Até o local Jamie O’Brien sofreu com as condições desafiadoras de Pipeline. Foto: Henrique Pinguim
Por Felipe Fernandes
No último sábado, o Billabong Pipe Masters foi paralisado no início da tarde, depois que os organizadores alegaram que as condições não estavam ideais para a competição. Apesar das ondas entre 10 e 12 pés, o mar estava difícil desde as primeiras horas do dia, com muito vento, backwash e grandes bombas fechando sobre a rasa bancada de coral.
Como parâmetro, apenas dois surfistas dos 24 que competiram avançaram com somatórios acima dos 10 pontos – Jadson André e Kelly Slater. Outro agravante da paralisação foi a lesão de Jordy Smith. Com o swell favorecendo Pipeline, o sul-africano resolveu arrisca-se sobre a rasa bancada de Backdoor e acabou arremessado de ombro sobre o reef depois de vacar dentro do tubo. Smith precisou ser resgatado de jet-ski e foi levado ao hospital para análise da lesão.
Jordy Smith sai machucado após pancada no reef em tentativa para Backdoor. Foto: ASP
Nas últimas baterias do dia o mar ganhou tamanho com séries espumando no terceiro reef, varrendo o outside na segunda bancada e se transformando em um expresso desafiador e muitas vezes sem saída na primeira bancada. Cerca de 15 minutos após a paralisação, o mar alinhou e ofereceu tubos pesados no que muitos dizem ser "o Pipe mais clássico da temporada".
Mas as notas baixas e o perigo no outside não serviram de desculpa para os internautas. Quando a HARDCORE entrou com um link ao vivo extraordinário por conta das ótimas ondas (assista abaixo na íntegra), os espectadores abriram uma discussão em torno do motivo pelo qual o evento foi paralisado.
Para agravar a situação, a previsão não é nada animadora para os últimos cinco dias da janela de espera. O gráfico indica vento ruim e uma ondulação fraca até quinta-feira, quando o swell começa a ganhar tamanho no período da tarde.
PARALISAÇÃO PARA SLATER E MEDINA
Nos bastidores circula a informação de que Kelly Slater afirmou que não gostaria de competir naquelas condições, pois estava muito perigoso. O 11 vezes campeão mundial tem mais moral do que qualquer outro surfista do Tour quando o assunto são as ondas, e atua como um "consultor de luxo" dos diretores de prova em quase todas as etapas do ano, já que conhece os picos como poucos.
Nosso editor internacional Steven Allain trocou uma ideia com o Fenando Gonzalez, marketing da Rip Curl Brasil, que está hospedado na casa principal da Rip Curl em Off-The-Wall, e afirmou que Medina não gostou da paralisação e queria competir.
Bom, o fato é que o evento foi paralisado e não temos como voltar no tempo. Para nossa sorte, nesta época do ano o North Shore concentra boa parte dos surfistas mais fissurados do mundo e centenas de loucos prontos para se jogar na maior onda que quebrar. E essa é a hora deles!
Lapo Coutinho aproveitou a paralisação para se jogar nas maiores do dia. Foto: Henrique Pinguim
A sessão se transformou em um show de horror, com vacas brutais, rabiadas, tubos nota 10, e séries que atropelavam o crowd sem perdão, levando e quebrando pranchas, estourando leashes como se fossem linhas de pipa, e testando o limite de cada corajoso que se arriscou no mar. Além dos locais John John Florence, Jamie O’Brien, Reef McIntosh, Jason Frederico, entre outros, os brasileiros Lucas Chumbinho, Bruno Santos, Lapo Coutinho, Danilo Couto, Pedro Calado, Alex Chacón e Wiggolly Dantas mostraram disposição nas bombas.
O fotógrafo da HARDCORE Henrique Pinguim estava presente e registrou uma galera de fotos insanas do free surf que podem ser vistas AQUI.
* Assista aos melhores momentos do free surf no vídeo produzido pela Surfing Mag.