O forte swell que atingiu o Hawaii no último final de semana foi muito bem aproveitado por big riders, especialmente em Jaws, que, se não quebrou na sua maior perfeição, tinha um tamanho considerável nas maiores séries. A quase ausência de jet skis contratados para operar os resgates – em certos momentos, haviam apenas dois para os cerca de 60 surfistas – provocou uma intensa discussão sobre as condições de segurança para o freesurf no pico. Quem levantou a bola foi o local Albee Layer, em sua conta no Instagram.
“A questão da segurança dentro da água é ridícula. O fato de que fotógrafos estão mais dispostos a gastar para fazer suas imagens do que os surfistas com sua segurança é ridículo”, começou. “Existem ótimas equipes de salva-vidas aqui, mas depois de anos se arriscando de graça para salvar surfistas aleatórios, faz sentido que eles prefiram ganhar 600 dólares para trabalhar com um fotógrafo”.
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Inúmeros surfistas responderam aos pontos levantados por Layer, a maioria concordando. “Jet skis de segurança são para quem os contratou. Você rema até o pico por sua própria conta e não pode esperar que alguém te salve se você não planejou isso antes”, comentou o shaper Matt Kinoshita, também de Maui. “Concordo totalmente”, escreveu Shane Dorian. “Eu fico maluco quando vejo um cara entrando no mar pelas pedras, sem nenhum plano de segurança, simplesmente esperando que ele seja resgatado”, continuou.
Entre os fotógrafos, que também acabaram envolvidos na polêmica, quem comentou foi Tom Servais. “Muitos caras aparecem e esperam receber ajuda de graça de quem quer que esteja pilotando os jets de segurança”, escreveu. “Se os fotógrafos podem gastar 100 dólares para contratar um jet ski, por que os surfistas também não podem?”, concluiu.
Mais tarde e mais calmo, Albee Layer voltou a ponderar sobre a questão, em entrevista à australiana Stab. “Acho que alguns caras sentem que eles não querem ou não precisam de uma equipe de segurança, o que é legal. Se você se sente confortável entrando num mar daqueles sozinho e por sua própria conta, isso é uma decisão sua. Mas sim, muitas caras entram numa situação de perrengue e esperam que os seguranças os salvem sem receber nada em troca”, disse. A situação acaba colocando uma pressão ainda maior nos poucos homens que estão lá para isso. “Se alguém está em perigo, mesmo que não tenha pago aos salva vidas, eles vão ajudar, não vão ficar sentados olhando. O resultado é que ficam dois caras como responsáveis pela vida de 60 surfistas”, concluiu.
Confira abaixo, na íntegra, a postagem de Albee Layer: