O ano de 2021 guarda muitas mudanças para o circuito mundial de surf profissional.
Na última semana, o CEO da WSL Erik Logan veio a público anunciar parte das alterações.
Entre elas, uma medida causou alvoroço nas redes sociais. A história de definir o campeão do circuito em uma bateria de um dia, deixou leitores e sufistas indignados.
Dentre os que se manifestaram, está o 4x campeão mundial de surf, o australiano Mark Richards.
Em entrevista exclusiva à Tracks, ele disse que essa questão parece ser coisa “de mentes ociosas causando problemas; parece que é o que está acontecendo com a WSL agora”.
Na matéria, a Tracks questiona a WSL, dizendo que seria interessante saber com quantos ex-campeões mundiais a WSL falou antes de anunciar seus planos de ter os títulos mundiais decididos por um único dia de surf.
Vale lembrar que na história do circuito mundial, 44 vezes o título de primeiro colocado foi concedido ao surfista que terminou em primeiro lugar no ranking com base nos resultados acumulados ao longo do ano.
No circuito de surf profissional feminino, esse número foi de 43 títulos.
Embora o sistema de pontos possa ter sido ajustado algumas vezes, essencialmente sempre foi sobre recompensar o surfista número um após um número definido de eventos.
Sob esse sistema, Mark Richards segurou o troféu do título mundial em quatro ocasiões, de 1979 a 1982.
HC separou alguns trechos da conversa com Richards. Confira abaixo:
UM ARGUMENTO QUE SE DESMONTA
“Entendo o entusiasmo deles de que a disputa pelo título mundial no ano passado entre o número um e o número dois criou muita emoção. Mas posso – e não vou entrar nisso – imaginar 10 razões pelas quais isso criou tanta emoção e não foi apenas o fato de que era o número um em comparação ao número dois.”
ESPORTE INDIVIDUAL x COLETIVO
“Os exemplos que eu vi no site deles: você sabe que o Superbowl termina em um dia e você sabe que as finais da NBA terminam em um dia, o que eles não sabem, é que eles têm cerca de sete play offs diferentes.
Pareceu-me e posso estar errado, mas minha leitura foi que tudo o que eles disseram a respeito de um dia de emoção, dizia respeito a esportes coletivos.
No entanto, eles não mencionam, por exemplo, o Grande Prêmio de corrida profissional.
Você sabe, não consigo imaginar os pilotos da Fórmula 1, e especialmente como o cara que dirigiu melhor em vários circuitos em várias condições diferentes durante o ano e que liderava a corrida pelo campeonato mundial, ficaria contente em definir o campeão com uma corrida final.”
PARA QUÊ UM CIRCUITO, ENTÃO?
“Portanto, a minha principal preocupação, é que toda a ideia do Tour é a de ter um sistema de pontos para cada evento.
Digamos que você tenha X quantidade de eventos por ano, em diferentes condições, de recifes a banco de areia, com esquerdas e direitas.
E você acaba com um cara que teve o melhor desempenho em uma variedade de condições durante um ano inteiro de surf. Acho que é isso que deve realmente determinar o campeão do mundo a cada ano.
Se você vai jogar tudo para que seja decidido em um dia, então, pra quê um circuito? Já que é para ser assim, que a gente tenha só um dia, o vencedor leva tudo e sai com US $ 5 milhões.”
Clique aqui para saber mais o que disse Richards.
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