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Nas Internas

Por Luciano Burin Com apenas 21 anos, o catarinense Loic Wirth ganhou notoriedade no surf mundial como o responsável pelo clipe do surfista Marco Giorgi, selecionado entre os finalistas do projeto Innersection do renomado diretor Taylor Steele. Em meio à inevitável ansiedade pelo resultado final do concurso, ele concedeu a seguinte entrevista. 1 – Fale um pouco sobre o clipe que você produziu com o surfista Marco Giorgi para o Innersection. Como surgiu a ideia, quanto tempo levou a produção do material e o que você procurou transmitir? A ideia surgiu no inicio do ano, eu já acompanhava o andamento do Innersection, e conversando com o Marco, decidimos entrar e começar a coletar material. O objetivo foi sempre o de transmitir quem o Marco é, e tentar passar uma sensação boa para o espectador, tentando trazer o feeling de largar tudo e viajar. Tudo sem muita pretensão. 2 – O que representa esta oportunidade de ter uma sequencia sua exibida no próximo filme do Taylor Steele? Mais do que eu posso transmitir em palavras. 3 – Como começou o seu interesse e envolvimento com a produção de filmes de surf? Quais foram os seus primeiros trabalhos? Comecei a trabalhar com filmes de surf na França em 2009, meus amigos Pietro França e Thomas Selliens (filmakers também) me emprestaram o equipamento e me deram a maior força. Uma coisa foi levando à outra, comecei a fazer uns trabalhos e tive a sorte de poder continuar fazendo o que eu gosto. Não conquistei nada sozinho, meus amigos e família são personagens fundamentais nessa historia também. 4 – Fale um pouco sobre o equipamento você usa atualmente e a sua visão de como a internet está transformando as produções neste segmento? Atualmente eu uso uma Panasonic HVX-200. Quanto à internet, é muito legal por um lado, e por outro não tanto. A rede é ótima pra buscar inspiração, pra se manter atualizado na evolução dos vídeos, e pra acompanhar os trabalhos de gente do mundo inteiro, que se não fosse pela internet, talvez não teriam a oportunidade de se expor. Por outro lado, existe um grande desperdício de boas imagens em vídeos pra Youtube e etc, perdendo aquele feeling de esperar o dvd chegar, desvalorizando certas imagens que mereciam ir para projetos maiores do que um video de 2 minutos viral pra net. Mas com certeza os prós vencem os contras. A indústria do surf cresceu absurdamente graças a internet, e a tendência e continuar assim. 5 – Como você procura fugir dos clichês dos videoclipes de surf e imprimir a sua veia artística e autoral? Não sei se eu edito buscando fugir de alguma coisa. Eu faço o que eu sinto naquele momento, tentando traduzir o sentimento que as imagens me passam, e fazer o que a música pede. 6 – Cite três dos seus filmes preferidos de surf em todos os tempos e quais as produções recentes que mais chamaram a sua atenção? Secret Machine pra mim e a maior obra dos filmes de surf. O conceito do Sipping Jetstreams é incrível tambem. Mas meu filme de surf preferido é aquele que temos na memória, que nós mesmo fazemos indo surfar com os amigos, sem câmeras e sem nada, somente com a vibe que faz a gente continuar fazendo o que gostamos. 7 – Fale um pouco sobre as suas referências artísticas (música, cinema, fotografia) e como elas influenciam o seu trabalho? Musica é a principal. As ideias só vem na cabeça quando o acaso nos faz ouvir algo diferente que te faz imaginar o que daria pra fazer com aquilo. No lado fotográfico me inspiro nos trabalhos da minha mãe, que é fotógrafa e tem um olhar muito bonito sobre as coisas. 8 – O que você gosta de fazer quando não está filmando ou surfando? Tanta coisa… 9 – Você vai lançar um filme em 2011? Fale um pouco sobre isso e os seus projetos para o futuro. Sim. A idéia é lançar em 2011, mas estou disposto a prolongar essa data o quanto for preciso, tenho muito carinho por esse projeto e, junto com os surfistas que estão dentro. Estamos realmente dando duro pra fazer acontecer. É difícil correr atrás de algo independente, ainda mais no Brasil, onde as marcas tem uma mente completamente fechada e sem imaginação. Estão sempre mais preocupadas em lucrar do que em realmente levar o surf pra um lugar diferente. Mas continuamos acreditando na idéia e vamos tentar fazer acontecer. 10 – Uma mensagem final sobre o que o surf representa na sua vida e como você procura transmitir isso em seus filmes? Muita coisa. Desde pequeno, o surf me faz valorizar muitas coisas que talvez eu não enxergaria se não surfasse. Me fez procurar sempre um caminho que me levasse a passar mais tempo na água do que numa mesa de escritório, e sou muito grato por isso. Luciano Burin é autor do blog Surf & Cult – www.surfecult.com As sessões vencedoras da rodada de outono http://www.youtube.com/watch?v=KQejNFkAoDU Vale lembrar que amanhã, dia 29/09, acontecerá um round extra de votação, contanto com alguns dos últimos finalistas. Será a rodada dos wildcards. Fique atento, pois alguns brasileiros ainda podem ter uma chance de entrar no Innersection.

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