por Alexandra Iarussi
O ano de 2016 marca o retorno da cearense Silvana Lima para a divisão de elite da World Surf League. Em 6/11, a surfista venceu a decisão do QS 6000 Sydney International Women’s Pro, contra a australiana Philippa Anderson. Encerrou a temporada em primeiro lugar no ranking do WSL Qualifying Series, pela segunda vez em sua carreira – a primeira foi em 2014.
A vitória em Sidney foi a terceira da surfista no ano. A primeira foi na estreia do QS 1500 Praia do Forte Pro, na Bahia; a segunda aconteceu no QS 3000 da Costa Rica. Com a conquista, Silvana recoloca o Brasil e a América do Sul no grupo das melhores surfistas do mundo e, aos 32 anos de idade, será a mais experiente entre as top-17 do Circuito Mundial em 2017.
HARDCORE conversou com a surfista. Entre os assuntos, a requalificação para a elite mundial feminina, as etapas do QS em 2016, as expectativas para o Tour em 2017, sua surfista favorita do Circuito Mundial e mais. Confira:
“Nunca pensei que minha carreira tivesse chegado ao fim. Acredito que ainda tenho muito tempo de surf e competição. Adoro competir e trabalho muito para isso”.
“Em 2014, competi pelo QS sem patrocínio. Tive a ideia do canil de Bulldog Francês, que me ajudou muito; também arrecadei dinheiro pelo meu site”, conta.
Terminou 2014 em primeiro do QS. Em 2015, “comecei bem na Gold Coast, nas etapas da Austrália, mas não fui bem no meio do ano e acabei saindo do Tour. Em 2015, não consegui competir todos os QS, estava começando a fechar os patrocínios que tenho hoje, mas ainda não dava para competir todas as etapas”.
“Em 2016, tive mais apoio e suporte. Estou trabalhando com o Iapa (fotógrafo e filmmaker, tem uma marca chamada Neuronha). Ele viajou comigo, como filmmaker e técnico. Me ajudou bastante, me deu muita confiança”.
2016: ANO DA RECLASSIFICAÇÃO
“Nesse ano, corremos as etapas com a ideia de trocar resultado. Veio Pantin; Costa Rica – quando confirmei minha entrada na CT. Deixei até de competir no Japão, para fazer uma surf trip para Bali. Fiquei 10 dias treinando para a última etapa na Austrália. Eu ja sabia, pela minha pontuação, que estava classificada. Cheguei na Austrália tranquila, sem busca de resultados, fui sem pressão. O treino que fiz em Bali foi muito importante, cheguei lá confiante. Com uma prancha mágica que um australiano fez pra mim, o Gavin. Me conectei – as ondas, a prancha; minhas amigas estavam lá e me ajudaram muito”.
“Fechei o ano com chave de ouro – foi muita emoção pra mim. Estava louca para ganhar um 6 estrelas, não ganhei na Califórnia, nem na Austrália no começo do ano, nem Pantin… Fui para a Austrália, em um evento que só ficou confirmado em setembro e venci lá”.
EM BUSCA DE PATROCÍNIO
Vou renovar pelo menos dois patrocínios – tenho propostas já. Acredito que já vou começar o ano bem. Também acredito que possam aparecer outras oportunidades após esse resultado.
QUIVER
Quem está fazendo minhas pranchas é o Xanadu. Só que essa prancha que fiz na Austrália, é de um australiano mesmo, do Gavin, foi ele quem fez essa prancha mágica – a que venceu o QS 6000.
“Gosto bastante mesmo, sou fã da Carissa. Gosto de como ela surfa. Para mim, é uma das melhores. A Tyler competiu bem, surfou bem, tem surfe forte, mas já é um surf do qual não gosto muito. A Stephanie está voltando, ainda vai brigar por título. Hoje em dia, todas as Top 10 brigam por título”.
IDADE? “NÃO IMPORTA MUITO”
“As meninas estão surfando muito, cada vez mais. Acho que não importa a idade, não faz diferença para mim. Qualquer menina muito mais nova, com talento, pode chegar ali e ganhar – e a experiência conta a meu favor. Acredito que meu surf só evolui, ele não está parado. A idade passa mas o surf está evoluindo. Acredito que vou voltar da melhor forma possível. Estou sem lesão, bem preparada, com patrocínios e em busca de um patrocinador principal ainda”.
A idade não importa muito. Mais importante é estar bem preparado; fisica e psicologicamente, com a prancha no pé. Vendo sob esse ponto de vista, a idade não faz diferença pra mim.
PREPARO PARA 2017?
Fico no RJ, trabalhando a parte física. Vou aproveitar esse tempo para me preparar, trabalhar fisicamente. Pretendo ir para o Ceará em dezembro, ver a família, pegar a temporada de ondas lá. No começo do ano, vou para Noronha e depois, Equador. Vou para Montanhita, uma onda que parece muito com a onda da Gold Coast (direita). Na minha casa também, altas ondas final de ano, vou treinar bastante lá. Antes da Goldie, corro dois QS, dois seis estrelas, e depois sigo para a primeira etapa do Tour.