Em meio a um cenário catastrófico mundial, com tantas perguntas sem respostas e uma pandemia que está a dizimar a população do mundo nos convidando à força a repensar o mundo como habitamos e fluímos pelo planeta, decidimos olhar para as boas histórias.
Via telefone, a Hardcore conversou com o big rider Rodrigo Koxa, que está no Guarujá, sua cidade natal, e nos contou sobre algumas ações que tem feito pela comunidade local, mais precisamente, na praia da Enseada.
A primeira onda boa de ajuda, aconteceu no início de março, após a madrugada do dia 3 de março. As fortes chuvas na região provocaram uma série de desmoronamentos, deixando muitos moradores locais em situação de calamidade.
“Acordei cedo no dia da chuva e fiquei sabendo dos desmoronamentos. Achei que poderia acompanhar de perto e usar minhas redes sociais para motivar os amigos e meus seguidores para doações emergenciais. O resultado foi surpreendente: recebi muitas mensagens de amigos e voluntários, tanto do Guarujá quanto de outras cidades, que se fizeram ativas com doações e apoio. Minha mulher é psicóloga e doutorando em saúde pública. Ficamos juntos em família como voluntários,” contou Koxa.
AMIGOS CONSTROEM CASA PARA FOTÓGRAFO LOCAL
Um caso em especial chamou a atenção: Fábio Lopes, que faz fotografias de surf e é amigo de Koxa, teve sua casa comprometida pela defesa civil.
Segundo Koxa, Lopes morava em uma rua paralela à sua casa. “Ele morava no topo da Vila Baiana, aqui na praia da Enseada. Fiquei comovido com sua situação e fiz um vídeo para alarmar a nossa galera do surf. Ele perdeu a casa mas ganhou um terreno do sogro. Precisava de material para construir. Fiz o vídeo no dia 19 de abril. De imediato ele recebeu o suporte da galera. O Binho é muito querido. Nisso, tinha acabado de começar o isolamento social por conta do coronavírus, e mesmo assim a galera deu suporte a ele. Em menos de um mês, ele construiu a casa nova no Canta Galo.”
TIO JOÃO: O EXERCÍCIO DA ALMA
“Junto a isso eu já frequento o Tio João desde 2016,” disse o big rider. Koxa conta que o Tio João é um lar em sua comunidade no qual ele se voluntaria faz alguns anos.
Ele soube que o Tio João precisava de voluntários para fornecer comida e cestas às famílias. E lá foi para a linha de frente.
“Foi incrível sentir que ajudar me fazia melhor. Estava angustiado demais com a situação de tudo. Muito bom exercitar a solidariedade, ainda mais nesse momento que vivemos. Acho importante como atleta incentivar esse exercício, sem contar que o presenteado no final sou eu. É o exercício da Alma. Muito importante, tanto quanto o exercício físico. Isso vai passar e quero ter certeza de que não fui omisso. De que fiz um pouco por uma cidade que me dá muito… É uma verdadeira terapia. Na qual você acorda com um propósito, recebe sorrisos sinceros, e acaba o dia mais leve perante ao caos.”