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Inaugurado o Instituto Medina em Maresias. Confira

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por Alexandra Iarussi


A última terça-feira, 31, foi um dia histórico para o surf brasileiro. A data marca a abertura das portas do Instituto Medina, projeto idealizado pelo próprio Gabriel Medina, que vai formar jovens talentos do surf seguindo o mesmo programa de treinamentos do campeão mundial de 2014.

Fachada do Instituto Medina, na avenida principal de Maresias, São Sebastião. Inauguração contou com shows de Thiaguinho e Gabriel, o Pensador, de graça para quem quisesse chegar. Foto: Alexandra Iarussi

Isso significa que a partir de fevereiro, 38 crianças, de 10 a 16 anos, darão início às atividades do instituto, que incluem a mesma estrutura que hoje Gabriel Medina conta, na parte física e psicológica.

Gabriel Medina na sala de troféus do instituto. Foto: Aleko Stergiou

“Estou super feliz. Era um sonho meu, da minha família, de poder estar ajudando estas crianças e o meu esporte também. Me sinto orgulhoso de realizar esse sonho”, contou Gabriel Medina durante a coletiva de imprensa que apresentou a instituição à imprensa e aos patrocinadores.

A sede da instituição foi construída com recursos próprios e está localizada no meio da praia de Maresias, em um terreno pé na areia. São 336 m2 de área construída, com sala de aula (um Tech Lab que oferecerá aprendizado em tecnologia), piscina para natação e apneia, sala de musculação e até mesmo cama elástica para treinamento de aéreos.

Gabriel Medina apresenta a sala de tecnologia. No lugar, aulas de edição e tratamento de imagem. Foto: Alexandra Iarussi

FOCO NO SURF COM VEIA SOCIAL

 

O pai e técnico de Medina, Charles Saldanha, atua como vice-presidente e é responsável pela supervisão técnica do Instituto.  Confira algumas de suas palavras sobre a criação do projeto e como vai funcionar o esquema de aulas entre os alunos.

Charles Saldanha, pai e técnico de Medina, é o vice-presidente do Instituto e atua como supervisor técnico do projeto. Foto: Alexandra Iarussi

“A gente vai trabalhar o surf. Então a primeira coisa que a gente quer é que a atleta entre aqui surfando de um jeito e saia surfando bem melhor. Que ela entre como amador e saia como profissional” – Charles Saldanha.

Vista do andar superior do instituto, que comporta sala de tecnologia, de massagem, auditório, entre outras facilidades para os jovens inscritos de 10 a 16 anos. Foto: Alexandra Iarussi

“O atleta vai ter de estudar. Essa é a primeira norma. Ele entra aqui 7h e sai 12h30. Metade desse tempo ele fica na água com os professores; a outra metade, no instituto. As turmas são divididas em dois grupos de 20 que alternam turnos. São vinte de manhã e vinte pela tarde (na verdade hoje o instituto reúne total de 38 inscritos, mas pode ser que entrem mais dois atletas). Desses 20, 10 vão para a água e 10 vão para o instituto. Esses 10 que vão para a água, vão com os professores, que filmam o surfe e depois a filmagem é passada no auditório para ver o que é preciso corrigir; depois tem aula de inglês, espanhol, tecnologia e treinamento funcional”. 

No interior, sala de musculação, que compõe uma das facilidades do Instituto. Foto: Alexandra Iarussi

O treinamento funcional reúne muito trabalho de core e resgata a musculatura que será usada no surf. Ainda tem a natação, que é um grande complemento, e a cama elástica, para a criança criar noção de espaço e também trabalhar agachamento –  recurso muito utilizado na Austrália.

“A gente se espelhava muito nos australianos. Quando comecei a trabalhar com o Gabriel, ingressamos no funcional; hoje adquirimos conhecimento, temos preparadores muito capazes, como o Allan Menache, para dar um treino eficiente para o surf e que vai melhorar o surf da molecada. Temos de tomar cuidado para não afetar o desenvolvimento da criança, e sim deixar o atleta mais forte, menos propenso a lesões”.

Charles, Sophia, SImone e Gabriel, reunidos em família, no dia da inauguração do Instituto. Foto: Aleko Stergiou

Charles continua: “Na parte social, daremos auxílio à família. Não vamos agenciar as crianças; estamos junto com eles, vamos respeitar os patrocinadores. Queremos ajudá-los”. 

A mãe e presidente do Instituto, Simone Medina, acrescenta que cada menino que ingressa na instituição, com exceção dos que têm patrocínio de prancha, ganha duas pranchas. “Estamos aqui para formar grandes campeões da vida e do esporte“, conta Simone.

“É uma felicidade ver um menino mudar uma história de uma família e vê-lo crescer com estrutura e com a cabeça de um cara bem resolvido e feliz” – Simone Medina.

Grommets staile. Jovens talentos do surf, reunidos para a abertura do Instituto que formará não só futuros campeões, como terá importante papel na formação social dos surfistas. Foto: Alexandra Iarussi

QUEM ENTROU? 

Durante a coletiva de imprensa, Charles explicou como se deu a distribuição das vagas:

“Qualquer um poderia se inscrever para participar do circuito, que foi organizado em três etapas durante o ano e dedicado para surfistas de 10 a 16 anos.  Os quatro primeiros de cada categorias já tiveram garantidas suas vagas no instituto. No final sobraram vagas, então, foram convidados também os quinto e sexto lugares – todos meninos com bom índice técnico. Também convidamos alguns meninos de Maresias. Nesse ano, volta a ter o circuito e o número de participantes será definido de acordo com quantos atletas forem formados e deixarem vagas livres nesse ano”.

Vale lembrar, o instituto se propõe a formar cada aluno até que ele complete 16 anos. “Quanto mais cedo entrar, mais chance de treinar, mas isso não impede que a gente pegue crianças de 14, 15 e 16 anos; nosso intuito é ajudar e vamos ajudar contanto que o jovem se dedique, tenha disciplina e ordem, porque o esporte depende disso”, ressalta Charles.

Sophia Medina, uma das participantes do Instituto. No canto direito, Enzo, 8 anos, o mais jovem inscrito no projeto. Foto: Alexandra Iarussi

“Meu objetivo é buscar a evolução e vamos contar com toda estrutura para isso. Tenho dois sonhos no surfe: ser campeão mundial e entrar no tour”, conta Daniel Adisaka, 14 anos, um dos inscritos no Instituto.

Grommets do instituto celebram a abertura. Projeto reúne 38 jovens surfistas, dentre eles, 6 meninas. Foto: Aleko Stergiou

“Conheço o Gabriel faz tempo. Antes disso eu treinava com o Charles. Agora com o instituto vai ser melhor ainda. É um sonho. Entrei pelo circuito, fiquei em terceiro colocado no ranking; briguei pelo título com o Heitor Duarte e com o Pedro Dib”, conta Fernando John John, 15 anos.

Família Pupo reunida para a inauguração do Instituto. Foto: Aleko Stergiou

“MANTER FORTE A BASE DO SURF”

Durante a coletiva, Charles Saldanha lembrou dois nomes que considera futuras promessas do surf brasileiro no circuito mundial: “Tem o Samuel Pupo, que é daqui, e o Mateus Herdy. Estão nessa faixa etária, próximo dos 16 anos, e já estão no mundial pro junior. Vejo muito potencial nesses dois. Vem uma base muito boa aí, acho que o Gabriel e sua geração já deixaram um legado. Os atletas já não usam drogas, eles se preparam, muitos já trabalham no esquema Medina. Acho que essa seriedade vai levar o Brasil a formar alguns atletas de ponta.”

Campeão mundial? Não dá pra prometer um campeão, mas no ano passado tínhamos 10 entre os 36 melhores surfistas do mundo. Acho que se a gente conseguir manter essa média com um trabalho de base está ótimo. Praticamente um terço dos melhores surfistas do mundo são brasileiros, temos que ter orgulho disso. Tem meninos bons aqui no instituto que acredito que um dia vao estar no CT. Atualmente para essas crianças o resultado em campeonatos não significa muita coisa. Um campeão da sub-12 não será necessariamente o campeão lá na frente, é preciso analisar muito a técnica de cada um e lapidar seu talento”.

Mais informações em breve.

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