Acima, vídeo com os melhores momentos do Round 2 – Margaret River Pro
Por Felipe Fernandes
Em mais um dia de bombas, a Zebra apareceu com listras verde-amarelas nas águas de Margaret River e, pasmem: Gabriel Medina e Filipe Toledo foram eliminados na primeira fase do Drug Aware Pro! Diga-se de passagem, com resultados duvidosos, principalmente para Filipe Toledo.
Quem representou muito bem a bandeira brasileiro foi o paulista Adriano de Souza, que tirou uma nota 9.80 em sua bateria, e só ficou atrás do australiano Owen Wright, que estampou um 10 – com louvor.
Os potiguares Jadson André e Ítalo Ferreira também fizeram bonito, venceram as suas baterias de repescagem e continuam na briga na etapa. Os outros brasileiros Alejo Muniz, wildcard em Margaret, e Wiggolly Dantas, assim como Medina e Toledo, também foram eliminados.
Hoje acontece uma nova chamada, às 20 horas de Brasília, para o início do Round 3. E a previsão indica uma leve queda, de 15-20 para 10-15 pés, mas a ondulação se mantém sólida.
Miguel Pupo, que passou direto, enfrenta Nat Young. Adriano de Souza encara o local R. Christie (que eliminou Filipe Toledo); Italo Ferreira e Jadson André, pegam dois australianos, Josh Kerr e Owen Wright. Kelly Slater, Mick Fanning, Joel Parkinson e Julian Wilson, também voltam pra água.
BOMBAS EM THE BOX e MONTANHAS D’AGUA EM MAIN BREAK
O grande swell que atinge Margaret River nestes primeiros dias da janela do Drug Aware Pro, continua sendo o destaque principal da etapa, e está sendo bem aproveitado pela organização.
O evento foi retomado na noite desta quarta-feira (quinta-feira na Austrália) na costa oeste australiana, com a realização da repescagem (Round 2) em mais um dia de tubos bizarros na bancada de The Box, e em verdadeiras montanhas d’água em Main Break.
A ondulação perdeu um pouco de força, porém ganhou em qualidade e ofereceu ondas mais alinhadas e paredes mais limpas em ambos os picos. Porém nada fácil, o mar estava cabuloso. Após nove baterias, o evento foi paralisado em The Box.
A maré secou demais e o dirigente Kieren Perrow transferiu o evento para Main Break para evitar acidentes. As disputas foram retomadas após uma hora, com ondas cheias de 10 pés e séries maiores, que exigiram uma boa seleção por parte dos surfistas.
Medina mostrou que está com o backside em dia, mas não conseguiu um backup e acabou eliminado por Jay Davies. Foto: WSL
ZEBRA! MEDINA ELIMINADO NA PRIMEIRA FASE
O brasileiro Gabriel Medina, atual campeão mundial, abriu o dia em The Box contra o local e grande conhecedor do pico, Jay Davies. Com a vantagem de surfar de frontside, o wildcard campeão da triagem abriu com 6.67. Medina pegou um belo tubo de backside e foi cuspido na baforada, para igualar os 6.67 e pular para liderança por ter o melhor backup – 0.70. O detalhe, foi que as notas foram exatamente iguais para ambos – 6.67 –, para ondas bem diferentes, mas a bateria obviamente seguiu.
Medina pegou outro tubão de backside, mas embolou na saída por erro básico de posicionamento e perdeu a prioridade. Jay aproveitou, arriscou no drop e conseguiu completar outro tubo avaliado em 8.50, merecido, para assumir a dianteira.
Gabriel teve dificuldade para encontrar outra onda e acabou eliminado pelo placar de 15.17 contra 7.67. A 25ª colocação do brasileiro em Margaret River o deixa em situação delicada na corrida pelo título mundial. Em 10º no ranking da WSL, Medina deve perder algumas posição após essa perna aussie, e precisa de ótimos resultados nas próximas etapas se quiser conquistar seu segundo título mundial, ainda nesta temporada.
Adriano de Souza completa tubo oco e é recompensado com 9.80. MIneiro segue firme em busca do Título Mundial Foto: WSL/Kirstin
MINEIRO É HIGH SCORE
Em seguida, o paulista Adriano de Souza enfrentou o catarinense convidado Alejo Muniz em uma bateria 100% brasileira. Após uma grande calmaria no início da disputa, Mineiro completou um air drop cabuloso e um tubão para abrir a disputa com 9.80.
Alejo Muniz correu atrás e voltou para o jogo com 7.50, mas não encontrou um backup à altura e terminou a bateria precisando de 6.41. Resultado: De Souza 13.90 x Muniz 11.33
ZEBRA 2! FILIPINHO: LÍDER ELIMINADO
Na quarta disputa do dia, o brasileiro até então líder do ranking, Filipe Toledo, surfou bem mas perdeu para o rookie neozelandês Ricardo Christie. Filipinho já tinha 5 e 3.33, e viu Christie somar 7.83 e 2.33 para pular na frente.
O brasileiro pegou 7.60 e assumiu a liderança provisória, mas não demorou para o neozelandês voltar a frente com 5.43. Precisando de 5.67, Filipinho dropou uma onda mediana nos últimos segundos de bateria e entubou fundo, mas foi apenas recompensado com 5.47 e deu adeus a prova.
A nota, mais uma vez, foi muita questionada pela comunidade brasileira, pois apesar da onda não ser tão pesada, Filipe ficou muito deep no tubo. Por outro lado, foi visível o conhecimento de The Box por Christie, já que é vizinho do pico, e a vitória não deixou de ser merecida pelo empenho do surfista da Nova Zelândia.
Apesar de mostrar-se confortável em The Box, o brazuca Filipe Toledo caiu como a segunda ‘zebra’ do dia. Foto: WSL
OWEN CHAMA O 10
Um dos destaques deste segundo dia de disputas foi o australiano Owen Wright. Mesmo de backside, na sexta bateria do dia, Owen protagonizou a única nota 10 da competição até o momento na vitória sobre o havaiano Dusty Payne. O aussie dropou a maior onda do dia, grudou na borda da prancha e correu o tubo inteiro antes de ser cuspido no canal junto com a baforada. O 10 só não foi unânime, pois um dos cindo juízes avaliou a onda em 9.80.
MAIN BREAK: POTIGUARES MATADORES
Após a paralisação, foi a vez dos novatos brasileiros Wiggolly Dantas e Italo Ferreira encararem as bombas de Main Break. A dupla se revezou nas esquerdas do pico. Depois de ver Wiggolly surfar uma onda na casa dos 7 pontos, o potiguar Italo Ferreira apostou numa direita curta mas em pé, que lhe proporcionou duas sessões verticais muito bem aproveitadas, rendendo 7.43. Com o backup de 4.83 contra 3.83 de Guigui, Italo ficou com a vaga no Round 3.
Na 11ª bateria do Round 2, o brasileiro Jadson André enfrentou o aussie Matt Banting. O potiguar posicionou-se de baixo do pico e adotou uma postura diferente, optando por surfar muitas ondas. Apesar das manobras instáveis do brasileiro, a estratégia funcionou e o potiguar avançou. Matt Banting passou muito tempo com a prioridade no outside e não aproveitou as oportunidades que teve.
Jadson, Italo, Mineiro e Miguel Pupo, continuam firmes no Margaret River Pro.
PREVISÃO E CHAMADA
A previsão indica uma queda 15-20 pés para 10-15 pés, mas a ondulação se mantém sólida. O vento terral (oeste) volta a soprar na parte da manhã com um pouco menos de intensidade, e na parte da tarde o maral de quadrante sul também entra forte.
Uma nova chamada acontece nesta quinta-feira, às 20h (horário de Brasília), para o início do Round 3.