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Equipe Mundo vence a primeira Founders Cup

Por Redação HC

Na primeira competição entre equipes nacionais da história da WSL, nenhum país foi campeão. Ou melhor, todos os países foram campeões. Menos alguns. A equipe Mundo, o remendo entre grandes surfistas de países sem representação suficiente (diz a organização) para formar um próprio time, foi a grande vencedora da Founders Cup, e os nomes por trás do título foram: Jordy Smith, Bianca Buitendag (ambos da África do Sul), Paige Hareb (Nova Zelândia), Michel Bourez (Tahiti) e Kanoa Igarashi (Japão).

Como previsto pelo regulamento, o resultado foi decidido na última manobra da última onda. Kelly Slater caiu de uma tentativa de alley-oop na finalização de sua direita, a derradeira onda do campeonato. Se tivesse acertado, venceria a bateria e o time americano faria um surf-off contra o Brasil.

A pontuação toda é um pouco difícil de entender, talvez por estarmos lidando com algo assim pela primeira vez, talvez porque seja difícil mesmo.

Filipe Toledo e Silvana Lima foram os brasileiros designados para as baterias finais, as mais importantes, as de quatro pontos para o vencedor. Silvana representou, entubou como ninguém mais e levou a dela. Filipinho teve problemas (comuns a todos os competidores em toda a competição) achando a sessão ideal para as manobras mais radicais e ficou atrás de Jordy e, posteriormente, Kelly.

A novidade da competição por equipes foi interessante para boa parte do público e deve ser repetida em outros eventos mais tarde – não apenas nas Olimpíadas como também em outros da WSL. Mas possivelmente com algumas mudanças ou aperfeiçoamentos na forma de disputa.

Salvem o surf feminino do Brasil

Tainá Hinckel já é uma realidade e tem um futuro brilhante pela frente. A oportunidade de surfar, mais uma vez, contra campeãs mundiais, em frente a câmeras de todo o planeta (e com horário reservado em redes de tevê nos Estados Unidos!), sem dúvida faz da catarinense uma surfista ainda melhor e mais preparada, cada vez mais completa.

Tainá quebrou! Se você tem dúvida, imagine o surf que você fazia aos 14 anos comparado com o de alguns campeões mundiais.

Mas como pode uma surfista de 14 anos ser a segunda melhor representante brasileira no circuito mundial? Nos dois (CT e QS) circuitos mundiais?

Chloé Calmon está arrebentando no pranchão e em breve deve trazer um mundial para cá, mas como podemos aceitar que a segunda melhor surfista profissional brasileira na categoria mais disputada de todas seja uma adolescente? O que fizemos com as gerações anteriores?

A mudança da bandeira na camisa da Tatiana Weston-Webb pode ajudar a alimentar os egos nacionalistas de nossa torcida, mas não muda a realidade de uma lacuna absurda no surf feminino brasileiro.

Publicações estrangeiras falam em era de ouro do surf feminino, apontam um nível de atuação cada vez melhor das mulheres e inclusive disputas mais interessantes que as do masculino nas baterias do CT 2018 até agora. A piscina de ondas, com seu tempo curto e acelerado, também aproximou um pouco mais as performances – Mick Fanning afirmou que Steph Gilmore é, para ele, a melhor surfista, entre homens e mulheres, do Surf Ranch.

Há um pouco de exagero em tudo isso, mas é fato que perdemos e por muito o bonde da história no surf feminino. Tainá Hinckel está aí para correr atrás, Sophia Medina em breve se tornará uma realidade também, e disputará esse espaço com diversas meninas de sua geração: Julia Duarte, Maju Freitas, Lanai Henrique. Algo precisa ser feito para que não sejam as únicas, para que essas meninas sigam investindo em seu surf e em sua carreira.

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