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Caio Ibelli retorna com vitória no segundo dia em Haleiwa

Após mais de seis meses longe das competições, Caio Ibelli retorna com vitória no QS de Haleiwa. Jack Robinson é o melhor do dia

Por João Carvalho

Depois de um dia parado, o Hawaiian Pro retornou na quarta-feira com a segunda fase do QS 10000 rolando em ondas difíceis de 6-8 pés em Haleiwa Beach, palco do primeiro desafio da Tríplice Coroa Havaiana na ilha de Oahu. Dos treze sul-americanos que competiram, oito avançaram para a rodada de estreia dos principais cabeças de chave da penúltima etapa do WSL Qualifying Series 2018. Os dois peruanos perderam, mas o argentino Santiago Muniz passou junto com sete brasileiros, Alex Ribeiro, Miguel Pupo, Bino Lopes, Victor Bernardo, Mateus Herdy, Lucas Silveira e Caio Ibelli, que voltou a competir com vitória.

Caio se contundiu durante a etapa do World Surf League Championship Tour em Margaret River, em abril na Austrália. A recuperação foi longa e essa é a primeira competição que ele participa desde a lesão que o afastou de quase toda a temporada. A reestreia foi na sexta bateria da quarta-feira de mar pesado em Haleiwa Beach, mas Caio começou bem, surfando três boas ondas para vencer por 13,54 pontos. O australiano Jacob Willcox chegou a tirar a maior nota – 8,17 – e passou em segundo com 13,47, contra 12,64 do havaiano Joshua Moniz e exatos 10 pontos do norte-americano Kei Kobayashi.

“Estou me sentindo ótimo e feliz por voltar a vestir uma lycra de competição”, disse Caio Ibelli. “Já fazia tempo, mas tive que fazer uma cirurgia e o tratamento foi longo, fiz muita terapia e eu realmente não sabia como ia me sentir na bateria, mas me preparei para este momento. Vir para o Havaí, com pranchas maiores, para surfar contra esses caras que estão competindo o ano todo, eu não sabia o que poderia acontecer. Talvez, eu não tenha surfado no nível de antes da contusão, mas estou feliz que as coisas estão dando certo para mim”.

Em sua próxima participação, Caio Ibelli vai competir junto com o também paulista Miguel Pupo, que fez parte da elite do CT até o ano passado e está na briga direta pelas últimas vagas na lista dos dez indicados pelo ranking do WSL Qualifying Series. Os dois vão enfrentar os cabeças de chave da sexta bateria, o veterano australiano Adrian Buchan e uma novidade já confirmada para o CT 2019, o havaiano Seth Moniz, que ocupa a quarta posição no QS.

Miguel Pupo estreou no Hawaiian Pro no confronto anterior ao do Caio Ibelli. Eram dois brasileiros contra dois havaianos e Benji Brand surfou uma onda muito boa logo no início que valeu 8,33, para vencer por 14,86 pontos. Pupo passou em segundo lugar superando o também paulista Weslley Dantas por 12,44 a 10,83 e Elijah Gates ficou em último com 7,40.

DOBRADINHA BRASILEIRA – Esta foi a terceira bateria com participação dupla do Brasil na quarta-feira em Haleiwa Beach. A primeira aconteceu no segundo confronto do dia, contra dois australianos, que também terminou empatado. O catarinense Mateus Herdy venceu Liam O´Brien por pouco, 11,67 a 11,64 pontos, com Matt Banting sendo eliminado junto com o paulista Thiago Camarão, que estava em 22.o no ranking, mais próximo do G-10 do QS.

Na disputa seguinte, o peruano Lucca Mesinas, que neste ano conquistou o título de campeão norte-americano por ser filiado à WSL North America, terminou em último lugar. E na quarta bateria, deu dobradinha verde-amarela com o carioca Lucas Silveira e o baiano Bino Lopes despachando o taitiano Minimana Braye e o sul-africano Matthew McGillivray.

O último peruano no Hawaiian Pro também não passou pela segunda fase do QS 10000 de Haleiwa. Alonso Correa tinha sido semifinalista no QS 3000 de Sunset Beach duas semanas atrás e quase consegue a classificação em sua última onda. Mas, com a nota 6,67 recebida, o peruano atingiu 12,24 pontos contra 12,76 do brasileiro Victor Bernardo, que passou em segundo na vitória do norte-americano Jake Marshall por 14,73 pontos.

RECORDISTAS – Os dois peruanos perderam, mas o argentino Santiago Muniz avançou para a terceira fase, barrando dois europeus para passar junto com o neozelandês Ricardo Christie, que bateu os recordes do paulista Victor Bernardo na primeira fase. Ele aumentou a maior nota do Hawaiian Pro, o 8,33 do brasileiro para 8,93, além da sua pontuação de 15,70 para 15,96. Este placar ainda foi ultrapassado duas vezes na quarta-feira, pelos 16,34 pontos do italiano Leonardo Fioravanti na 11.a bateria e pelos 16,47 do australiano Jack Robinson na 13.a.

A participação brasileira terminou no confronto anterior ao do recorde de Jack Robinson, com o paulista Alex Ribeiro fazendo a melhor apresentação verde-amarela do dia. Ele igualou a maior nota de Victor Bernardo na primeira fase, 8,33, numa direita destruída por duas manobras muito fortes de backside. Com ela, atingiu 13,66 pontos para derrotar o havaiano Torrey Meister, o francês Charles Martin e o americano Skip McCullough.

TERCEIRA FASE – Os classificados na quarta-feira vão agora enfrentar as principais estrelas do Hawaiian Pro, que estreiam na terceira fase já disputando classificação para as oitavas de final. Entre os 32 cabeças de chave, onze são do Brasil, que terão a companhia dos sete que passaram pela segunda fase, além do argentino Santiago Muniz, que completou a bateria do atual campeão do QS 10000 de Haleiwa Beach, Filipe Toledo.

São tantos brasileiros que apenas duas das dezesseis baterias não terão algum deles disputando vagas para as oitavas de final. Em quatro delas, serão dois contra dois surfistas de outros países. As participações duplas começam logo na segunda bateria, com Jessé Mendes e Mateus Herdy. Na terceira, estão Ian Gouveia e Bino Lopes. Na quinta, os cabeças de chave Willian Cardoso e Peterson Crisanto, que está muito perto de confirmar sua entrada no CT. E a sexta é a já citada do Caio ibelli e Miguel Pupo.

VAGAS NO CT 2019 – Nesta rodada, entram as estrelas da elite do CT e os surfistas que vão defender vagas no G-10 do QS em Haleiwa Beach. Dos quatro brasileiros desta lista, o paranaense Peterson Crisanto é o quinto colocado no ranking de acesso e será o primeiro a competir, na quinta bateria. O paulista Deivid Silva está em sexto lugar e estreia na 11.a. O potiguar Jadson André é o sétimo e é um dos cabeças de chave da 13.a bateria. E o catarinense Alejo Muniz, que está em décimo no QS, vai disputar as duas últimas vagas para as oitavas de final no confronto que fecha a terceira fase.

Já os três brasileiros que chegaram no Havaí mais próximos da zona de classificação para o CT 2019, estrearam na quarta-feira e apenas um deles não passou pela segunda fase, Thiago Camarão, que ficou em último na bateria vencida pelo catarinense Mateus Herdy. Ele ocupava a 22.a posição no ranking e já caiu duas, sendo ultrapassado pelo também paulista Alex Ribeiro e pelo norte-americano Jake Marshall.

Alex Ribeiro começou muito bem sua caminhada no penúltimo desafio do QS 2018. Ele fez a melhor apresentação brasileira na quarta-feira e ganhou cinco posições no ranking, subindo do 25.o para o vigésimo lugar. Mas, ainda precisa chegar nas semifinais do Hawaiian Pro para superar a pontuação atual do último colocado no G-10, o americano Evan Geiselman. Alex vai disputar a 12.a bateria da terceira fase, com os havaianos Ezekiel Lau e Kiron Jabour e o vice-líder no ranking, o australiano Ryan Callinan.

A vigésima posição que no fim do dia ficou com Alex Ribeiro, era do também paulista Miguel Pupo, que caiu para o 21.o lugar e igualmente só entra no G-10 se chegar nas semifinais do Hawaiian Pro. Se uma das novidades já confirmadas para o CT 2019 vai estrear no próximo confronto do Alex Ribeiro, a outra fará sua primeira apresentação contra Miguel Pupo na sexta bateria. O havaiano Seth Moniz está em quarto no ranking e essa batalha ainda terá dois tops da elite atual, o veterano australiano Adrian Buchan e o brasileiro Caio Ibelli.

 

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