Enquanto o crowd reinava no Point de Desert, Yuri Gonçalves deslizava por dentro da seção de Grower, e o fotógrafo Diogo D’Orey estava no pico para registrar o mais de perto possível.
Nesta edição, a capa genuinamente hardcore puxa uma matéria insana sobre Grower, pela perspectiva de Yuri, Diogo, Bruno Santos, Jean da Silva e Leandro Kesse.
Já no Pacífico Sul, o fotógrafo Ryan Miller acompanhou de perto a passagem dos Tops brasileiros por Tavarua, durante o Fiji Pro.
Por falar em high-performance, conhecemos o grande criador dos concaves, V-bottoms e wings: o legend Terry Fitzgerald, o Sultão da Velocidade, que reinava em J-Bay e em Sunset Beach.
E na história do surf, outro nome importante participa desta HC. No 10 Perguntas, Carlos Burle fala sobre a carreira, a aposentadoria das competições e o futuro da “Brazilian Hurricane” no big surf.
O conteúdo não para por aí!
No Journal, Matt Warshaw, o autor do History of Surfing e Encyclopedia of Surfing, conta sobre os bastidores da enciclopédia online e a importância de mantê-la viva com uma assinatura a um preço simbólico.
Também analisamos o livro O Código do Surfista, de Shaun Tomson, campeão mundial de 1977, com as 12 lições que o surf lhe ensinou; e o documentário Shredding Monsters, a primeira grande produção de surf do Olympic Channel – um clássico que acompanha o último swell monstruoso em Nazaré.
Ainda tem Alma HC com Rodrigo Generik, as pranchas mágicas de Yuri Gonçalves, uma seleção de equipos para o inverno, as colunas de Marina Werneck e Chloé Calmon, Darkroom com Heverton Ribeiro, Lay Day por Haruo Kaneko/BrWax…
HC #330, garanta a sua!
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Quando Desert chega ao fim… – por Diogo D’Orey
Grower é o lado B de um dos points mais famosos do mundo.
A onda de Desert Point é, sem dúvida, uma das melhores do planeta. A sua bancada rasa de coral proporciona uma esquerda muito longa e tubular… Mas isso todo mundo já sabe.
Essa reportagem não é somente mais uma sobre Desert Point. O que mostramos aqui é sobre um seleto grupo de surfistas que prefere arriscar a vida para surfar a última seção dessa onda que se chama Grower, onde o crowd quase não existe, mesmo que 500 metros acima do point tenha dezenas de pessoas surfando.
No lado B do Point a realidade é bem diferente. No pico não existem sessões de surf divertidas. A onda, na verdade, é uma fechadeira gigante em cima de uma bancada de coral afiada e nervosa, que nos seus dias de bom humor permite que alguns felizardos peguem o tubo de suas vidas. Por outro lado… os que não conseguem sair do tubo acabam quase sempre pagando com pranchas, pedaços de pele e algumas lesões físicas. […]
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O Senhor da Risada Sortuda – por Kevin Damasio
[…] Outros caras usavam V-bottoms e concaves?
Eles riam da minha cara. Eu era o único a fazer isso. A única pessoa que surfava com concaves, Vs e wings no Hawaii por três anos, até que o Reno Abellira começou a shapear desse jeito também. Era a minha crença. Em 1969, eu tinha um longboard 8’8’’ com concave da ponta do bico à ponta da rabeta. As pessoas olhavam, coçavam as cabeças: “Como você manobra com isso?”
Pela forma com que eu queria surfar, precisava botar um concave, para subir na face da onda e manter uma linha alta. Fórmula simples. As pessoas dizem que o Simon Anderson deveria ganhar um dólar por cada triquilha. Eu quero 10 centavos por cada concave (risos). […]
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10 Perguntas: Carlos Burle – por Bruno Romano
Qual o segredo para ser um big rider de elite beirando os 50 anos?
Não tem milagre. Só cheguei até aqui graças a sacrifício, dedicação e empenho, além de abstinências e prioridades que coloquei na minha vida. Se você me falar hoje, perto dos meus 50, ‘bora surfar um mar gigante em Nazaré?’, eu me sinto super à vontade para entrar na barca, enquanto muita gente ficaria de cabelo em pé (risos). Se eu tivesse apostado em uma vida de falsidade, como atleta, já não poderia mais aceitar o convite, certo? O negócio é que, quando pego uma onda grande hoje, o que fica marcado em mim é a satisfação de que posso surfar com a idade que estou. Meus desafios agora são outros, principalmente comigo mesmo. Vou sair de cena do circuito mundial, isso é certo, mas quero ainda correr um último campeonato. Prometi a mim mesmo que iria competir com 50 anos, idade que vou completar no dia 9 de novembro de 2017. Pela janela, pode ser que a despedida seja em Jaws ou em Nazaré, vamos ver…
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Shots Fiji – por Ryan Miller
Documentamos a performance dos tops brasileiros durante o Fiji Pro.
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Darkroom: Cristiano Matheus – por Heverton Ribeiro