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Mineiro é o Brasil no Round 4


*Assista acima a nota 10 de Kelly Slater 

Por Felipe Fernandes

Pelo terceiro dia consecutivo, o swell gerado no Oceano Índico proporcionou altas ondas em Margaret River, no oeste australiano. Em um dia marcado pela performance extraterrestre de Kelly Slater, autor do primeiro 10 unânime do Drug Aware Pro, o paulista Adriano de Souza fez sua parte para se tornar o único brasileiro classificado para o Round 4 e assumir a liderança provisória do ranking.  

O paulista Miguel Pupo surfou bem em The Box, mas caiu diante de um inspirado Nat Young na manhã desta sexta-feira (17). Já o potiguar Jadson André não entrou em sintonia com a temperamental onda de Main Break e foi eliminado por Owen Wright, que, assim como no dia anterior, teve ótima performance. 

O novato Ítalo Ferreira liderou a bateria inteira contra o experiente Josh Kerr, mas vacilou com a prioridade no últimos segundos e “tomou um balão” do australiano para dar adeus a prova. 

SWELL SEGUE FIRME

A ondulação sólida, que atingiu a costa de Margaret River nos primeiros dias da janela de espera da terceira etapa da temporada, continua na área e proporcionou mais um dia de ondas massivas para a realização do Round 3. 

Assim como nos dias anteriores, o evento foi iniciado nos tubos de The Box e transferido para Main Break durante a maré baixa. Nesta sexta, o vento deu uma trégua na parte da tarde e as ondas do palco principal ofereceram diretas pesadas e manobráveis até a paralisação do evento. 

THE BOX

O primeiro confronto com brasileiro aconteceu na quinta bateria do dia, entre Miguel Pupo e Nat Young. O californiano abriu com 4.50 após passar por dentro de uma seção pesada. Miguel conseguiu um drop atrasado e correu por dentro de um expresso para ser recompensado com 4.60. 

Pouco tempo depois, Nat ficou fundo em um bowl intenso para cravar 9 pontos. Miguel correu atrás, mas conseguiu apenas um 7.77. Nos últimos segundos, uma onda da série entrou e Miguel botou pra dentro, mas imbicou no tubo e acabou eliminado. O brasileiro terminou a disputa buscando 5.74 para virar o resultado. Apesar de derrota, Miguel teve uma das melhores performances de backside em The Box.

MINEIRO LIDERA RANKING

Duas baterias mais tarde, Adriano de Souza enfrentou o neozelandês Ricardo Christie em um momento difícil do mar. Na última bateria do dia em The Box, o brasileiro desequilibrou-se ao surfar o único tubo longo da disputa, e anotar 7.83. Christie somou apenas 1.87 e 2.50 e não ofereceu risco aos 9.60 alcançados pelo brasileiro no placar final. 

A vitória garante a Mineiro pelo menos 4.000 pontos no ranking, resultado que o coloca na liderança provisória, já que Mick Fanning não conseguiu passar pelo wildcard local Jay Davies, e, assim, encerrou precocemente sua participação, na 13ª colocação, com apenas 1.750 pontos somados. Um bom resultado dá ao Mineiro a possibilidade de chegar ao Rio de Janeiro vestindo a lycra amarela. 


Adriano de Souza é o único brasileiro no Drug Aware Pro. Foto: WSL

MAIN BREAK DERRUBA POTIGUARES

Após superarem a repescagem nas ondas de Main Break no dia anterior, os potiguares Ítalo Ferreira e Jadson André não conseguiram repetir as boas performances e caíram diante das ondas de 8 a 10 pés que quebraram nesta sexta. 

Ítalo Ferreira começou bem a bateria contra o australiano Josh Kerr. Soltou o backside nas direitas emparedadas para dominar a maior parte da bateria. Campeão deste evento em 2010 e finalista em 2014, Kerr foi frio e só encontrou a onda salvadora com 10 segundos para o fim da bateria. 

Sem a prioridade, Josh ganhou uma disputa de remada com o brasileiro e não desperdiçou sua última chance. Pegou um tubo e manobrou até o inside para ficar com a vaga na quarta fase. 

Já Jadson André sofreu uma derrota para o também australiano Owen Wright. O aussie surfou com segurança e atacou com verticalidade as ondas de Main Break para botar pressão na primeira onda com 8.50. Jadson fez 7.17 em seguida, mas viu Owen ampliar a vantagem com 7.83 e não teve poder de reação. O brasileiro deixou o mar visivelmente frustrado!

ET… KELLY SLATER É 10

Ninguém esperava que o melhor ainda estava por vir. E foi na última bateria masculina, contra o irlandês Glenn Hall, que o 11-vezes campeão mundial mostrou a que veio. Com curvas seguras e estáveis, Kelly impressionou ao arrancar 9.50 dos juízes, com três manobras sólidas em uma direta potente. Poucos minutos depois, Slater usou seu sentido extraterreste para achar um tubo longo e profundo, e completar com um layback estilosíssimo para cravar o primeiro 10 unânime do Margaret River Pro, e terminar a bateria com o impressionante somatório de 19.50 pontos. 

Algumas baixas importantes do dia foram as dos australianos Joel Parkinson e Adrian Buchan e do sul-africano Jordy Smith, que sentiu dores após sofrer um choque com o coral no dia anterior e preferiu não competir. 


Kelly Slater crava o primeiro 10 unânime do Margaret River Pro. Foto: WSL

PREVISÃO E CHAMADA

O swell volta a ganhar força neste sábado e os surfistas devem enfrentar ondas semelhantes às do segundo dia de disputas. A previsão aponta séries com 15 a 20 pés e vento terral na parte da manhã. O maral entra na parte da tarde, mas, assim como nesta sexta-feira, deve chegar um pouco mais tarde e oferecer boas condições nas primeiras baterias de Main Break. 

A chamada acontece nesta sexta-feira, às 20h (horário de Brasília). Fique ligado no site da HARDCORE. 

 

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