Após um ano turbulento para a WSL, que viu a perna havaiana e americana canceladas, e uma corrida australiana de quatro paradas realizada em curto prazo, deve ter sido um alívio generalizado ter visto a Newcastle Cup sendo realizada sem contratempos.
Italo Ferreira e Carissa Moore celebraram suas vitórias na frente de uma multidão desordeira socialmente distanciada.
Em sua semi, Carissa Moore atropelou Caroline Marks e depois Isabella Nichols na final, com o ímpeto gerado pelo seu show particular um dia anterior.
Enquanto isso, Filipinho não conseguia fazer as coisas andarem em sua semi e, em vez disso, colocou Italo a caminho para o sucesso na final contra Gabriel Medina.
As Quartas
Adriano de Souza foi o primeiro a cair, perdendo para Gabriel Medina na batalha dos dois primeiros campeões mundiais do Brasil. Gabriel se segurou em uma disputa acirrada, mas nada espetacular e fez a dança final melhor do que o seu adversário veterano para garantir seu lugar nas semis.
Na praia, Gabriel e Adriano compartilharam um longo abraço e caminharam pela praia juntos, trocando palavras e sorrisos e tapinhas nas costas até que Medina se virou para fazer sua entrevista pós-bateria e ao entrevistador da WSL disse que é um fã de Mineiro, que cresceu vendo-o surfar e que era uma honra poder surfar essa bateria com ele.
Em seguida, veio a batalha entre locais: Morgan Cibilic enfrentando Ryan Callinan, bem na frente do Merewether Surf Club. Ryan abriu com um tubo de grabrail que lhe deu a liderança na maior parte da luta. Até que Moragan, com minutos restantes do fim, surfa uma pequena marola que se levantou meio do nada e, precisando de um 5.67 levantou um 5.7 para a liderança.
Na sequência veio o Deivid Silva, que já celebrava por estar nas quartas pela primeira vez. Em sua onda de abertura contra Italo Ferreira, DVD fez um 5,23 que poderia facilmente ter sido maior. Um 7 logo depois confirmou, e Italo ficou atrás do placar pelos 20 minutos finais.
Como fez durante a semana, Italo surfou sozinho no banco de Middles, enquanto Deivid trabalhava no Rocks. E como fez durante toda a semana, Italo surfou contra si mesmo, nunca se preocupando com prioridade, batalhas de remada nem jogos mentais. Livre para fazer o que quisesse, era mais uma questão de quando e não se iria fazer. E com certeza, uma rotação rápida e sólida foi acionada para alcançar um 8,5 para a vitória.
Encerrando as quartas, Conner Coffin x Filipe Toledo. Conner posicionou-se mais para fora e apostava nas ondas mais longas que vinham com faces extensas abrindo, enquanto Filipinho ficava ali mais dentro de Rocks, aonde surfou a semana inteira. Connor fez o certo, mas faltaram oportunidades para sua estratégia; Filipinho já liderava a bateria quando Conner juntou-se a ele e o norte-americano padeceu com 6.17 e 6.87 contra 7 e 6.83 do brasileiro.
As Semis
Após surfar em Middles e Rocks durante toda a semana, Gabriel Medina apostou mesmo na Ladies Left para transformá-la em uma rampa para decolagens (como vinha fazendo Italo) contra Morgan Cibilic.
Até os 20 minutos do fim, Gabriel liderava com 6.07 e 5 pontos contra 7 e 2 de Morgan, sendo que Morgan precisava de um módico 4.07 para avançar e aí tudo parecia possível.
Até que Medina alça voo na Ladies Left, em um aéreo rodando astronômico, para sacar 9.70 e aí, bem, Morgan sabia que sua corrida havia acabado ali.
Italo e Filipe lutaram a segunda semifinal. A essa altura, Italo parecia cansado; algumas vezes, contra Filipe, pareceu sem fôlego. Afinal, Italo surfou 12 ondas contra 6 de Filipinho. Mas, de alguma forma, ele ganhava vida sempre que se levantava e o potiguar venceu o local de Ubatuba com relativa facilidade.
Dos 15 minutos para o fim, Italo liderava mas ainda sem pontuação expressiva, enquanto Filipinho já somava seu score final de 6.50 e 5.07. Os backhanders que souberam moer as direitas levaram o trunfo e assim fez Italo: primeiro, pegou uma direita e moeu a onda até quando pode, sacando 7.60; três onda depois, botou um aéreo 360º de backside sólido e perfeito, somando 8.50 e não deixando chances a Filipinho.
A final
Foi a terceira final consecutiva de Gabriel Medina (Pipeline, Pipeline e Newcastle), e quem imaginaria assisti-lo perder com a maior nota da bateria na manga, assim como Italo Ferreira segurando as pontas com duas notas na casa dos 7 pontos?
Italo travou dois setes logo no início do confronto – 7.17 e 7.77 (com um aéreo reverse de backside) – enquanto Gabriel Medina sustentava um 8.60 e passou o restante do confronto tentando trocar o seu 4.67 por pelo menos um 6.34 para a vitória, o que não aconteceu.
Quando a buzina tocou, Italo partiu para a areia celebrar a tomada da lycra amarela do seu algoz na final.
Clique AQUI e assista à bateria final na íntegra.
CT Feminino Top 5 2021:
1 – Carissa Moore (HAW) 17,800 pts
2 – Tyler Wright (AUS) 12,610 pts
3 – Isabella Nichols (AUS) 10,410 pts
4 – Stephanie Gilmore (AUS) 9,490 pts
5 – Caroline Marks (USA) 8,695 pts
5 – Tatiana Weston-Webb (BRA) 8,695 pts
5 – Sally Fitzgibbons (AUS) 8,695 pts
CT Masculino Top 5 2021:
1 – Italo Ferreira (BRA) 16,085 pts
2 – Gabriel Medina (BRA) 15,600 pts
3 – John John Florence (HAW) 11,330 pts
4 – Jordy Smith (ZAF) 8,065 pts
4 – Kanoa Igarashi (JPN) 8,065 pts
4 – Ryan Callinan (AUS) 8,065 pts