São Conrado entregue à poluição

Foto: Marcio Pereira

Os problemas com o esgoto de São Conrado parecem cada vez mais perto do fim! Além dos dejetos sem tratamento da Rocinha despejado diariamente, e da tubulação que constantemente estoura e deixa a praia sem condições de banho, os moradores e surfistas de São Conrado, no Rio de Janeiro, tiveram que lidar com um novo problema.

Na tarde desta terça-feira, as bocas de bueiro do canto esquerdo da praia, próximas ao quiosque Bendita Onda, transbordaram e causaram prejuízos nos comércios locais e na Avenida Niemeyer, que ficou parcialmente coberta pela água.

Segundo o local Marcio Pereira, presidente da Associação de Surf da Rocinha, a língua negra causou transtorno e se estendeu até a metade da praia: “Esta é a primeira vez que vejo vazar pelo bueiro. A água vazou pela avenida e desceu igual uma cachoeira para a praia, indo até a metade da praia”.

O presidente da ASR disse que o problema também atrapalha seu trabalho: “Eu tenho uma escola de surf aqui, e as vezes as condições são tão ruins que precisamos cancelar as aulas. Hoje aconteceu logo depois do término uma aula de bodyboard da outra escola”, disse Marcio.

A poluição e o atraso nas obras de minimização do problema crônico de poluição, também inviabilizaram a colocação de um palanque alternativo na etapa do WCT Brasil, evento que reuniu os melhores surfistas do mundo entre os dias 7 e 18 de maio no Rio.

A qualidade de suas águas, no entanto, é inversamente proporcional à perfeição das ondas. Dados do monitoramento da qualidade das águas feito pelo Instituto Estadual Ambiente (Inea) mostram que é praticamente permanente o alto índice de coliformes termotolerantes e enterococos (microrganismos que podem causar doenças graves) em São Conrado. A última vez que a praia apresentou condições para banho foi em setembro de 2014.

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