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segunda-feira, 29 abril, 2024
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QUEM NÃO ARRISCA…

Por Julio Adler Ontem testemunhamos um dos piores dias de competição desde que a ASP adotou a alcunha de Dream Tour. Ondas cheias e sem graça lançaram alguns dos melhores surfistas do mundo ao limbo competitivo das pontuações ridículas. Um dos mais temidos e ferozes de todos eles, Bede Durbigde somou 4 pontos no total. Esse mesmo Bede não fica abaixo de quinto há 5 anos, sendo um vice em 2007, um terceiro em 2008. Mais consistente que ele, só Parko, Taj, Kelly e Mick. Bom para Matt Banting, um dos poucos novatos que surfa com alguma elegância e que terá a chance de vingar-se da derrota que Slater, quase duas décadas e meia mais velho, impôs-lhe na primeira fase. Acenda uma vela para São Jorge que hoje foi dia de Brasil. Tirando uma bateria completamente atípica do Raoni contra Bourez, tudo correu como esperado. Mineiro ignorou o francês Lacomare, Jadson tirou proveito da sorte contra um inoperante Gabe Kling, Alejo começou seu ano contra Perrow e Heitor colocou um pouco mais de areia na cova que Bobby Martinez tem cavado nesses últimos 6 meses. Com a esperança que as ondas nessa segunda (data da Austrália) estejam mais lisas e com bem mais parede para podermos ver surfe de verdade, nos resta especular sobre as disputas. Quem não arrisca, não petisca Mick Fanning x Dusty Payne é a forra do macaco albino contra uma das mais injustas baterias que vimos em 2010. Jadson x Tiago Pires, Ninguem surfou mais vertical e veloz do que Jadson nessas condições passadas, mas foi Saca, com seu surfe conservador e potente que melhor encaixou um arsenal de rasgadas com sua inconfundível linha down the line. A briga será mais estratégica e nem sempre o melhor vence. Ace x Kerr tem cheiro de disputas das categorias de base australianas. Falamos aqui tambem de táticas e escolha de onda. Ace tem um dos eficientes backsides do WT e Kerr tem seu repertório imprevisível. Adrian bateu três vezes na trave para chegar até as finais enquanto Josh Kerr tem uma das melhores baterias da história da ASP contra Fanning em 2007. Bourez x Melling, hora do lanchinho. Heitor x Wilko será das disputas mais interessantes do evento. Matt Wilkinson tem a fama, o visual e toda atenção da imprensa mas é Heitor que surfa mais pontudo, ou seja, mais radical. É Heitor que voa e quase sempre volta enquanto Wilko voa e quase nunca volta. Wilko tem o sorriso, Heitor tem a seriedade. Slater x Banting, O Careca penou em 2009 quando um jovem de 16 anos o eliminou da primeira etapa. Na época, Julian Wilson era o que Matt Banting representa hoje. Não acredito que um raio caia duas vezes no mesmo lugar – mesmo que esse lugar seja uma reluzente careca. Jordy x Cory, Nos vídeos da Lost! Cory e Andy eram os incendiários, eles e Wardo. Quem hoje se lembra de Wardo ? Cory tenta um renascimento no World Tour e nada que faz nas ondas nos da impressão do surfista criativo e explosivo que uma vez foi. O fogo deve estar lá em algum lugar. Jordy faz o que quer com a prancha, sem aquelas pernas arqueadas horrorosas do Goofy. Futuro x passado numa batalha sem vencedores. Simpo x Pattachia, hora de descansar para a próxima bateria… Mineiro x Dan Ross… Ninguem trabalha mais duro e mais serio que Dan Ross no circuito mundial. Quando não esta sob pressão das suas próprias baterias, Ross esta preparando algum ou alguma surfista para outra disputa como chefe de equipe da Red Bull. Pra que perder tempo falando das qualidades do Mineiro ? Se a cabeça estiver no lugar certo, Dan Ross nem saberá a placa do caminhão que o atropelou. Owen x Alejo Primeira das grandes batalhas que Alejo terá pela frente em 2011. Owen já tem as credenciais que Alejo vai ter que rebolar pra conquistar nessa temporada, repertório, coragem, colocação e combatividade. Uma vitória aqui pode dar ao Alejo toda confiança que ele precisa para demolir a concorrência a caminho do rookie of the year. Joel x Kai Otton Não me parece que Joel vai parar tão cedo. Taj x Julian é um novo clássico, como Taj x Jordy ou Taj x Dane. Ambos são surfistas muito mais conhecidos pelo que surfam nos videos do que com a lycra de competição. O peso dessa disputa é dobrado. Dum lado, os milhões da Nike num futuro campeão mundial e uma alavanca pra marca. Do outro, 15 anos de sonhos derramados pelo caminho. O maior surfista que nunca foi, eterno injustiçado, sempre sorridente e trintão Taj na sua melhor fase – mais uma vez… Que Netuno tenha paciencia conosco. Julio Adler é autor do blog Goiabada (http://julioadler.blogspot.com/) TERCEIRA FASE DO QUIKSILVER PRO – 13.o lugar – US$ 8.500 e 1.750 pontos: 1.a: Mick Fanning (AUS) x Dusty Payne (HAV) 2.a: Jadson André (BRA) x Tiago Pires (PRT) 3.a: Adrian Buchan (AUS) x Josh Kerr (AUS) 4.a: Michel Bourez (TAH) x Adam Melling (AUS) 5.a: Heitor Alves (BRA) x Matt Wilkinson (AUS) 6.a: Kelly Slater (EUA) x Matt Banting (AUS) 7.a: Jordy Smith (AFR) x Cory Lopez (EUA) 8.a: Brett Simpson (EUA) x Fredrick Patacchia (HAV) 9.a: Adriano de Souza (BRA) x Daniel Ross (AUS) 10: Owen Wright (AUS) x Alejo Muniz (BRA) 11: Joel Parkinson (AUS) x Kai Otton (AUS) 12: Taj Burrow (AUS) x Julian Wilson (AUS) Round 2 – Highlights

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