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Estudo encontra microplástico em respiradores de golfinhos

Um estudo recente publicado pela revista acadêmica PLOS One revelou um dado preocupante sobre a saúde de golfinhos-nariz-de-garrafa (Tursiops truncatus): o respirador desses animais está acumulando quantidades significativas de microplásticos.

O estudo destaca que os plásticos no ambiente podem se degradar em micropartículas que afetam diversos animais em diferentes níveis da cadeia alimentar. “Pesquisas anteriores já identificaram a presença de substâncias químicas derivadas de plásticos, como ftalatos, e partículas plásticas no trato gastrointestinal dos golfinhos. No entanto, a exposição por inalação ainda não havia sido explorada”, explicam os autores.

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Golfinhos estudados ocupam duas regiões dos Estados Unidos – Sarasota Bay, na Flórida, e Barataria Bay, na Louisiana – onde foram encontrados exalando microfibras plásticas. Segundo Leslie Hart e Miranda Dziobak, pesquisadoras envolvidas na pesquisa, “detectamos microplásticos no respirador dos golfinhos em estuários tanto urbanos quanto rurais, mas ainda não sabemos se há diferenças significativas na quantidade ou tipo de partículas entre esses ambientes”.

Essas descobertas preocupam porque mostram como o plástico está em toda parte: no solo, nos corpos, no ar e na água. Estima-se que os oceanos contenham cerca de 170 trilhões de partículas microplásticas, dispersas desde as nuvens até as profundezas da Fossa das Marianas.

Microplásticos inalados são nocivos não apenas para humanos, mas provavelmente também para golfinhos e outros mamíferos marinhos. Em humanos, esses poluentes podem provocar inflamações pulmonares, danos nos tecidos, produção excessiva de muco, além de doenças respiratórias como pneumonia e bronquite.

Além disso, os produtos químicos presentes nos plásticos, como os ftalatos, podem interferir na saúde reprodutiva, cardiovascular e até nas funções cerebrais. Ainda que a maior parte dos estudos tenha sido feita em seres humanos, é razoável supor que outros mamíferos também sofram efeitos semelhantes.

Os microplásticos chegam aos oceanos por meio do escoamento de águas pluviais e de resíduos industriais. Com o tempo, esses resíduos se decompõem em partículas menores, que são espalhadas pelas ondas. Algumas das menores partículas se tornam aerossóis marinhos, aumentando a concentração de poluentes nas regiões costeiras – um dado alarmante, considerando que 41% da população mundial vive próximo às costas.

O estudo com os golfinhos-nariz-de-garrafa destaca a amplitude da poluição por plástico e seus efeitos que vão além dos seres humanos. Embora ainda não se saiba exatamente como a inalação de microplásticos afeta os pulmões dos golfinhos, os pesquisadores alertam: “as pessoas podem ajudar a combater a poluição por microplásticos reduzindo o uso de plástico e evitando que mais resíduos acabem nos oceanos”.

Essa pesquisa serve como um lembrete de que a poluição marinha é um problema compartilhado entre humanos e outras espécies, pedindo ações urgentes para mitigar seus impactos e proteger a vida nos oceanos e nas margens.

 

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