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HARDCORE #321 • SETEMBRO/16

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Indonésia! A HARDCORE de setembro celebra esta temporada clássica. Na capa, o domador dos tubos, Bruno Santos, em Padang Padang, Bali, fotografado por Trevor Murphy. O tube rider carioca estava em sincronia com os foguetes feitos por Joca Secco, da Wetworks. Por isso, Bruninho estampa também as Pranchas Mágicas e Quadro a Quadro – este, por sua vez, contempla sua relação de amor com Teahupo’o, onde se destacou no Tahiti Pro em agosto.321_hardcore-pg22-23

Por falar em surf de elite, neste mês preparamos duas matérias sobre as “férias de elite” na Indonésia. Os campeões mundiais Adriano de Souza e Lucas Silveira embarcaram em uma trip para Lakey Peak, antes da etapa taitiana. Já Filipe Toledo lançou-se para o East Java, na pacatez de Watu Karung.

Para o certeiro contrafluxo também partiram Andrew Serrano e Dávio Figueiredo. Uma dupla de estilos diferentes, soul & punk, que aproveitou todo tipo de condições que os rincões de Sumbawa podem proporcionar – longe do frenesi dos swells épicos em Nias e Desert, por exemplo.

Já o universo das boat trips é contado em uma entrevista com Ícaro Ronchi, dono do Sibon Explorer, um barco muito procurado por brasileiros durante as temporadas.

Ainda tem as transformações sociais em vilarejos remotos da Indo, por meio das ações da ONG SurfAid; a morte da épica onda de Nikko; Shots Especial; Lay Day; Direto do Front; e mais!

Já nas bancas. Garanta a sua!

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“Além de ídolos, são amigos sinceros, que agem naturalmente, que querem mais. Mineiro e Lucas vieram para a Indo surfar muito e trocar experiências.”

Dois campeões mundiais e um professor por Bruno Zanin, com fotos de Sebastian Rojas

Os gringos bons de surf pegaram muita onda, até mais do que o Lucas e o Mineiro. E quando eles saíram d’água, vieram na minha direção e perguntaram se quem estava no mar eram realmente o Lucas e o Mineiro. Confirmei que sim e eles, eufóricos, não acreditaram no cavalheirismo dos campeões mundiais. Começaram a dizer que os surfistas do CT que vêm surfar na Indo rabeiam total, e que com o Lucas e o Mineiro aconteceu exatamente o contrário, com os brasileiros deixando as prioridades.

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“Quando o primeiro swell se aproximava, boa parte dos surfistas se deslocou para Nias ou Desert. Mas queríamos fazer uma viagem diferente.”

Surrealismo em Sumbawa  por Andrew Serrano, com fotos de Iuri Borba

Há uma laje curta, compacta, rápida e perigosa. Poucas pessoas sabem de sua existência. Por lá, a baía é incrível com direitas e esquerdas perfeitas. Visuais incríveis. Apenas terra, oceano e selva – nenhuma estrutura ou construções à vista. Checamos essa onda por três dias, na esperança de que quebrasse da maneira ideal. Precisava do vento certo, do swell correto. Parecia que não conseguiríamos pegar o momento mágico deste pico. Mas, quando estávamos prestes a arrumar as malas e ir para outro pico, a hora chegou. Dávio e eu surfamos por quatro horas, sozinhos e sorridentes.

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“Watu Karung é um lugar muito especial em East Java. Comparado a outros picos na Indonésia, ainda é uma região pouco explorada. Foi descoberta há cinco, seis anos. Então é muito novo, de crowd pequeno.”

For fun em East Java – depoimentos de Filipe Toledo, com fotos de Sidney Polansk

Nesse slab, a onda vem com tudo na bancada, muita água mexe no fundo e o resultado é um tubão curto, mas intenso e seco. Fiquei fissurado pela direita quadrada. Já a esquerda, é um pouco mais longa. Mas as duas são bizarras. Por ser muito raso, na maré seca fica bem sinistro. Essas características fazem com que o lugar seja muito procurado por bodyboarders. Mas a galera é tranquila, cada um respeita a vez. Então deu para pegar altos tubos e conhecer gente nova, de vários cantos do mundo – Austrália, Peru, Costa Rica, Porto Rico. Além disso, foi irado ver como os bodyboarders mais atirados botam para baixo, com muita atitude.

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“Para atracar em Macarronis você tem que estar bookado (ter feito a reserva). Não respeitar a prioridade é errado. Tem situações na própria Associação de Barcos que dificultam um andamento perfeito nas Mentawai.”

Do inferno aos céus – por Steven Allain, com fotos de Ricardo Esteves

Ter um barco é um negócio que dá grana, ou você faz meio que só para ter um lifestyle?
É um negócio que não vai me deixar rico, ainda mais tendo sócio. Também tem muita despesa, é um barco. Como está sempre em contato com a água do mar, que é corrosiva, dá problema direto. Termina uma trip perfeita, mas na próxima pode estourar um gerador, parar teu sinalizador, o combustível pode dobrar de preço. Mas se falar que não me dá dinheiro, eu estaria mentindo. No ano passado, eu praticamente vivi do Sibon. Tenho muitos amigos, então bastante gente no meio do surf que acaba viajando me procura para comprar trip no Sibon. São várias formas de ganhar dentro do barco. E isso me ajuda a vir para a Indonésia todos os anos. Meu objetivo de trabalho no Sibon é de virar um skipper (capitão) e ser um guia melhor nas Mentawai, porque é um lugar gigante. Tem mil ondas, mil tipos de ventos, mil tipos de swell, que só se aprende com bagagem.

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“Não serão as condições do Hawaii. Será tipo US Open, em Huntington Beach. Uma onda legal, mas regular, boa para campeonato. Por outro lado, em agosto um tufão proporcionou ondas de 2 a 3 metros. Incríveis!”

10 Perguntas: Fernando Aguerre – por Kevin Damasio

Uma discussão é o uso de piscinas de onda na Olimpíada. O que acha dessa opção?
Em Tóquio, será disputada em ondas naturais. Foi uma decisão do Comitê Olímpico, porque ainda não há nenhuma onda artificial funcionando que seja aprovada e comercialmente viável. Todo mundo está empolgado com a onda de Kelly Slater, mas ninguém sabe qual é o preço, o custo, o modelo econômico-empresário que sustente sua viabilidade. O COI não permite que um país utilize 30, 40, 50 milhões de dólares em um empreendimento que depois dos Jogos talvez não tenha utilidade. Em 2024, os Jogos vão acontecer em Los Angeles ou Paris. Dois lugares que têm uma cultura de surf muito grande. Para ter piscina de onda, as ondas da cidade-sede precisam ser ruins. E tudo depende da evolução dessa tecnologia. Para mim, as máquinas de onda são uma estratégia muito boa.

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Shots Indonésia: Matt Bromley e Junior Faria, em Nias (Diogo D’Orey); Leleco, Yuri Gonçalves, Ian Cosenza, em Grower (Sebastian Rojas); Caio Vaz, em Watu Karung (Sidney Polansk)

 

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