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Exclusivo: Ítalo Ferreira fala da importância que o treinamento em piscina de onda teve para elevar sua performance 

O Boa Vista Village Surf Invitational contou com baterias de demonstração com Ítalo Ferreira, Tati Weston-Webb, Jesse Mendes, Sophia Medina, Carlos Bahia, Victor Ribas, entre outros convidados especiais

Por Adrian Kojin        Fotos: Boa Vista Village

No sábado passado, 21 de setembro, foi realizado o Boa Vista Village Surf Invitational 2024, o primeiro campeonato de surf amador da JHSF, naquela que é considerada a melhor piscina de surf em operação no Brasil. O atual vice-campeão mundial da WSL, Ítalo Ferreira, esteve presente como convidado, abrilhantando o evento, e conversou com exclusividade com a Hardcore sobre o futuro do surf estar diretamente ligado às ondas artificiais, tanto para o lazer como para o aprimoramento da performance dos melhores surfistas do mundo.

Ouro e prata olímpicos presentes ao evento da Boa Vista Village. Para Ítalo e Tati o surf na piscina é sempre uma oportunidade de aprimoramento de manobras

Ítalo realizou nas ondas da Boa Vista Village, criadas com a tecnologia PerfectSwell®, da American Wave Machines, a maior parte do seu treinamento para disputar as finais do Circuito Mundial da WSL. Durante o evento, que aconteceu em Lower Trestles, na Califórnia, em 6 de setembro passado, o campeão mundial de 2019 e medalhista de ouro em Tóquio 2020, deixou seus adversários perplexos diante de tamanha precisão na execução das manobras, especialmente as aéreas. Saindo do quinto lugar do ranking, ele derrotou os australianos Ethan Ewing e Jack Robinson, e o californiano Griffin Colapinto, para chegar ao confronto final com John John Florence.

Após duas baterias muito disputadas, que ainda continuam sendo motivo de acalorados debates contestando algumas das notas dadas, foi o havaiano quem saiu da praia carregando o troféu de campeão do mundo. Mas uma certeza ninguém discute, Ítalo mais uma vez provou ao mundo sua capacidade de superação e, como ele afirma na entrevista abaixo, o treinamento na piscina foi fundamental para que isso acontecesse.

É claro que se a Finals 5 tivesse sido disputada numa onda mais potente e tubular, talvez o treinamento na piscina de onda não fosse tão eficiente. Mas, como Ítalo frisa, as piscinas de ondas seguem evoluindo e a tecnologia para produzir tubos maiores já existe, falta reunir o capital necessário. 

Como você está vendo esse evento, do qual você se tornou a principal atração? 

É muito legal ter o surf envolvido nesses grandes projetos, esse é realmente um grande projeto da JHSF, que proporciona, a quem tenha o acesso, condições excelentes de surf. Eu venho para cá desde o início da construção, durante a qual eu vinha testando a piscina, e aí depois comecei a me preparar muito para os campeonatos aqui. Inclusive agora no final da temporada, antes do Finals, eu fiquei alguns dias aqui treinando. A onda é muito parecida com o mar, tem muita energia, ela forma boas seções para você mandar as manobras. E tem a questão do tempo também. Como eu viajo bastante, eu não tenho tempo para viajar para treinar, então estar na piscina por algumas horas, isso para mim já é algo muito bom e eu consigo aprender bastante. 

Ítalo surfou várias vezes durante o dia com sua conhecida energia inesgotável, sempre apresentando manobras surpreendentes 

Você poderia dizer que a sua performance excepcional no Lexus WSL Finals, que encantou todo mundo, foi diretamente ligada ao seu treinamento aqui?

Sem dúvida. Então, eu treinei todos esse tipo de manobras nessa piscina e eu levei isso para o mar. É claro que é totalmente diferente quando você entra no mar, você tem maré, vento, ondas maiores, porque a piscina realmente tem um limite, mas a leitura e a linha de onda é igual para qualquer lugar do mundo. Então eu venho treinando na piscina justamente pelo fato da repetição e aquilo fixar muito na sua cabeça, no meu caso. Eu consigo executar todo tipo de manobra e aí quando eu vou para o mar, eu meio que já tenho basicamente tudo feito na minha cabeça e aí é só pegar a onda e fazer o que tem que ser feito.

Qual sua avaliação do Circuito Mundial ter etapas em piscinas? 

Na verdade, isso já é realidade, aconteceu na piscina do Kelly e no próximo ano volta em Abu Dhabi, que é uma piscina nova e que é um pouco maior, parece que a onda é um pouco mais parecida, a direita com a esquerda. Então eu acho que isso realmente proporciona boas condições. Só acho o formato um pouco chato para competir da forma que está rolando. Deveriam colocar categorias e você somar as notas porque aí você já limita a alguns caras que já estão um pouco mais acima de nível.

Você acha que valeria dar notas por cada tipo de manobra? Numa onda tem que dar uma aéreo rodando, na próxima vai ter que executar um Superman…

Eu acho que seria muito mais legal e mais divertido para a piscina se você conseguir colocar modalidades, incluindo a performance, a radicalidade que é isso, as manobras aéreas, e o tubo. Aí você já consegue selecionar e separar uns caras dos outros. Aí fica muito mais interessante porque você vai extrair o máximo do atleta.

No arsenal de Ítalo não faltam armas, mas se for preciso ele  manda chamar o Superman para dar uma força

Você vê uma piscina tendo um tubo de seis pés de verdade, você acha que vai acontecer isso?

Hoje é difícil fazer uma piscina com tanta energia para gerar uma onda grande. Uma piscina grande tem que ter muita água para que a máquina consiga puxar essa água e ter força suficiente para gerar uma onda deste tamanho. É possível? É. É muito caro? Também. É um investimento muito alto, mas… A gente sabe que, nos últimos 3, 4, 5 anos, isso vem mudando. As piscinas, hoje, geralmente, cada uma tem suas qualidades, e tem transformado o cenário, tem transformado o esporte em si. 

Então o futuro do surf, de um jeito ou de outro, vai passar pelas piscinas? 

Vai passar pelas piscinas, sem dúvida. Não tem como não passar. Eu acho muito positivo hoje. Não só para grandes eventos, que você consegue encurtar o tempo e executar todo um dia só, como para lazer ou para a performance.

Todo os convidados deram show em suas apresentações, mas Tati levantou o público com seu surf afiado por um ano em que ela se superou no Circuito Mundial e na Olimpíada.

Carlos Bahia deixou claro que piscina de onda também é lugar de longboard e deu aula de como pendurar os dez dedos

O campeão da categoria Taça Lowers, Thiago Lima, faturou uma passagem para a Maldivas oferecida pela Qatar Airways e Nivana Super Trips 

Taça Kids

1º Davi Mascaro
2º Rodrigo Melzer
3° Beatriz Brito e Abreu

Taça Ripper.

1° Santiago G. Neves
2° Felipe B. Faria
3° Pedro S Lacerda

Taça Lowers
1° Thiago G. F. Lima
2° João Espindola
3º Richard Johannpeter

Sophia Medina, está passando por um treinamento intensivo no Boat Vista Village, onde vai ficar hospedada por vários dias, e os resultados já estão aparecendo

Todo mundo provando o café do Ítalo: Charlão, Sophia, Alemão de Maresias e o dono da marca

Encontro de lendas vivas do esporte brasileiro. Os estratosféricos Bob Burnquist e ítalo Ferreira

+Italo Ferreira é vice-mundial; Tati Weston-Webb Top 3

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