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Preocupação com segurança marca polêmica entre WSL e família de Tyler Wright

A inclusão de uma etapa do circuito mundial de surfe em 2025 em um parque de ondas artificiais em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, gerou críticas severas por parte de Mikey Wright, irmão da bicampeã mundial Tyler Wright. A controvérsia gira em torno das leis locais que incorporam elementos da Sharia, especialmente em relação à comunidade LGBTQIA+.

A Sharia, código moral e religioso do Islã, considera a homossexualidade como pecado passível de punição severa, incluindo prisão, açoitamento e, em casos extremos, pena de morte. Embora o país não registre execuções de representantes da comunidade LGBT+, leis que criminalizam atos homossexuais continuam em vigor.

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Mikey Wright expressou sua indignação nos comentários de uma publicação oficial da World Surf League (WSL) sobre o novo calendário. Ele acusou a organização de negligenciar a segurança de Tyler, que é abertamente homossexual:

“Vocês não têm o direito de realizar um evento em um local onde minha irmã pode ser condenada à morte pela lei. Tanto se fala em igualdade e direitos iguais, mas só quando é conveniente para a WSL. Vocês apoiaram a bandeira LGBTQ no ombro dela e agora querem que ela vá para um lugar onde pode ser punida por isso. Vocês são responsáveis pela segurança dos atletas. Quero ver como pretendem protegê-la contra a lei local.”

A esposa de Mikey, Shenay Wright, também criticou a decisão da WSL: “Bom ver que vocês estão considerando a segurança dos competidores ao escolherem as locações”, escreveu de forma irônica.

Tyler Wright
A inclusão de uma etapa do circuito mundial de surfe em 2025 em um parque de ondas artificiais em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, gerou críticas severas por parte de familiares da bicampeã mundial Tyler Wright. Foto: Reprodução Instagram

Embora não existam registros de execução por homossexualidade nos Emirados Árabes Unidos, a preocupação da família Wright reflete um temor legítimo em relação às lacunas entre leis e práticas. Relatórios de organizações de direitos humanos apontam que, mesmo que a aplicação extrema da Sharia seja incomum no país, as sanções legais por atos homossexuais ainda existem, e outros países da região, como Iêmen e Síria, têm histórico de violência contra pessoas LGBTQIA+.

A situação coloca a WSL em uma posição delicada, levantando questões sobre a responsabilidade da liga na escolha dos locais de competição e o compromisso com a segurança e a inclusão dos atletas. A entidade não se manifestou até o momento.

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