*Assista acima os melhores momentos do dia
POR FELIPE FERNANDES
Italo Ferreira e Wiggolly Dantas mandaram bem nas ondas desafiadoras de até 10 pés deste domingo (14 no Brasil, segunda-feira 15 em Fiji), e estão classificados para as quartas de final do Fiji Pro, quinta etapa do WCT disputada em Cloudbreak, na ilha de Tavarua. A eliminação de Mick Fanning e Filipe Toledo garantiu a liderança de Adriano de Souza e a vice-liderança de Filipinho após a etapa.
O mar subiu em Fiji e foram para água seis baterias pendentes da terceira fase, quatro do Round 4 e quatro do Round 5 (repescagem). As condições variaram bastante durante o dia e a estratégia dos competidores foi essencial em alguns momentos.
A variação de maré alternou períodos de altos tubos com baterias de poucas séries e fechadeiras. O resultado foi uma mescla de somatórias baixas com uma chuva de high scores nas melhores horas do mar.
Os destaques do dia foram a eliminação de 11x campeão mundial, Kelly Slater, pelo potiguar Italo Ferreira; a apresentação perfeita de Owen Wright que resultou na somatória máxima de 20 pontos dos 20 possíveis; e uma bateria memorável entre os estilosos australianos Joel Parkinson, Mick Fanning e Owen.
ALEJO, MEDINA E FILIPINHO CAEM NO R3
Ainda na terceira fase, o Brasil teve três baixas. Alejo Muniz falhou em alguns momentos e perdeu uma bateria apertada contra o tricampeão mundial Mick Fanning. Defensor do título, Gabriel Medina pecou na escolha das ondas e viu Kai Otton achar os melhores tubos para vencer a bateria. Vice-líder do ranking, Filipe Toledo caiu diante do australiano Adam Melling com uma apresentação apagada em Cloudbreak, na bateria que poderia lhe dar a liderança do ranking.
WIGGOLLY PENSA RÁPIDO
Já na quarta fase, Wiggolly Dantas fez bonito diante de Italo Ferreira e Dane Reynolds para garantir vaga nas quartas de final. Depois de passar a maior parte da bateria a procura das maiores ondas no outside, nos últimos minutos Wiggolly mudou de estratégia ao perceber que Italo, até então líder, tinha as melhores notas com ondas do inside. O ubatubense reposicionou-se e conseguiu a onda da virada nos últimos minutos do heat.
AUSTRALIANOS IMPECÁVEIS
Na bateria seguinte, um duelo entre Parko, Mick e Owen envolvia muito mais coisas do que uma simples disputa entre três australianos. Joel Parkinson, Mick Fanning e Owen Wright entraram na água de corpo e alma. Quem quer ficar para trás? Seja para provar que ainda estão no auge, querer se estabelecer entre os melhores, vencer os ídolos ou apenas manter a autoestima e ganhar dos amigos, os três deram o máximo de si, e isso ficou claro durante a bateria.
O momento do mar Cloudbreak também ajudou o show com tubos perfeitos. Quem encontrou os melhores foi o regular footer Joel Parkinson, que fez o primeiro 10 unânime da competição e ainda colocou 8.93 para deixar Owen Wright e Mick Fanning precisando de uma combinação de resultados.
A dupla lutou até o fim. Owen terminou com 17.26 e Mick Fanning com 16.60. Apesar do domínio de Joel, o trio mostrou muita classe e imprimiu um estilo poucas vezes visto em competições.
*Assista acima os melhores momentos da bateria
ROUND 5 (REPESCAGEM)
Italo voltou para água na quinta fase para encarar ninguém menos que Kelly Slater, frequentador assíduo e grande conhecedor das ondas de Tavarua. O potiguar não se intimidou e foi pra cima.
Enquanto Kelly apostou nos tubos que fechavam em sua maioria, Italo foi recompensado pela atitude e comprometimento ao trabalhar suas as ondas até o inside, manobrar sobre a bancada quase exposta, e se colocar em situações de risco, para derrotar o ídolo Kelly Slater.
O novato brasileiro derrotou Slater pela segunda vez nesta temporada. Em sua primeira competição como integrante da elite mundial, o potiguar impressionou a todos ao derrotá-lo no Gold Coast Pro, etapa de abertura da temporada disputada em Snapper Rocks. Desde então, Italo se consolidou como o melhor rookie da temporada até o momento e, com este resultado, vai entrar na lista dos Top 10 do ranking.
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Novato, Italo elimina Slater pela segunda vez no ano. Foto: WSL/Kirstin
OWEN WRIGHT É 20
Owen foi para repescagem disposto a manter-se no evento e deu uma surra histórica em Adam Melling, que também surfou bem e alcançou 17.70, mas não teve reação após Owen completar duas ondas avaliadas como perfeitas e cravar 20 pontos de 20 possíveis.
Nos 40 anos de história do Circuito Mundial, este feito só havia sido registrado seis vezes. A primeira foi em 1996, quando o californiano Shane Beschen conseguiu três notas 10 na etapa da Gold Coast, quando o formato ainda somava as três melhores notas da bateria. Kelly Slater conseguiu dois 10 unânimes em 2005 na final do Billabong Pro Tahiti e ainda repetiu a bateria perfeita em 2013 nas Ilhas Fiji. Joel Parkinson também atingiu esta marca duas vezes, em 2008 nos tubos de Pipeline e em 2013 em Bali, na Indonésia. O francês Jeremy Flores completa a lista com uma bateria perfeita em Teahupoo, no Tahiti, em 2011.
*Assista ao vídeo das notas duas notas 10 de Owen Wright
Mick Fanning não entrou com a mesma garra e foi eliminado por Kai Otton no última bateria do dia.
PREVISÃO E CHAMADA
A previsão mostra que o swell deve manter-se grande e o campeão deve ser decidido nesta segunda-feira (terça-feira em Fiji) em Cloudbreak.
Uma nova chamada acontece na tarde desta segunda-feira, às 16h30 (horário de Brasília). Fique ligado.
