Yago Dora virou o centro das atenções após a WSL ter anunciado a sua decisão de suspender a competição o Billabong Pipe Masters, por conta de um surto de Covid-19 entre o staff.
Analogamente, o brasileiro desde então vem sendo apontado ironicamente como o “patient zero”, como o chamou o site beachgrit.com, pois teria competido com Covid-19 (e contaminado o staff da WSL).
As especulações vieram por conta uma postagem de Yago Dora em sua conta no Instagram, apagada logo em seguida.
No post, o brasileiro escreveu que no dia 25 de novembro, um dia antes do início da sua viagem de Florianópolis em direção ao Havaí, fez um teste, que deu negativo para Covid-19.
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Contudo, ao chegar ao Texas, onde foi solicitado a fazer outro teste para poder embarcar para o Havaí e evitar os 14 dias de quarentena exigidos pelo governo, o resultado voltou positivo.
Dessa forma, Yago ficou isolado num quarto de hotel em Dallas sem sentir nenhum sintoma da doença.
Porém, após passar 10 dias isolado, o brasileiro teve uma consulta médica e foi autorizado a embarcar para o Havaí – e aí que mora a polêmica.
Yago teria sido liberado mesmo sem conseguir um resultado de teste negativo para a Covid-19.
Tudo supostamente por conta de uma intervenção da WSL que, amparada por sua equipe médica, conseguiu a isenção, sob a justificativa de que sua condição sido considerada “não contagiosa” após os dez dias de confinamento.
O próprio Yago, que tem 203 mil seguidores, fez esse relato no post apagado logo em seguida, mas, a essa altura, visualizado por milhares de pessoas.
Posteriormente, com a suspensão do Pipe Masters, o assunto ganhou destaque e o nome do brasileiro passou a ser usado como a causa do surto de Covid-19 no staff da WSL, ainda que, curiosamente, nenhum surfista, nem mesmo os adversários do brasileiro na primeira bateria do Pipe Masters, tenham testado positivo para a doença.
Ao final, a própria WSL confirmou a história, mas ressaltando que trabalha com especialistas médicos e funcionários do estado do Havaí para garantir a segurança de atletas, staff e público, e que jamais teria atuado em favor da entrada de Yago no Havaí se houvesse risco de contágio.
Corroborando com a tese da entidade, o jornal havaiano Star Advertiser publicou uma entrevista com Dr. Pritish Tosh, professor de medicina, médico infectologista e pesquisador da Clínica Mayo em Rochester, Minnesota, que confirmou ser o prazo de dez dias de isolamento adequado para um caso leve de covid-19 não se tornar contagioso.
Após a polêmica estar estabelecida, o próprio Yago fez uma nova postagem sobre o assunto, esclarecendo que seguiu todos os protocolos de segurança e que jamais colocaria quem quer que fosse em risco de contágio.
E de fato, é difícil imaginar que, por mais poderosa que a WSL fosse, ela teria força para influenciar o governo do Havaí a liberar a entrada de uma pessoa em risco de contágio em seu território.
No entanto, a internet é um território promissor para a divulgação de polêmicas e esse caso, certamente é um prato cheio para isso.