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Teahupo’o começa morno; Italo é o destaque

Tahiti Pro Teahupo’o começa com as 12 baterias do seeding round em dias de manobras em ondas mexidas e resultados surpreendentes

Por Fernando Guimarães

A[dropcap]s primeiras rodadas das etapas do CT desde a mais recente mudança no formato têm sido invariavelmente chatas, pouco interessantes. Na etapa atual, o Tahiti Pro Teahupo’o, a sétima no calendário, não ajudou nada o fato de que as ondas estavam muito, muito aquém do que se espera para o pico.

Kelly Slater protagonizou alguns dos melhores momentos do dia. Não dentro da água, mas quando foi comentar as baterias finais junto com Kaipo Guerrero e seu amigo Ross Williams. Ele e Ross concordaram que não há quase ciência nenhuma na maneira que surfistas estimam o tamanho das ondas — basta lembrar da variante havaiana, que embanana tudo de vez.

Assim sendo, podemos nos limitar a dizer que estava pequeno. Quatro pés? Talvez. Com o vento errado e duas ondulações simultâneas entrando com direções diferentes. Os tubos foram se tornando cada vez mais raros ao longo do dia, o que soa quase absurdo quando se fala de Teahupo’o. Ainda assim, era um point break para esquerda, bem manobrável, bem razoável, bem decente.

Os resultados foram estranhos: boa parte dos top seeds não venceu suas baterias, mas conseguiu passar em segundo, como Gabriel Medina, Filipe Toledo e Julian Wilson. Alguns até ficaram em último e foram para a repescagem: Jordy Smith, Michel Bourez, Ryan Callinan, Conner Coffin. Enquanto isso, alguns dos surfistas com pior seeding conseguiram vitórias suadas e muito comemoradas: Ricardo Christie, Griffin Colapinto, Ezekiel Lau e Soli Bailey, por exemplo.

Soli venceu a primeira do dia. As condições ainda eram melhores do que o que viria no restante do dia, e o estreante australiano conseguiu achar bons tubos para ficar à frente do maior nome da etapa, Gabriel Medina. O brasileiro pegou dez ondas durante a bateria e em apenas uma dela conseguiu fazer mais de dois pontos — 4,33 para um tubo seguido de cutback e batida. Gabriel ficou confortável de qualquer jeito, já que o terceiro surfista, o também estreante Peterson Crisanto, pegou uma onda apenas, somando modestos 0,77 ao final do duelo.

Jadson surfou bem e confiante, variando tubos e manobras. Ele ficou em segundo, atrás de Adrian Buchan — que já foi campeão ali — e à frente de Jordy Smith.

Adriano de Souza, Caio Ibelli e Kanoa Igarashi fizeram a terceira bateria. Mineiro conseguiu explorar melhor as condições do que Caio, que pegou altas ondas nas ondulações que entraram nos últimos dias mas não se achou nas merrecas. Kanoa passou em primeiro e Caio foi para a repescagem.

Italo Ferreira foi o único dos 12 brasileiros que conseguiu terminar sua bateria em primeiro. O potiguar fez a nota individual mais alta do dia, 7,83, com um tubo limpo e profundo, seguido do combo cutback+batida. A essa altura, já estava claro que a oferta de tubos como aquele não estava alta. Kauli Vaast, taitiano que venceu a triagem, ficou com a segunda posição e Sebastian Zietz, que não completou nenhuma onda decente, ficou em terceiro.

Filipe Toledo pegou o que apareceu de tubo em sua bateria — todos curtos, meio espremidos — e passou em segundo, atrás do francês Joan Duru, que cavou as notas na base do surfe porrada.

Yago Dora entendeu logo que as notas iam vir de manobras e não do tubo e aproveitou a oportunidade rara de soltar o pé numa esquerda. Em grande fase após a conquista do US Open, em Huntington, o catarinense apostou em aéreos em diversas ondas, mas conseguiu os scores mesmo com umas patadas certeiras no lip da onda. Ele ficou alguns décimos atrás de Kolohe Andino, que achou um tubinho bonito para defender sua camisa amarela de líder do ranking. Os dois mandaram outro convidado local, Matahi Drollet, para  repescagem.

Deivid Silva teve relativa facilidade em sua bateria e foi construindo notas tanto com alguns bons tubinhos quanto rabiscando as paredes de Teahupo’o. Ele vencia o duelo até os últimos momentos, quando Kelly Slater tomou a liderança. Ainda assim, foi uma atuação segura do rookie brasileiro, que faz sua primeira viagem da vida ao Taiti.

Willian Cardoso amassou as esquerdinhas já bem mais deformadas que no início do dia para arrancar as notas que lhe garantiram a segunda posição, atrás de Ricardo Christie e atrás de Ryan Callinan.

Michael Rodrigues e Jessé Mendes ficaram ambos na terceira posição. Michael atrás de Julian Wilson e Zeke Lau, Jessé atrás de Owen Wright e Wade Carmichael.

Terão nova chance na repescagem, onde, assim como na abertura, uma segunda posição basta.

Próxima chamada no domingo, às 14h. A ideia da organização é adiantar o máximo possível do campeonato para correr as fases finais — das oitavas pra frente — entre terça e quarta-feira, quando uma ondulação promissora deve atingir a bancada de Teahupo’o.

Tahiti Pro Teahupo’o – primeira rodada

1.  Soli Bailey 9,50, Gabriel Medina 6,13, Peterson Crisanto 0,77
2. Adrian Buchan 11,50, Jadson André 9,90, Jordy Smith 3,00
3. Kanoa Igarashi 8,83, Adriano de Souza 5,50, Caio Ibelli 3,70
4. Italo Ferreira 12,16, Kauli Vaast 7,07, Sebastian Zietz 1,20
5. Joan Duru 9,37, Filipe Toledo 8,70, Tyler Newton 3,54
6. Kolohe Andino 11,73, Yago Dora 11,20, Matahi Drollet 5,56
7. Kelly Slater 10,63, Deivid Silva 8,76, Frederico Morais 8,00
8. Ricardo Christie 10,23, Willian Cardoso 9,67, Ryan Callinan 7,54
9. Ezekiel Lau 12,66, Julian Wilson 11,60, Michael Rodrigues 9,34
10. Griffin Colapinto 10,50, Jeremy Flores 8,77, Michel Bourez 6,90
11. Owen Wright 11,33, Wade Carmichael 9,36, Jesse Mendes 6,26
12. Seth Moniz 11,70, Jack Freestone 10,13, Conner Coffin 9,67

Baterias da repescagem:

1. Jordy Smith, Sebastian Zietz, Matahi Drollet
2. Ryan Callinan, Caio Ibelli, Tyler Newton
3. Michel Bourez, Peterson Crisanto, Frederico Morais
4. Conner Coffin, Michael Rodrigues, Jessé Mendes

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