Por Felipe Fernandes
O australiano Owen Wright entrou em sintonia com os tubos de Cloudbreak e repetiu a atuação perfeita do dia anterior, para vencer a final 100% australiana contra Julian Wilson com duas notas 10. O Fiji Pro, quinta etapa da temporada, foi encerrada na noite desta segunda-feira (terça em Fiji), na ilha de Tavarua.
Pela primeira vez no ano, a final de um etapa da WSL não contou com nenhum brasileiro. Os melhores no evento foram Italo Ferreira e Wiggolly Dantas, ambos derrotados nas quartas de final. Apesar da eliminação precoce de Adriano de Souza e Filipe Toledo na terceira fase, a dupla permanece no topo do ranking, já que o terceiro colocado Mick Fanning, único com chances de ultrapassar os líderes, foi eliminado no Round 5.
Diferente das baterias que antecederam a final, poucas séries entraram na decisão. Owen Wright soube usar a prioridade e escolheu as melhores ondas para repetir sua atuação perfeita e conseguir duas notas 10 unânimes na final contra Julian Wilson, que não pegou as ondas certas e terminou na segunda colocação.
Nos 40 anos de história do Circuito Mundial, Owen foi o primeiro a repetir duas apresentações perfeitas no mesmo evento. Apenas Kelly Slater e Joel Parkinson conseguiram atingir a marca duas vezes na carreira. Slater conseguiu dois 10 unânimes em 2005 na final do Billabong Pro Tahiti e repetiu a bateria perfeita em 2013, em Cloudbreak. Joel Parkinson também atingiu esta marca duas vezes, em 2008 nos tubos de Pipeline e em 2013 em Bali, na Indonésia.
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Owen Wright faz história ao fazer duas baterias perfeitas no mesmo evento. Foto: WSL/Kirstin
SEMIFINAL: Clássicos!
Julian Wilson ditou o ritmo da primeira semifinal contra o australiano Taj Burrow. O vice-campeão começou com 7.27, melhor nota da bateria, e somou 4.23 para deixar Taj em situação complicada. Taj correu atrás, mas não conseguiu repetir as boas atuações das fases anteriores e acabou eliminado com 3.23 e 5.43.
A segunda semifinal contou com uma disputa quentíssima entre o campeão Owen Wright e o francês Jeremy Flores, autor de ótimas performances e um dos destaques do evento. Assim como na primeira semi, a onda inaugural foi decisiva. Owen abriu com 9.43 e somou mais 7.50. Jeremy conseguiu 8.00 e 8.57 para colar no placar, mas terminou a bateria precisando de 8.37.
ITALO E WIGGOLLY SÃO QUINTO
Italo entrou em ação na primeira bateria do dia decisivo contra o australiano Julian Wilson, e vendeu muito caro a derrota. Italo manteve o comprometimento apresentado desde o início do evento e continuou com as manobras suicidas sobre o “ralador de queijo” do inside de Cloudbreak.
O brasileiro liderou a maior parte da bateria, mas viu Julian pegar uma bomba e passar por dentro do maior tubo do duelo para desequilibrar ao somar 9.43, ao 7.93 que já tinha computado, e deixar o brasileiro em combinação. Italo não desistiu e saiu da situação com 8.67, mas não achou outra onda com potencial e terminou precisando de 8.70.
No duelo seguinte foi Wiggolly Dantas quem deu adeus ao evento. O veterano australiano Taj Burrow largou na frente com 8.77 para liderar a bateria do início ao fim. Wiggolly passou a correr atrás do resultado, mas teve dificuldade para encontrar as melhores ondas e acabou eliminado com 7.40 contra 13.37 de Taj. Guigui, que teve performance notada durante o Fiji Pro, pareceu ter sentido o peso da dipusta e demonstrou um pouco de falta de nervos na hora decisiva.
Na terceira bateria, Owen Wright entrou em sintonia com as ondas de Cloudbreak para vingar sua derrota na quarta fase sobre Joel Parkinson. Jeremy Flores fechou as quartas de final com uma vitória sobre Kai Otton, que sofreu um wipeout cabuloso e deixou a bateria com dor nas costas e cortes nos joelhos e cotovelos, expondo a carnificina de Cloudbreak.
Os melhores surfistas do mundo volta a se encontrar no J-Bay Open, sexta etapa da temporada, com janela de espera entre os dias 8 e 19 de julho na África do Sul.
Confira abaixo o resultado das finais e o ranking atualizado após cinco etapas
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