O canal Surfari TV divulgou no início da semana o resultado final de seu enorme – e independente! – projeto “Reconhecendo o Surf”. Foram quatro meses viajando de Norte a Sul e conhecendo de perto e profundamente o Brasil, o País do Surf, já há quase dois anos.
A história, as ondas, as manobras, os surfistas, as pessoas, o surf: todo o riquíssimo universo do surf brasileiro está aqui. Um trabalho imenso.
Toda a ideia ficou guardada por um tempo com partida de Lucas Zuch. Depois de um ano e meio, Eduardo Linhares, o Duda, encarou a missão de levar em frente a ideia final após a mais inesperada das interrupções.
Para falar mais sobre isso, ninguém melhor que o próprio Duda – o texto está abaixo do vídeo. Leia, assista, sorria e vá surfar.
“Cerca de dois anos atrás ganhávamos a estrada em uma caminhonete vermelha com a missão de percorrer todo o litoral brasileiro e entrevistar o maior número de surfistas possível. O objetivo era entender como aquele ‘esporte’ se inseria na rica cultura brasileira. A rotina, as metas, os sonhos, os significados. Aos poucos construíamos uma enorme base de histórias que deixaria bem claro o poder do surf. Assim como acreditávamos, estávamos diante de uma ferramenta de transformação incrível.
Algo em torno de duzentas e cinquenta entrevistas em profundidade depois, várias imersões e dinâmicas de grupo, estávamos diante de um monstro. Um lindo monstro, é verdade. Como trazer à tona tantos insights? Como colocar tantas variáveis dentro de caixas imaginárias que facilitem essa troca de informações?
Foram mais de 4 meses de viagem, em que voltaríamos para casa com zero dinheiros na conta jurídica de um tal Surfari Projetos de Comunicação LTDA. Ficamos viciados nas histórias, nas aventuras e na riqueza de nosso país. O projeto que era para acabar em Fortaleza, se estendeu até o Oiapoque. Piauí tinha uma cena muito peculiar para ser esquecida, a Pororoca é uma onda que chama atenção do mundo inteiro e convenhamos que “do Chuí ao Oiapoque” nos ajudaria a vender o projeto. Acabamos nos afogando em um mar de informações e literalmente falimos a empresa.
É óbvio que valeu cada centavo que nos faltava. Agora, tínhamos um tesouro em nossos HDs, nosso ouro estava transcrito em código binário e somente nós saberíamos garimpá-lo. O Rio de Janeiro seria o palco para aplicar tais conhecimentos. Uma vez que mapeamos o surf do Brasil todo CEO que visse no surf um mercado potencial abriria espaço na agenda para, pelo menos, uma hora de conversa. O novo plano era infalível, a empresa agora estava enxuta. “À la Ambev” o orçamento do nosso “sonho grande” era custo zero. O ano começa depois do carnaval e nada poderia dar errado. Avante Surfari!!!
Parafraseando Jorge ben: “Hoje está fazendo um ano e meio amor. Aí, ai…”
O destino quis que Lucas virasse um anjo e o garimpo nunca sairia do HD se não fosse a motivação que os festivais de filmes de surf nos colocaram (Mimpi Film Fest) e a ajuda genial do menino talento Guilherme Becker, da voz de Deus Lucas Schertel e Tiago Masseti. Nunca é tarde pra trazer um material desses à tona. Estava começando a criar mofo no HD quando eu (Duda) percebi que ele não pertencia mais à mim. Talvez você pergunte: “Porque não postou isso antes?” Acredito que daria para fazer melhor, mas estava esperando o Zuchera voltar do surf.
Emoções de lado, Já contamos várias dessas histórias na websérie #Reconhecendosurf e mesmo que ainda faltem 5 episódios, chegou a hora de mostrarmos os resultados da pesquisa. Alguns insights, várias hipóteses e a separação da identidade do surfista brasileiro em 6 arquétipos: traços de personalidade que guiam o comportamento, os rituais e o consumo. Uma pesquisa qualitativa, exploratória e não conclusiva. É um ótimo ponto de partida para quem trabalha com o surf e/ou faz pesquisa sobre surf. Além disso, uma bela história também. Somos um mar de diversidade, somos agente de transformação, somos o Brasil, o país do surf.”
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Foto de capa: Pedro Carvalho/Surfari TV/Reprodução