No segundo dia de competições apenas entre os homens no Oi Rio Pro, o maior destaque foi ela: a Barrinha, que apresentou nessa terça-feira (15) condições ainda melhores que no primeiro dia. As seis baterias remanescentes da segunda rodada e todas as doze da terceira foram para a água, boa parte delas em direitas tubulares e limpas de até oito pés.
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Os melhores surfistas do dia foram: Sebastian Zietz, com uma leitura de onda inexplicável; Ian Gouveia, autor da única nota 10 do campeonato até agora (oficialmente um 9,93); e John John Florence (bem vindo de volta), autor da maior média do campeonato até o momento – 17,97.
No final do dia as ondas já estavam muito prejudicadas pela mudança na direção do swell e do vento. Foi nessas condições que Yago Dora derrotou Ítalo Ferreira em uma bateria de notas baixas. A 13ª colocação em Saquarema significa que o potiguar já não vai vestir a camisa amarela no próximo campeonato, o Corona Bali Pro.
Além de Ítalo, foram eliminados: Tomas Hermes, Alejo Muniz, Willian Cardoso, e Miguel Pupo no R3, e Jessé Mendes, no R2.
Além de Ian e Yago, estão entre os 12 melhores: Gabriel Medina, Filipe Toledo e Michael Rodrigues – os dois últimos fazem bateria 100% brasileira com Ian na abertura do R4.
ESSA ONDA ME AMA
Foi assim que Sebastian Zietz explicou a Strider Wasilewski sua atuação na Barrinha nessa terça.
Jeremy Flores foi o primeiro a achar os tubos. Pegou dois para vencer Jessé Mendes em um momento em que ninguém ainda tinha passado dos dois dígitos na soma.
Sebastian entrou na água e pegou um tubo atrás do outro. Antes da metade da bateria, tinha pego quatro tubos. Quando todo mundo sofria para se encontrar no mar e achar uma nota qualquer, o havaiano apenas se divertia.
A cena foi parecida, embora em menor escala, quando Seabass voltou para a água no R3. Em um momento de mudança no mar, ele voltou a entubar em cada onda que aparecia como se fosse óbvio. Um caso de amor com a Barrinha.
PODE CHAMAR DE TUBERIDER
Semifinalista do Pipe Masters 2017, Ian tinha feito sua melhor apresentação de 2018, até essa etapa, no North Point, quando foi um dos poucos que se acharam nos pesados tubos para a direita. Entubou diversas vezes, mas ficou em segundo pois Jordy Smith foi premiado com a maior da série no momento de sua prioridade. No round três, nos marolões do Main Break, não foi bem.
Precisou mudar o palco da etapa brasileira pra uma direita buraco para Ian crescer novamente. Melhor onda do campeonato até agora e nota 10 para três dos cinco juízes.
A sequência do campeonato deve rolar em Itaúna. Sem os tubões, mas para a esquerda. Serve assim, Ian?
RAPIDINHAS
YAGO ABRE A PORTA, DÁ UMA ESPIADA… E começa a gostar do que vê. Depois de problemas para entender o julgamento nos primeiros eventos, voltou a derrubar nomes poderosos, como fizera em Saquarema mesmo, no ano passado – mas dessa vez como parte da elite. Ítalo surfou desprendido, se jogou em uma batida completamente suicida e depois buscou sessões que nunca vieram. Tem tudo para retomar o 1º lugar ao longo do ano.
TOMINHAS GIGANTE Tomas Hermes deve ser um dos surfistas menos hypados do circuito. E Conner Coffin com certeza é um dos mais. Já estamos aguardando, para fins de riso e diversão, as justificativas de certas publicações estrangeiras para derrota humilhante do californiano no R2. O mar estava ótimo, tubular, para a direita, com farta oferta de ondas. Não tem como explicar o inexplicável. Tomas surfou melhor, muito melhor que Conner. Um atropelo doce de se ver.
A REVANCHE DE MEDINA A sétima bateria do R3, entre Medina e Mikey Wright, foi uma das mais estranhas. Gabriel tentou o duelo inteiro completar um aéreo que escapava cada vez mais cedo: primeiro quando se levantava na espuma, depois na aterrissagem, depois no meio do giro e depois na hora da decolagem mesmo. O que importa é que superou o fantasma do wildcard, que havia vencido o duelo anterior entre os dois na Gold Coast. Em Uluwatu tem mais: Medina estreia no R3 lá contra Jack Robinson.
O CAMPEÃO VOLTOU? A impressão deixada na segunda se confirmou: John John voltou a parecer um bicampeão mundial surfando. Pior para Miguel Pupo. E talvez para alguns outros surfistas, mais na ponta de cima do ranking…
O Oi Rio Pro deve voltar para a água na primeira chamada desta quarta-feira (16), às 7 horas da manhã. Muito provavelmente nas esquerdas de Itaúna e muito provavelmente com o round 3 do evento feminino.
Oi Rio Pro – masculino – resultados do R2
7. Michael Rodrigues 8,67 x 7,80 Matt Wilkinson
8. Frederico Morais 9,04 x 6,73 Patrick Gudauskas
9. Jeremy Flores 13,66 x 10,60 Jessé Mendes
10. Sebastian Zietz 15,86 x 15,67 Joan Duru
11. Tomas Hermes 14,24 x 5,13 Conner Coffin
12. Kanoa Igarashi 10,57 x 10,20 Connor O’Leary
Oi Rio Pro – R3
1. Ian Gouveia 14,26 x 10,90 Jordy Smith
2. Michael Rodrigues 13,70 x 11,07 Frederico Morais
3. Filipe Toledo 6,90 x 6,37 Keanu Asing
4. Kolohe Andino 12,40 x 2,57 Willian Cardoso
5. Kanoa Igarashi 12,84 x 11,40 Griffin Colapinto
6. Julian Wilson 9,34 x 8,94 Alejo Muniz
7. Gabriel Medina 13,10 x 12,64 Mikey Wright
8. Sebastian Zietz 14,27 x 9,17 Tomas Hermes
9. Ezekiel Lau 8,33 x 7,44 Adrian Buchan
10. Yago Dora 10,56 x Ítalo Ferreira 9,70
11. Wade Carmichael 13,30 x 12,67 Jeremy Flores
12. John John Florence x Miguel Pupo
Baterias do R4 – Masculino
1. Filipe Toledo, Michael Rodrigues, Ian Gouveia
2. Julian Wilson, Kolohe Andino, Kanoa Igarashi
3. Gabriel Medina, Ezekiel Lau, Sebastian Zietz
4. John John Florence, Wade Carmichael, Yago Dora
Baterias do R3 – Feminino
1. Tyler Wright, Sally Fitzgibbons, Kelly Andrew
2. Stephanie Gilmore, Caroline Marks, Nikki van Dijk
3. Silvana Lima, Lakey Peterson, Johanne Defay
4. Carissa Moore, Tatiana Weston-Webb, Sage Erickson
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