[dropcap size=small]Inaugurando “Portfólio Hardcore”, uma sessão dedicada a mostrar o trabalho de fotógrafos pelo Brasil e pelo mundo
Titus Haug, 27 anos, foi nascido e criado em Shimonoseki, no Japão, e hoje mora em San Diego, na Califórnia.
“Eu me interesso em unir o fotojornalismo à fotografia fine art. Não vejo nenhum deles como mutuamente excludente um do outro em sua definição.
Sempre me atraí por imagens que transmitem a sensação de um momento e, ao mesmo tempo, documentam o que acontece. Minha abordagem se desenvolve ao redor desse desejo, o de capturar a história de maneira fidedigna, enquanto me expresso com liberdade e exercito a criatividade.
A ARTE DE SENTIR
As melhores imagens são aquelas que conseguem ativar determinada sensação no espectador; como se ele observando vivesse aquele momento. É o tipo de imagem que faz o coração bater mais forte quando você vê aquele drop atrasado, por exemplo.
São as perguntas que surgem de um retrato que fazem você se questionar sobre quais eventos tornaram a pessoa o que ela é.
É aquela foto de line up que te faz sentir como se fosse você que estivesse ali, olhando aquelas linhas se formarem no horizonte.
FOTÓGRAFOS FAVORITOS
Alguns que me vieram à cabeça imediatamente são Al Mackinnon, John Witzig, Jeff Divine, Todd Glaser e Nathan Lawrence.
Eu poderia preencher meia página com nomes de talentosos fotógrafos de surf, mas esses que citei são definitivamente os meus favoritos.
A IMAGEM MAIS ESPECIAL
Comprei uma passagem de Newcastle para Brisbane, na Austrália, para o que seria um bate volta. Dirigi quatro horas ao sul para Maclean, aonde eu iria almoçar com John Witzig e ir para Noosa fotografar Sierra Lerback.
Tudo ia conforme o planejado, e eu cheguei a Noosa naquela noite. Não dormi muito bem porque o carro que aluguei era muito pequeno. Quando acordei, não me animei ao constatar que o mar em Tea Tree estava horrível. Tempo nublado, vento maral e ondas na altura do joelho. Depois de sentar na praia por 2 horas, eu estava pronto para voltar a Brisbane. Foi quando Sierra me enviou uma mensagem dizendo que iria para a praia Sunshine.
Quando cheguei em Sunshine, quase não acreditei em como estavam as condições. A 5 minutos dirigindo dali fazia sol, o vento estava terral, e as ondas batiam nos ombros.
Decidi entrar nadando e fotografar um rolo de filme correndo o risco de perder o meu voo de volta para Newcastle. Sierra estava surfando muito. Havia mais surfistas talentosos na água, como Harrison Roach. eu estava embaixo do lip quando o vejo colocar para dentro do tubo em seu log. Rapidamente bati a foto e mergulhei para embaixo da onda. Eu amo tudo a respeito dessa imagem (foto acima); sua história, composição e a maneira afortunada em que tudo aconteceu.
DICAS PARA AMADORES
> Fotografe muito;
> Encontre surfistas talentosos para fotografar (isso faz toda diferença);
> Estude teoria da fotografia (tem muito o que olhar nos arquivos de imagem da história do surf);
> Corra riscos saudáveis (algumas das minhas melhores fotos vieram de momentos fora da minha zona de conforto);
> Não desista nunca (perseverança é a chave para o sucesso. Realmente acredito nisso).
Veja também:
WSL anuncia “surf off” para definir o campeão e causa polêmica com o formato