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Keala Kennelly critica falta de reconhecimento à sua história

A surfista havaiana Keala Kennelly, conhecida por suas performances em ondas grandes e pesadas, usou sua conta no Instagram para desabafar sobre a falta de reconhecimento que ela e sua geração de surfistas femininas enfrentam. Em um tom de indignação, Kennelly criticou a WSL e a mídia especializada por não darem o devido crédito às pioneiras do surf feminino.

Para Keala a WSL parece agir com a intensão de diminuir o legado ao surf feminino deixado por sua geração. Ela relatou um incidente recente em que uma de suas conquistas históricas foi completamente apagada e atribuída a outra surfista, no caso, a brasileira Tatiana Weston-Webb e sua nota 10 em Teahupoo, durante uma etapa do CT deste ano.

A onda surfada por Taitiana foi anunciada pela liga como o primeiro 10 conquistado por uma mulher em Teahupoo, mas, na verdade, foi Keala quem obteve essa nota pela primeira vez na temida bancada do Taiti, em 2001: “A partir de agora, meu primeiro feito histórico será associado a outra pessoa”, lamentou Kennelly, acrescentando que a supressão sistêmica das realizações pioneiras das mulheres no surfe torna quase impossível encontrar histórias precisas na internet.

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Em seu vídeo, Kennelly abordou essas questões, esclarecendo alguns pontos importantes e dando crédito às mulheres que em sua opinião nunca receberam o devido reconhecimento por suas realizações históricas. Ela destacou o papel crucial das primeiras competições femininas em Teahupo’o, no Taiti, onde as mulheres começaram a competir em 1998/99 até 2006.

Keala mencionou nomes de surfistas que foram pioneiras no Taiti, como Rochelle Ballard, Chelsea Hedges, Heather Clark, Kate Wilcomes, Sofia Mulanovich, Brooke Dombroski e ela mesma. Essas mulheres estavam constantemente conseguindo notas altas em suas baterias, com Kennelly alcançando o primeiro 10 perfeito na história de em 2001 e o maior total de pontuação em uma bateria feminina até então (28 de 30, com um 10 e dois 9s). Chelsea Hedges também conseguiu um 10 perfeito. Kennelly venceu o evento em Teahupo’o quatro vezes (1998, 2000, 2002, 2003) e foi a primeira mulher a surfar grandes ondas em Teahupoo com tow-in em 2005. Além disso, ela foi a primeira mulher na história a vencer uma categoria de gênero aberto no XXL Awards, superando os melhores surfistas masculinos de ondas grandes do mundo, em 2016.

No que diz respeito a Pipeline, outro local icônico, Kennelly lembrou das primeiras mulheres a desafiar essas ondas, como Lynne Boyer e Rochelle Ballard, entre outras.

Kennelly destacou a importância de dar crédito às mulheres que abriram caminho no surf de ondas grandes e pesadas, afirmando que o reconhecimento é crucial para inspirar as futuras gerações. “Não se trata apenas de corrigir o registro histórico, mas de inspirar e empoderar as próximas gerações de surfistas femininas“, disse ela.

Sua postagem gerou discussões sobre a necessidade de maior visibilidade e reconhecimento para as mulheres no surf, destacando a importância de uma representação justa e precisa na mídia e nas instituições esportivas.

Leia o post completo de Keala Kennelly no Instagram:

Estou ficando muito cansada da mídia diminuir os legados do surfe da minha geração (e de outras gerações passadas). Recentemente, tive uma conquista histórica completamente apagada e atribuída a outra pessoa, espalhando desinformação pela internet. A partir de agora, meu primeiro feito histórico será associado a outra pessoa. Não culpo totalmente a mídia por espalhar tanta desinformação, porque a supressão sistêmica das coisas pioneiras que as mulheres surfistas fizeram em lugares como Teahupo’o e Taiti torna quase impossível encontrar histórias precisas na internet. Neste vídeo, falo sobre isso, esclareço alguns pontos e dou crédito às mulheres que nunca receberam o devido reconhecimento por suas realizações históricas e alguns fatos históricos para a mídia.”

TEAHUPOO

As mulheres tiveram sua primeira competição em Teahupo’o em 1998/99 e isso continuou até que foi cancelada em 2006. Mulheres como @rochelleballard, @chelsea_hedges, @heatherclarksurfadventures, @katewilcomes, @smulanovich, @saucebrooke e eu fomos a primeira geração de mulheres a surfar lá. Essas mulheres estavam constantemente conseguindo notas 8 e 9 em suas baterias. Eu consegui o primeiro 10 perfeito em Chopes na história em 2001 e o maior total de pontuação em uma bateria feminina na história (naquela época) 28 de 30 (um 10 e dois 9s). Chelsea também conseguiu um 10 perfeito. (A mídia está dizendo que o primeiro 10 na história aconteceu há algumas semanas). Eu venci o evento um recorde de 4 vezes (1998, 2000, 2002, 2003). Eu fui a primeira mulher a surfar grandes ondas em Chopes com tow-in em 2005 e fui a primeira mulher na história a vencer uma categoria de gênero aberto no XXL Awards (derrotando os melhores surfistas masculinos de ondas grandes do mundo) por um tubo enorme em Chopes, em 2016.

PIPELINE

As primeiras mulheres a desafiar Pipeline foram pessoas como @lynneboyer.”

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