Shamai “Topsi” Kanzapolski, que viria a ser conhecido como o pai do surfe israelense. Seu objetivo inicial era montar uma equipe de surfistas para representar Israel em competições internacionais.

Claro, o surfe é muito divertido para ser restrito ao ambiente competitivo, e as sementes iniciais da cultura do surfe no Oriente Médio foram semeadas. A cena de surfe na região continuaria a crescer e evoluir ao longo das décadas de 60, 70 e 80.

Pulando meio século à frente, em 2007, Paskowitz, juntamente com o então diretor da Associação de Surfe de Israel, Artur Rashkovan, lançou o projeto Surfing For Peace para entregar pranchas de surf a Gaza.

No mesmo ano, o programa Gaza Surf Relief foi iniciado. Em 2008, o Gaza Surf Club foi fundado por Matthew Olsen, diretor da Explore Corps, uma organização sem fins lucrativos com sede nos Estados Unidos, cuja missão é “servir como um recurso educacional e de desenvolvimento comunitário para surfistas palestinos na Faixa de Gaza”. Na época, eles estimaram que havia cerca de 30 surfistas vivendo em Gaza.

Em 2016, o filme “Gaza Surf Club” detalhou a luta para viver o esporte em uma das regiões politicamente mais tensas do mundo. Um documentário cativante que fala sobre o verdadeiro poder do surfe como uma força para o bem, e talvez mais relevante do que nunca, dada a situação atual.

“A ocupação impede qualquer coisa relacionada a este esporte. Pranchas de surfe, cordas e parafina são proibidas de entrar em Gaza”, disse o surfista palestino Muhammad Abu Ghanem ao site EuroNews.com no último mês de agosto. “As roupas de neoprene que nos protegem do frio também são proibidas. Quando nos veem surfando, as pessoas ficam surpresas, porque é tão incomum em Gaza.”

“Ficamos no mar porque é onde podemos experimentar um gostinho de liberdade e felicidade”, acrescentou Sabah Rajab Abu Ghanem, uma das poucas surfistas femininas em Gaza.

Com milhares de pessoas já perdendo a vida violentamente neste conflito em Gaza, não importa em que lado político ou religioso você esteja, como em todas as guerras, a tragédia envolve todas as pessoas, incluindo os surfistas, amantes da paz, famílias e comunidades presas no meio.

Matéria originalmente publicada na Surfer Magazine.

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