“Cara, os dois são bizarros”, responde Luiz Campos, o Pinga, quando é questionado sobre o formato da WSL Finals e do corte do meio do ano.
Em recente entrevista ao canal do YouTube Let’s Surf, o preparador foi entrevistado e falou sobre o que pensa a respeito do novo formato da WSL Finals bem como sobre o corte do meio do ano e também outros assuntos, como Brazilian Storm; Filipe Toledo; surf feminino; e importância do preparo psicológico adequado para competidores.
“Pinga, o que é mais cruel?”, pergunta o entrevistador Dorini. “Um atleta terminar em primeiro após 10 etapas do Tour e ainda assim, ter de disputar a WSL Finals para ser campeão? Ou aquele Rookie, que acabou de subir para o Tour, ter só 5 etapas para garantir sua permanência no Tour?”
+ Entrevista Luiz Campos “Pinga”
“Cara, os dois são bizarros”, responde Pinga. “É uma opinião minha, pessoal, temos de respeitar as opiniões da WSL, mesmo não concordando. Acho que são duas regras que deveriam ser revistas; que temos de pensar no esporte; acho que o circuito mundial de surf é completa; sobre o Rookie, nem tenho o que falar, eles não têm nem tempo de se adaptar; mas o título mundial, é muita injustiça. O cara disputou 10 etapas em condições diferentes e chega no final liderando, às vezes com mais de 10 mil pontos de diferença na frente do segundo, e no dia final, em três, quatro horas, ter de colocar isso tudo em jogo. Ele pode estar em um dia não se sentindo bem, ou algo dá errado, e assim perder todo o esforço e trabalho ao longo do ano. Então acho que precisa ser revisto, ou criada alguma regra que se o atleta colocou mais de 10 mil pontos na frente do segundo, ou, dependendo de alguma pontuação, ele ser o campeão mundial. Acho que é muito injusto para qualquer atleta que ganhou o circuito, ter de perder. Então, na minha opinião, mancha o título, não é um título de verdade.”
Eles usam como critério a parte do entretenimento para justificar a WSL Finals, diz o entrevistador Dorini. Ao que Pinga replica, e dá ideia de que um novo produto seja criado.
“Acho que a criação de um novo produto: por que não levar os Top 5 para um barco nas Mentawai, por exemplo, Kandui, e fazer um challenge? Acho que opções não faltam. Enfim, eu respeito 100% a WSL mas acho que deveriam rever essa regra, por que ela não é esportiva. Nós somos surf; o skate é o skate; o futebol americano é futebol americano. E quem entende de surf, com certeza não é a favor desse Finals, nem do corte. Por que, gente, o cara correu 10 etapas, tudo diferente, viajou muito, tudo isso deve ser levado em conta; a meritocracia do esporte… Isso têm de valer no alto rendimento; o cara foi o mais constante em todas as condições; por que colocar ele à prova mais uma vez? E se quebra uma prancha? E se o cara pega um Covid da vida? E se ele se machuca na primeira bateria da final?”
Assista ao vídeo:
Pinga, conhecido como o homem por trás da Brazilian Storm, foi quem lapidou caras como Adriano de Souza, Italo Ferreira, Miguel Pupo, Jadson André, Caio Ibelli, entre outros, e acompanha Filipe Toledo desde 2019.
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